Da Luva à Mão Santa

Base brilhou nos Supersonics e extremo fez carreira de sucesso fora da NBA...

Da Luva à Mão Santa
Da Luva à Mão Santa

Gary Payton e Oscar Schmidt são os nomes mais sonantes da turma de 2013 a serem escolhidos para integrar o conceituado Hall of Fame do basquetebol, que distingue os melhores jogadores, treinadores, árbitros e até comentadores. O antigo base que fez carreira na NBA, conhecido como "The Glove" (A Luva), e o famoso atirador brasileiro, que ficou com a alcunha de "Mão Santa", recebem assim o devido reconhecimento pelos seus trajetos brilhantes. Para além desta dupla, também o treinador Rick Pittino e o antigo jogador Bernard King foram distinguidos.

O base, que assinou uma carreira fantástica em 17 anos de NBA, fica na história como um dos melhores defensores de sempre. Foi, aliás, graças à sua tenacidade que recebeu a alcunha de "The Glove". Corria o ano de 1993 quando o primo de Payton lhe telefonou na sequência de um jogo das finais da Conferência Oeste, dizendo-lhe que estava a defender o base contrário, Kevin Johnson, como se este se tratasse de uma bola numa luva de beisebol.

A alcunha colou. E com justiça, refira-se. Payton é, a par de Michael Jordan, Kobe Bryant e Kevin Garnett, o único a ser escolhido por nove vezes para a equipa defensiva ideal da temporada - isto embora não seja o basquetebolista que mais vezes foi selecionado, entre primeira e segunda equipa, pois Tim Duncan já arrecadou 13 nomeações, oito delas para a formação ideal.

Líder absoluto

Tendo passado grande parte da carreira nos Seattle Supersonics (entre 1990, ano de rookie, e 2003), Gary Payton possui vários recordes da equipa que atualmente atua em Oklahoma City e dá pelo nome... Thunder.

O base, de 1,93m, é o jogador com mais pontos, assistências, roubos de bola, jogos e minutos da história da "franchise", sendo ainda o terceiro em ressaltos. No entanto, durante os seus anos de ouro não conseguiu nunca chegar ao título de campeão. O mais perto que esteve do anel foi em 1996, quando os Sonics, comandados por George Karl e com o atlético Shawn Kemp na equipa, foram derrotados na final pelos Chicago Bulls, que iniciaram aí o segundo three-peat.

Conhecido também pela sua resistência física, Payton falhou muitos poucos encontros ao longo da carreira. Essa longevidade permitiu-lhe construir uma carreira duradoura e conquistar o primeiro e único título apenas em 2006, ao serviço dos Miami Heat de Dwyane Wade e Shaquille O'Neal.

Atirador furtivo

Algo desconhecido do público em geral, Oscar Schmidt é uma figura incontornável na história do basquetebol. O antigo extremo brasileiro é um ídolo no seu país, tendo construído uma carreira brilhante... fora da NBA.

Conhecido como a "Mão Santa", Schmidt é, de forma oficiosa, o melhor marcador de sempre da modalidade, com impressionantes 49.737 pontos (sensivelmente mais 11 mil do que Kareem Abdul-Jabbar, melhor anotador da história da NBA).

Como se não bastasse, o antigo extremo é ainda o líder em pontos em Jogos Olímpicos (1.093) e Mundiais da FIBA (843). Uma verdadeira mina de ouro, que teve uma das carreiras mais longas de que há memória, com início em 1974, no Palmeiras, e fim no Flamengo, em... 2003 (!).

Recusa

Schmidt foi escolhido pelos New Jersey Nets no draft de 1984 mas preferiu manter-se em Itália, onde se sagrou sete vezes melhor marcador do campeonato nacional.

Ainda assim, os norte-americanos tiveram oportunidade de ver o brasileiro bem de perto. Em 1987, apontou 43 pontos na final dos Jogos Pan-americanos frente aos Estados Unidos e ajudou a sua equipa a bater um rival que contava com David Robinson, levando o ouro.

Cinco anos mais tarde, em Barcelona, novo confronto entre os dois países, embora os Estados Unidos estivessem reforçados com o seu Dream Team. Apesar da derrota, Schmidt marcou 26 pontos e voltou a impressionar. Outros tempos e, muito provavelmente, a Mão Santa teria feitos estragos na NBA.

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