O português João Vieira, vice-campeão do mundo dos 50 quilómetros marcha, lamentou a descontinuidade da prova, prometeu empenho na estreia dos 35km nos Mundiais de atletismo, em Eugene, nos Estados Unidos, e cobiçou Paris'2024.
"Para mim, e para muitos atletas que faziam 50, gostávamos que se mantivesse porque faz parte da nossa história da marcha, porque é histórica, mais do que os 20. Mas a nossa federação internacional [World Athletics] achou que havia de ser 35 quilómetros e nós só temos de trabalhar. Não é uma distância que me vá favorecer, mas eu vou lá estar para lutar de igual para igual com os outros adversários", sublinhou o atleta do Sporting.
Em entrevista à agência Lusa, João Vieira, que vai disputar os Mundiais de atletismo pela 12.ª vez, depois de ter somado seis presenças olímpicas, pretende melhorar o seu recorde nacional na distância, fixado por si em 02:33.23 horas, em abril último. "Treinámos de modo a bater o recorde nacional, para poder estar presente nestes campeonatos do mundo, porque sem uma boa marca não valia a pena. Consegui o recorde e, nos Mundiais, vou marchar outra vez atrás desse recorde nacional", vincou, assegurando estar com uma "mentalidade bastante positiva para a competição, para fazer um grande resultado", referiu.
No 'plano' para Paris2024 ainda constam os Mundiais de 2023, a disputar entre 19 e 27 de agosto desse ano, quando João Vieira pode igualar o recordista de presenças na competição, o espanhol e também marchador Jesus Bragado, que soma 13. "Neste momento, não sei onde pode chegar, tenho um projeto em que Paris2024 ainda é um objetivo. Quero chegar lá, em boas condições físicas, porque caso contrário mais vale deitar logo a toalha ao chão e seguir a minha vida", vincou João Vieira, admitindo prolongar a sua longevidade enquanto tiver "condições para representar o país".
O vice-campeão do mundo é ainda treinador da jovem Carolina Costa, algo que não é novidade, porque João Vieira já orientou dois atletas nos Jogos Olímpicos Pequim2008, caso da sua esposa e atual treinadora Vera Santos e de António Pereira, que foram nono e 11.º, nos 20 e 50 quilómetros marcha, respetivamente.
Sem pressão adicional por esta dupla função, João Vieira aceita as limitações no apoio aos atletas nacionais, que enfrentam dificuldades, tal como os restantes portugueses. "Nas modalidades amadoras, às vezes, corremos atrás do prejuízo, mas é o que o meu país me pode dar neste momento. Sentimos muitas dificuldades em seguir a nossa preparação normal, mas é a vida de um português, como qualquer trabalhador tem dificuldades na sua vida. Com mais dinheiro e com mais apoio, podíamos ter melhores resultados. Neste momento, se vamos com 10 atletas entre 23 para lutar por um lugar honroso, é muito bom para o nosso país. Porque, se calhar, os restantes são jovens, de uma nova geração que, daqui a uns anos, vai estar a lutar por esses melhores lugares", concluiu.
João Vieira e Rui Coelho vão disputar a prova de 35 quilómetros marcha, no último dia dos campeonatos do mundo, em 24 de julho, a partir das 06:15 locais (14h15 em Lisboa).
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