Presidente da Federação Portuguesa de Atletismo satisfeito com o desempenho de Portugal no Mundial
O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) elogiou este domingo a "seleção espetacular" presente nos Campeonatos do Mundo Tóquio'2025, com dois títulos mundiais e dois recordes nacionais.
Isaac Nader, nos 1.500 metros, e Pedro Pablo Pichardo, que no triplo salto se tornou no único campeão português repetente, reeditaram o até agora inédito feito de conquistar duas medalhas de ouro em Mundiais ocorrido há 30 anos, em Gotemburgo'1995.
Então, Manuela Machado, na maratona, Fernanda Ribeiro, ouro nos 10.000 e prata nos 5.000, e Carla Sacramento, nos 1.500, ofereceram o melhor desempenho na contabilização de medalhas, um feito nunca repetido.
"São tempos diferentes. Em 25 anos de atleta de alto rendimento, nunca vivi emoções como vivi aqui. Hoje, como disse, o atletismo é totalmente diferente. Temos de nos preocupar muito, que até no descanso dos atletas tem de haver rigor muito grande", referiu, na zona mista do Estádio Nacional do Japão.
Domingos Castro fez o balanço da participação lusa na 20.ª edição dos Mundiais, entre as quintas melhores de sempre, em igualdade com Roma1987, Helsínquia2005 e Daegu2011, com 19 pontos, que atribuiu oito pontos aos vencedores e decresce até a um ponto para os oitavos classificados.
Atenas1997, também com quatro medalhas e apenas uma de ouro, continua a ser a edição dos Mundiais de atletismo de referência para Portugal, com 34 pontos, mais quatro do que Gotemburgo1995, enquanto o desempenho de Tóquio2025 aproximou-se dos 20 alcançados em Sevilha'1999 e Berlim'2009.
Esta foi, no entanto, a maior competição desde que Domingos Castro foi eleito presidente da FPA, na qual se bateu, com 31 atletas participantes - Carla Salomé Rocha falhou a maratona por lesão - o recorde absoluto, que eram os 30 dos campeonatos disputados na capital grega.
"Em Portugal, vamos fazer reflexão profunda sobre o que esteve bem e o que esteve menos bem", prometeu o antigo atleta, vice-campeão do mundo dos 5.000 metros em Roma1987, deixando em aberto se a avaliação vai incidir numa seleção mais criteriosa: "Provavelmente. Também [sobre os atletas em menor condição física]".
Desde que foi empossado, Domingos Castro apostou em apresentar o máximo de atletas possíveis em todas as competições, recordando hoje essa posição.
"Quando entrei para a FPA disse que em primeiro estavam os atletas e temos feito uma aposta muito forte nos jovens, o futuro está neles. Temos de dar o máximo de apoio ao alto rendimento porque o futuro está nos jovens. Trabalhamos todos os dias nesse sentido", reforçou.
Ainda na 'ressaca' da final da infeliz estafeta 4x400 metros masculina, que se estreou em Mundiais, Domingos Castro reiterou a avaliação muito positiva.
"Dou 9,5 a esta prestação. Se não fosse aqui a queda do testemunho, seria nota 10. Tivemos uma seleção espetacular, com dois campeões do mundo, dois recordes nacionais, uma final numa estafeta que é inédita", vincou Domingos Castro, recordando as melhores marcas de sempre conseguidas por Fatoumata Diallo, nos 400 metros barreiras, e também na estafeta 4x400.
Mais do que isso, o antigo fundista recordou os resultados alcançados durante o seu mandato, com 68 recordes nacionais, dos mais variados escalões: "Na história da FPA, nunca tinha acontecido. Fruto desta rapaziada, do seu empenho e dedicação".
"Quero dar os parabéns a toda a comitiva, mas também deixar um agradecimento especial ao governo de Oita [onde a seleção realizou o estágio de preparação], e também ao Governo português, que nos recebeu na Embaixada e nos deu motivação extra", sublinhou.
No entanto, Domingos Castro alertou para a necessidade de "substituir os atletas mais velhos com jovens" e apelou ao Executivo liderado por Luís Montenegro para que "proporcione essas condições, porque o atletismo está no bom caminho".
"Sem dinheiro, não se faz nada. Em campeonatos, só em viagens, a FPA gastou 987 mil euros. Vivemos dificuldades todos os dias e precisamos desses apoios. Tenho feito apelo ao Governo, no Comité Olímpico de Portugal em que sou vice", insistiu Domingos Castro, identificando como prioritário o investimento em infraestruturas, com a prometida Casa das Seleções, na Marinha Grande.
A presença portuguesa em Tóquio2025 recuperou da pior presença de sempre, em Budapeste2023, com seis pontos, graças aos títulos de Isaac Nader e Pedro Pichardo e também ao sexto lugar de Agate Sousa no salto em comprimento.
Depois, apenas cinco classificações entre os semifinalistas, até ao 16.º lugar, casos da estafeta 4x400 metros, que hoje foi nona, tal como José Carlos Pinto nos 1.500 metros, distância em que Salomé Afonso foi 12.ª, juntamente com Fatoumata Diallo, que, com o recorde nacional, foi 13.ª nos 400 barreiras, e Liliana Cá, 16.ª no disco.
Destaque ainda para a longevidade de João Vieira, prata nos 50 quilómetros marcha em Doha2019 e bronze nos 20 em Moscovo2013, que, aos 49 anos, se tornou o recordista de presenças em Campeonatos do Mundo, com 14, ao disputar os 35 quilómetros marcha.
Presidente da Federação Portuguesa de Atletismo satisfeito com o desempenho de Portugal no Mundial
Queniano não conseguiu bater o recorde do mundo do seu compatriota Kelvin Kiptum
Quarteto do Botswana (2.57,76) venceu a prova, à frente dos Estados Unidos e da África do Sul
Treinadores que marcaram o percurso do medalha de ouro nos Mundial de Tóquio'25 são unânimes
Argentino 'empresta' imagem para jovens que sonham ser como ele
A expulsão aos 22', com vermelho direto, do médio Diabate, permitiu ao Sturm Graz partir para um triunfo tranquilo
Selecionador brasileiro destaca qualidade dos dois jogadores que atuam em Portugal