Agentes, diretores desportivos e coordenadores de scouting, entre outros profissionais. Centenas de clubes de dezenas de países. O ‘TransferRoom' junta-os na mesma sala. Uns já se conhecem, outros passaram a conhecer-se. O tema? Futebol, jogadores. Transferências que se começam a desenhar ou até se fecham. Como funciona? Primeiro convém referir que o ‘TransferRoom’ é usado no futebol durante toda a época. O evento, como o desta semana em Lisboa, permite que se encontrem cara a cara em reuniões de 15 minutos cada, uma espécie de ‘speed dating’ no futebol e que leva à letra o nome da plataforma: ‘Transfer’ significa transferência; ‘room’ pode traduzir-se por quarto ou sala. Isto é, um espaço. O Centro de Congressos do Estoril serviu de palco para mais uma edição presencial, segunda-feira e terça-feira e online na quinta-feira. O moderador foi Scott Minto, inglês que jogou no Benfica entre 1997 e 1999.
Record esteve lá e conta-lhe tudo. A preparação começa semanas antes do evento, já que é obrigatório que clubes e agentes marquem as reuniões pretendidas na aplicação. Quem marca e aceita os encontros é porque tem interesse na outra parte ou, pelo menos, quer ouvi-la. Desta forma, os 15 minutos são potenciados ao máximo e não uma perda de tempo seja para quem for. A interação na plataforma possibilita que os clubes revelem quais as posições que precisam de reforçar, o perfil pretendido e toda a questão financeira envolvida; do outro lado, os agentes recolhem a informação e apresentam jogadores que consideram ideais para as necessidades colocadas em cima da mesa.
Sabe o som da campainha de um combate de boxe? No ‘TransferRoom’ é o que se ouve para começar as reuniões, mas neste caso o único contacto físico que existe são os apertos de mão no início e no fim de cada encontro. Isso significa sempre que há negócio fechado? Claro que não, mas houve quem encaminhasse uma transferência neste evento. “Só falta assinar”, contou-nos um agente português que prefere manter o anonimato.
A organização garante que a edição deste ano em Lisboa bateu todos os recordes: 3427 reuniões, 551 participantes, 75 campeonatos e 274 clubes. A vantagem, defende esta empresa, é o tempo que se ganha. “Este encontro exclusivo cria um ambiente dinâmico para negociações em tempo real, networking direto e acesso incomparável à inteligência de mercado”, resume Jonas Ankersen, CEO do ‘TransferRoom’. “Alguns [participantes] podem viajar 10.000 quilómetros para estar nos nossos eventos ao vivo, mas participam em muitas reuniões presenciais e conhecem centenas de clubes em dois dias de networking. Eles teriam de viajar ao redor do mundo durante semanas para conseguir isso”, reforça.
E Record confirmou que esse 'networking' acontece até na hora de almoço. Entre uma garfada ou outra, há sempre tempo para falar sobre possíveis negócios. Fala-se em Inglês, castelhano, português, sempre sobre o mesmo tema: futebol.
As presenças
A edição de Lisboa deste ano - vai repetir-se em 2026 e 2027 – teve uma forte representação nacional. As principais agências (Gestifute, ProEleven, Team of Future, entre muitas outras) e dezenas de clubes estiveram no 'TransferRoom': Santa Clara, Estrela da Amadora, Alverca, Leixões, Sp. Braga, Arouca, Sporting (Bernardo Palmeiro, diretor geral), Mafra, Famalicão, Estoril, Gil Vicente, FC Porto (Henrique Monteiro, gestor executivo), Maritimo, Portimonense, Rio Ave e V. Guimarães.
Esta é apenas uma amostra do que é o ‘TransferRoom’ no geral: 800 clubes, 550 agências e mais de 9 mil negócios feitos desta forma. Um deles foi o de… Viktor Gyökeres para o Sporting.