De Eugene a Braga em 37 horas: viagem de Mariana Machado gera críticas à Federação

Sameiro Araújo deixou publicação nas redes sociais onde revela que a sua atleta voltou lesionada

Mariana Machado partilhou foto da chegada a casa, 37 horas depois de ter deixado Eugene, nos Estados Unidos
Mariana Machado partilhou foto da chegada a casa, 37 horas depois de ter deixado Eugene, nos Estados Unidos

Sameiro Araújo, treinadora de Mariana Machado, uma das atletas portuguesas que mais se destacou nos Mundiais de atletismo de Eugene, deixou esta terça-feira críticas à postura da Federação Portuguesa de Atletismo na sequência desses campeonatos. Tudo por conta da viagem dos Estados Unidos para Portugal, que obrigou a sua atleta, a nona melhor da história em Portugal nos 5.000 metros e detentora do recorde nacional Sub-23 - marca conseguida precisamente em Eugene -, a estar 37 horas em trânsito, entre a cidade que albergou os campeonatos e Braga, onde reside.

Nas redes sociais, replicando a partilha feita pela própria Mariana Machado ("Após uma viagem que durou "apenas" 37 horas, feliz por finalmente estar em casa", escreveu a atleta), a treinadora revelou que lhe foi recusada a possibilidade de fazer Lisboa-Porto de avião, com a justificação de que não havia custo/benefício para essa opção. Por isso, depois de já ter feito uma enorme maratona entre os Estados Unidos e Lisboa, a atleta teve de fazer a viagem da capital até Braga de comboio - uma duração de aproximadamente cinco horas.

Na sua publicação, Sameiro Araújo revelou ainda que a sua atleta voltou dos Mundiais lesionada e que, por isso, foi também feito o pedido para que pudesse viajar mais cedo. Algo que também foi recusado. "Uma atleta que pediu para regressar logo após a sua competição para melhor preparar o seu objetivo máximo da época, o Campeonato da Europa, a realizar em Agosto, é integrada no último grupo a regressar a Portugal, mesmo após ter adoecido. Não, não compreendo!, escreveu.

Os Campeonatos da Europa, refira-se, disputam-se entre 15 e 21 de agosto, em Munique, na Alemanha.

Leia a publicação:


"Assim é tratada a Alta Competição em Portugal.


Após de uma viagem muito longa, mais de 30 horas de viagem, uma atleta que vem lesionada de um Campeonato do Mundo chega a Lisboa e é obrigada a viajar mais 4/5 horas até Braga de comboio porque o preço de uma viagem de avião Lisboa/Porto não “justifica o custo benefício”. Uma atleta que pediu para regressar logo após a sua competição para melhor preparar o seu objetivo máximo da época, o Campeonato da Europa, a realizar em Agosto, é integrada no último grupo a regressar a Portugal, mesmo após ter adoecido. Não, não compreendo!


Não é meu hábito vir para as redes sociais falar daquilo que julgo, deverá ser discutido internamente. Mas hoje estou demasiado dececionada para calar aquilo que neste momento estou a sentir."

Por Fábio Lima
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