Cerca de 45 mil adeptos vibraram ontem no Santiago Bernabéu com a apresentação do colombiano James Rodríguez, cuja transferência, já anunciada de resto, entrou para a lista das cinco mais caras de sempre. No caso, o Real Madrid desembolsou nada mais nada menos do que 80 milhões de euros para adquirir o dianteiro do Monaco, que já representou o FC Porto.

Assim, depois do Barcelona ter conseguido a contratação do uruguaio Luis Suárez ao Liverpool por 81 milhões de euros, os merengues não quiseram ficar atrás e apostaram em adquirir aquele que foi uma das revelações do último Campeonato do Mundo. Real e Barcelona continuam o duelo pelas mais caras transferências do futebol mundial, pois os três mais caros de sempre também rumaram a Espanha: Cristiano Ronaldo (94 milhões), Bale (91 milhões) e Neymar (86,2 milhões).

FC Porto não pára

Por cá, entre os três grandes é o FCPorto que continua em grande atividade no mercado. Ontem foi confirmada a contratação do extremo Brahimi por 6,5 milhões de euros, enquanto de Espanha saiu a notícia do interesse no guarda-redes do Osasuna Andrés Fernández. Já Ghilas e Bolat estão de saída, pois não entram nos planos do treinador Julen Lopetegui.

No Benfica, Enzo Peréz abriu a porta à continuidade no clube e Bebé continua à espera do entendimento entre águias e Manchester United. Finalmente, em Alvalade, foi dia de encaixe financeiro. O empréstimo de Wilson Eduardo ao Dínamo Zagreb rendeu 500 mil euros e a saída de Rinaudo para os italianos do Catania proporcionou 2,5 milhões de euros.

Mais agitados estiveram os clubes do segundo pelotão da 1.ª Liga. Rámon Cardozo e Gui foram confirmados no V. Guimarães; o brasileiro Rodrigo Dantas fez o primeiro treino ao serviço do Belenenses; o avançado Ebinho chegou à Madeira para reforçar o Marítimo. As outras novidades de ontem no mercado nacional tiveram como protagonistas o central Marcos Vinícius (V. Setúbal), o lateral-direito João Dias (Boavista) e, finalmente, o central Ricardo Ferreira (Paços de Ferreira).

OS RUMORES

Jardim tenta Sneijder

A saída de James Rodríguez para o Real Madrid deixou o Monaco, orientado pelo português Leonardo Jardim, com um “buraco” no seu esquema ofensivo. O craque colombiano era peça fundamental nos monegascos, mas, como não há insubstituíveis em nenhuma equipa, o Monaco já tem um nome em carteira para a vaga de James: Wesley Sneijder. E quem o garante é o jornal desportivo francês “L’Équipe”.

O internacional holandês não era a primeira escolha de Leonardo Jardim – o benfiquista Rodrigo (rumou ao Valencia) e o suíço Shaqiri (o Bayern não o deixa sair) estavam na primeira linha –, mas nesta altura parece ser a melhor alternativa. Aos 30 anos, Sneijder gostaria de dar um novo rumo na carreira e o Galatasaray está recetivo a negociar o jogador, por uma verba a rondar os 20 milhões de euros. Como James vai dar um encaixe de 80 milhões, o Monaco quer investir em mais um avançado móvel, e o alemão Lukas Podolski está referenciado.

Drogba. O avançado marfinense está de partida do Galatasaray e quer voltar à Premier League. O “Daily Star” diz que o Man. City juntou-se ao Chelsea na corrida pelo jogador.

Javi Garcia. Com a chegada de Mangala, oMan. City precisa de “despachar” um dos estrangeiros, e a escolha recaiu no médio espanhol ex-Benfica.

Daley Blind. O Barcelona tem o holandês na sua lista de potenciais reforços para a defesa, mas em Inglaterra dizem que oMan. United leva vantagem.

A OPINIÃO DO EDITOR
(Por Aurélio de Macedo)

À espera do Euromilhões

Em maio, o Paris SG foi multado em 60 milhões de euros por incumprimento das regras de fair play financeiro, mas nesse mesmo mês o campeão francês desembolsou 50 milhões na aquisição de David Luiz ao Chelsea e, certamente, não ficará por aqui. Por muito que apregoe, a UEFA não é capaz de esbater as diferenças, pois as regras contornam-se facilmente com patrocínios avultados. Como diria Jorge Jesus, este fair play financeiro é uma treta. Ainda ontem, o Real Madrid apresentou James, pelo qual Florentino Pérez pagou 80 milhões. Benfica, Sporting e FC Porto desesperam para que este consumismo cá chegue, olhando para o mercado da mesma forma que um pobre encara o Euromilhões: uma maneira de pagar dívidas e de concretizar sonhos... de títulos. As excentricidades ficam para os outros.