Ulisses Pereira, líder da FAP, diz que não pode haver xenofobia...
A Seleção Nacional entra hoje em estágio com uma cara nova que está a gerar polémica. O guarda-redes do FC Porto, o naturalizado luso-cubano Alfredo Quintana, foi convocado pela primeira pelo selecionador Rolando Freitas e, desde logo, surgiu um coro de assobios nas redes sociais (e não só), criticando a opção para os trabalhos que decorrem até sábado em Tábua.
Há quem defenda que Portugal está bem servido de guarda-redes, sem precisar de naturalizar um jogador para aquele posto específico. Certezas como Hugo Laurentino (FC Porto), Humberto Gomes (ABC) ou Telmo Ferreira (Águas Santas) e jovens promessas como Luís Oliveira (Sporting) ou João Moniz (Águas Santas), por exemplo, perdem uma boa oportunidade para serem alternativas a Hugo Figueira (Benfica) e Ricardo Candeias (Sporting), guardiões que acompanham Quintana nas escolhas do selecionador.
A tradição, aliás, demonstra que as maiores lacunas da Seleção sempre foram atiradores de primeira linha, não tendo sido por acaso que Viktor Tchikoulaev (central), Vladimir Bolotsky (lateral-direito) e Vojislav Kraljic (lateral-esquerdo) foram até agora os únicos reforços estrangeiros de Portugal.
Mas há também quem tenha uma opinião contrária, alegando que Alfredo Quintana, sendo português, tem os mesmo direitos dos outros andebolistas nacionais.
Ulisses Pereira, presidente da Federação (FPA), justificou:“Não é política da FAP forçar naturalizações, embora esse fenómeno aconteça na esmagadora maioria dos países. Mas não pode haver limitações, nem xenofobia para com Alfredo Quintana. É português, está enraizado na sociedade, sendo estudante no Porto, onde está radicado há vários anos. Epreenche todos os requisitos para ser mais uma opção para o selecionador nacional”, defendeu o dirigente.
Em declarações recentes a uma reportagem, Alfredo Quintana disse que representar Portugal “é mais uma responsabilidade para assumir com o maior respeito possível”.
Humberto Gomes critica critérios
O internacional Humberto Gomes, guarda-redes do ABC, foi uma das vozes que se levantaram contra a naturalização e a chamada de Alfredo Quintana ao estágio da equipa das quinas:“Fiquei sem palavras perante a convocatória. Não tenho nada contra Quintana. É um bom guarda-redes, mas, para naturalizar, que se desse a nacionalidade a um jogador que marque golos. Estamos bem servidos de guarda-redes. Não compreendo o critério, e os guarda-redes mais jovens também não.”
Reações à convocatória
"Quintana pode ser uma mais-valia para a Seleção. Tem bons desempenhos e demonstra desde que é português muita motivação para representar Portugal. É um dos guarda-redes mais jovens, com futuro" - Rolando Freitas, selecionador
"Não me oponho à naturalização, desde que um jogador projete o seu futuro em Portugal, como o fez Viktor Tchikoulaev, por exemplo. Não concordo com o fenómeno Rutenka" - Carlos resende, Treinador do ABC
"Não concordo com naturalizados na Seleção. Até me arrepio quando os vejo a cantar o hino. Trata-se de política e falta de respeito pelos outros bons guarda-redes nacionais" - Bessone Basto, antigo guarda-redes
"Se Quintana é um fora de série deve ser aproveitado. Para quê ser puritano? Todos os países têm jogadores naturalizados. ASeleção viveu o seu melhor com Bolotsky e Tchikoulaev" - Luís Santos, antigo presidente da FAP
"Seleção é uma coisa muito séria, com ou sem naturalizados. Com três guarda-redes, os dois primeiros têm de ser os melhores e o terceiro um jovem com larga margem de progressão" - António Cunha, antigo selecionador
"Os melhores devem ser chamados. E Quintana é um dos melhores do Campeonato. É jovem, tem qualidade e pode progredir. Tem características que mais nenhum guardião tem em Portugal - Telmo Ferreira, guarda-redes do Águas Santas
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