Paulo Jorge Pereira: «Estamos com 'pé e meio' no Mundial, mas ainda falta o segundo jogo»

Selecionador nacional alerta para os perigos dos bósnios

• Foto: Reuters

Paulo Jorge Pereira, selecionador nacional de Portugal, não escondeu a satisfação pela vitória (29-19) sobre a Bósnia na primeira mão do playoff de apuramento para o Campeonato do Mundo de andebol do próximo ano, assumindo que a vantagem de 10 golos deixa os portugueses com uma margem confortável para o jogo da segunda mão, a realizar-se no domingo, em terreno adversário.

"É uma excelente margem. Temos 10 golos [de vantagem]. Temos de pensar que ainda há um segundo jogo a fazer. Lá, emocionalmente, os bósnios criam problemas para que possamos perder o controlo do jogo [na segunda mão, domingo]. Vamos preparados para isso. Vamos ver o que podemos fazer melhor em relação a este jogo. Emocionalmente, vai ser um jogo pesado. Eles acreditam até ao fim. Defrontámos uma equipa com qualidade. Não é por acaso que o guarda-redes [Benjamin Buric] fez a exibição que fez hoje. Falhámos alguns golos, mas ele defendeu muitos. Foi um excelente jogo, com bons momentos táticos. Soubemos sofrer e fomos resolvendo os problemas. Quando conseguimos defender um bocadinho melhor, levámos muitas vezes a Bósnia-Herzegovina ao jogo passivo. Tivemos a ajuda espetacular dos dois guarda-redes", começou por dizer o técnico nacional, alertando de seguida para as qualidades do adversário.

"Estamos com 'pé e meio' no Mundial, mas ainda falta o segundo jogo. Nestas coisas, nunca as temos garantidas até as ter. Se ficarmos demasiado satisfeitos, podemos ser surpreendidos. Vamos tentar melhorar alguns detalhes. Já é mais seguro sabermos o que vamos encontrar em termos táticos. Todos os atletas foram excelentes. Não fazemos isto [dar tempo de jogo a todos] para eles ficarem contentes. Fazemos isto para manter um ritmo elevado de jogo. O objetivo primordial das substituições é fazer com que o ritmo de jogo não quebre", disse.

Presença do público nas bancadas



"Gostava de ter tido ainda mais gente [a assistir no pavilhão]. Inconscientemente, desvalorizámos a Bósnia. Isto é um play-off para um Mundial. Há três anos, estávamos há 18 anos sem ir a mundiais. Estamos a ficar muito contentes, e isso pode ser perigoso. Temos de continuar a trabalhar muito e a querer um pouco mais."

Já Pedro Portela salientou o "bom resultado em casa", apesar de estar consciente de que Portugal não esteve propriamente feliz no capítulo da finalização. "É um bom resultado, em casa. Sabíamos as dificuldades que íamos ter. Eles [Bósnia e Herzegovina] são muito agressivos na defesa. Na primeira parte, não estivemos tão bem na finalização. Tivemos algumas dificuldades na defesa. Na segunda parte, melhorámos e conseguimos uma margem grande, de 10 golos. Agora é entrar muito melhor no jogo da Bósnia. Temos obrigação de passar e de estar presentes no próximo Mundial. Se estivermos ao mesmo nível que estivemos hoje, certamente conseguiremos uma vitória e estaremos qualificados", vincou.

E terminou: "[O jogo começou com um ritmo baixo] devido aos ataques longos da Bósnia. Não nos permitiu correr tão para a frente. Mas, na segunda parte, não tiveram hipóteses nos últimos 15 minutos. Não aguentaram o nosso ritmo. Lá, teremos de impor um ritmo alto e de não os deixar ter ataques tão demorados. Se formos rápidos a ir para a frente, vamos criar muitos problemas. [O Mundial'2025] está à porta. Basta-nos perder por menos de 10, mas temos obrigação de ir ganhar à Bósnia-Herzegovina."

Por Record com Lusa
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