Biografia de José Poeira juntou nomes do ciclismo para homenagear selecionador

Apresentação de "Alguma Coisa Boa Há-de Acontecer-me - Biografia de José Poeira" aconteceu na sede do COP

Apresentação da biografia de José Poeira no Comité Olímpico de Portugal
Apresentação da biografia de José Poeira no Comité Olímpico de Portugal • Foto: COP

A biografia de José Poeira, o selecionador que tem a capacidade de motivar os seus ciclistas com o olhar, foi esta terça-feira apresentada, com o "extraordinário contador de histórias" a juntar rostos da modalidade no reconhecimento ao seu legado.

"Há um antes e um depois" de José Poeira no ciclismo nacional, cujo futuro o selecionador de estrada ajudou a construir, enalteceu o antigo ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues.

Intervindo na apresentação de "Alguma Coisa Boa Há-de Acontecer-me - Biografia de José Poeira", na sede do Comité Olímpico de Portugal (COP), em Lisboa, o atual presidente da Comissão de Ética do organismo olímpico recordou que a sua amizade com o odemirense de 66 anos nasceu há mais de uma década, quando foi adido da missão portuguesa a Londres'2012.

Brandão Rodrigues elogiou a "tranquilidade no meio do caos", o "olhar atento aos pormenores" e "a capacidade de motivar com o olhar" de Poeira, que assumiu o cargo de selecionador nacional de estrada em 2001.

"Naqueles Jogos Olímpicos, pude entender quem era José Poeira. Era uma personagem diferente daquilo a que estamos habituados a ver num selecionador. Era alguém que se notava que os atletas confiavam nele", anotou.

Também o jornalista Eduardo Dâmaso, que nasceu em Odemira, tal como Poeira, e acompanhou de perto os primeiros anos no pelotão do ex-ciclista, que se retirou em 1990, falou do amigo como um dos primeiros heróis que teve.

"[Foi uma] figura da nossa adolescência, porque o percurso dele tornou-se um orgulho odemirense. [...] Todos nós projetámos nele os primeiros sonhos que tivemos", destacou, agradecendo ao selecionador pela sua "ambição libertadora".

Já José Carlos Gomes, o autor de Alguma Coisa Boa Há-de Acontecer-me", falou de um "extraordinário contador de histórias".

"O José Poeira é isto: é muito simples e profundo naquilo que diz", sintetizou diante de uma plateia na qual estavam Nelson Oliveira, ciclista da Movistar que a partir de sábado vai alinhar pela nona vez na Volta a França, António Morgado, bicampeão nacional de contrarrelógio e o seu 'vice' Rafael Reis.

"[Quero deixar] uma palavra de agradecimento por estes anos que temos passado [juntos]. Ensinou-me muita coisa, a principal o valor do ciclismo", disse Oliveira, que fez questão de estar presente, apesar de viajar para Lille na quarta-feira, elogiando ainda a calma do selecionador e definindo-o como uma das pessoas mais importantes da modalidade em Portugal.

Na assistência estavam também elementos das missões olímpicas portuguesas, o campeão olímpico Carlos Lopes e Artur Lopes, antigo presidente do COP e da Federação Portuguesa de Ciclismo, ou Delmino Pereira, que presidiu à federação até novembro, quando atingiu o limite de mandatos e foi substituído por Cândido Barbosa, hoje ausente.

"Quando vim para a federação, em 2004, não tinha boa impressão do José Poeira, porque nunca me tinha selecionado", confidenciou Delmino Pereira, relatando como o selecionador o conquistou por ser "efetivamente bom" e por ter "uma sensibilidade fora do comum" e "uma leitura de corrida brutal".

Último a falar -- embora tenha contado algumas histórias entre as intervenções da audiência -, o homenageado recordou o seu trajeto difícil para sair de "uma terra onde não havia nada de desporto".

A biografia conta com depoimentos de figuras incontornáveis nas últimas duas décadas do ciclismo nacional, como o campeão mundial de fundo de 2013, Rui Costa, ou o quarto classificado do Tour'2024, João Almeida.

Por Lusa
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