Timor-Leste envia uma delegação de 101 pessoas aos primeiros Jogos da Lusofonia, a realizar entre 7 e 15 de Outubro, em Macau, onde competirá em todas as modalidades, disse hoje à Lusa o presidente do Comité Olímpico Nacional.
Segundo João Carrascalão, além dos atletas, Timor-Leste inclui na sua delegação um grupo cultural, composto por 18 elementos, "para se dar uma mostra viva da passagem, durante 450 anos, de Portugal por Timor, porque há muita coisa que Timor absorveu, nas danças e canções, que fazem também parte da cultura portuguesa".
"É importante que os países da Lusofonia também tenham um conhecimento melhor do que Timor é", acrescentou.
Relativamente à componente desportiva, João Carrascalão reconhece que Timor-Leste "não está de forma nenhuma preparado para competir ao mesmo nível das outras selecções".
A crise político-militar desencadeada em Abril passado afectou os trabalhos de preparação e condicionou os treinos dos atletas.
"Além da falta de infra-estruturas desportivas, a crise afectou a preparação dos atletas. Teve um impacto muito negativo. Grande número dos atletas vive, à semelhança de outros sectores da população, em campos de deslocados e outros tiveram que fugir para as montanhas e houve mesmo quem tivesse sido apanhado no fogo cruzado durante os confrontos e tivesse morrido", acrescentou.
Por essa razão os treinos decorrem de forma condicionada, porque os atletas receiam ver-se envolvidos nos confrontos entre grupos rivais.
"Além das dificuldades de alimentação e assistência, a crise teve um impacto bastante negativo e a tarefa de juntar atletas não foi fácil. Mas a perspectiva de participar na primeira edição dos Jogos da Lusofonia, e depois nos Jogos da Ásia - a realizar a partir de Dezembro, em Doha, Qatar -, tem sido um incentivo para que se faça um esforço maior ainda", disse.
Outro aspecto condicionante da participação de Timor-Leste são as condições financeiras exigidas para a deslocação.
"Até agora tenho garantido financiamento para equipas de futebol e futsal, voleibol feminino e voleibol de praia, e do grupo cultural. Desta vez o governo vai dar uma ajuda. Não é suficiente, mas vou pedir também apoio a empresas privadas. Para Timor representa um grande esforço", salientou.
João Carrascalão observa que Timor-Leste apostou forte nos Jogos da Lusofonia, de que foi um percursores do movimento pelo que, defendeu, "impunha-se nestes jogos inaugurais uma presença condigna de Timor".
A iniciativa de realização dos Jogos cabe à Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP), criada em 2004 em Lisboa.
Nesta primeira edição dos Jogos participam representações desportivas dos nove membros efectivos da ACOLOP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) e os três membros associados (Guiné-Equatorial, Sri Lanka e Índia).
Durante 12 dias de competição, já que a 4 de Outubro tem início o torneio de futebol, no qual compete a selecção olímpica portuguesa, vão decorrer 48 eventos.
Os Jogos reúnem oito modalidades desportivas: atletismo, basquetebol, futebol, futsal, taekwondo, ténis de mesa, voleibol de praia e voleibol.
Qualificações decorrem até abril de 2026
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