Francisca Laia critica Federação por não levar nenhuma atleta feminina ao Europeu

"A igualdade de género no desporto não pode ser apenas uma aspiração - deve ser uma realidade", refere

Portugal vai participar nos Europeus com sete atletas, todos masculinos, situação que mereceu o desagrado de Francisca Laia, canoísta olímpica no Rio'2016 e que este na luta por Paris'2024 até ao mês de maio.

Nas redes sociais, a canoísta do clube desportivo "Os Patos" expôs a sua revolta, criticando os critérios da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC) que segundo a própria estiveram na decisão de os dirigentes não terem convocado qualquer mulher para os Europeus que vão decorrer em Szeged (Hunrgia), de 13 a 16 de junho.

"Este ano, por razões alheias à minha vontade, não participarei no Campeonato da Europa. O mais preocupante, porém, é o facto de a Federação Portuguesa de Canoagem ter decidido que nenhuma atleta feminina fará parte da competição, enquanto cinco homens representarão o país.

Como mulher comprometida com a luta pela igualdade de género no desporto, é com profunda deceção e frustração que me confronto com uma completa exclusão de atletas femininas nesta importante prova.

Questionada sobre esta escolha, a Federação Portuguesa de Canoagem justificou-se mencionando critérios de investimento e futuro, pelo que objetivamente é forçoso concluir que a equipa feminina não é merecedora do mesmo apoio e recursos. Este raciocínio não só é insustentável como também revela um profundo desrespeito pelo potencial e dedicação das atletas femininas.

Se a qualificação para o Campeonato da Europa estava condicionada à qualificação para os Jogos Olímpicos, é legítimo questionarmos: por que razão há recursos disponíveis para enviar um K4 masculino, e não para uma única atleta feminina?

A minha luta sempre foi, é e será pela representação feminina, não apenas pela minha participação pessoal. Por estarmos perante um retrocesso inadmissível, esta é uma batalha que não posso nem vou evitar, pois é minha obrigação enquanto atleta e mulher. A igualdade de género no desporto não pode ser apenas uma aspiração - deve ser uma realidade! Fica a esperança de que num futuro breve seja esta a realidade.

Resta-me desejar a maior sorte à comitiva portuguesa presente na Hungria!"

Por Record
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