Ciclista assumiu que houve vezes que fez a extração do sangue e mentiu ao diretor desportivo da W52-FC Porto
Daniel Mestre assumiu em tribunal que se dopava na época em que representou o W52-FC Porto, mas admitiu que mentiu a Nuno Ribeiro várias vezes quando era questionado se tinha feito transfusões de sangue.
"Perguntava ao Nuno Ribeiro o que deveria tomar e ele dizia-me todos os dias a quantidade. Fiz várias transfusões de sangue e o diretor desportivo [Nuno Ribeiro] estava a par dessa extração de sangue. Mas, por vezes dizia que fazia e não o fazia. Era eu próprio que o fazia. Sentia medo de fazer a mim próprio, pelo risco que corria de fazer em casa. Por isso, mentia ao Nuno. Dizia que fazia e não fazia. Como outra vezes fiz por iniciativa própria. Tinha o receio de não ser convocado para as corridas e por isso mentia. Mas nunca me senti obrigado a fazer".
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"É prejudicial fazermos isto a nós próprios. Eu sentia que não devia fazer, mas dizia que tinha feito", acrescentou.
Daniel Mestre afirmou ainda que fazia as recuperações das provas com Nuno Ribeiro, sendo que este levava as seringas já prontas ao quarto do ciclista. Assumiu ainda que a dopagem era feita por volta das "11 da noite": "porque sabíamos que se fossemos sujeitos a controlo antidoping não tínhamos problemas".
O ciclista deixou ainda um testemunho sobre o que mudou na sua vida depois deste caso: "Teve um impacto com uma dimensão que só eu sei. A minha mãe entrou em depressão, comecei a trabalhar numa área que não era a minha. A minha esposa só chorava em casa. Tenho dois filhos e a minha preocupação é o sustento para eles. A minha carreira foi manchada por este erro gravíssimo da minha parte que foi entrar por estes meios. O sentimento é de arrependimento e pedir desculpa à minha família e aos meus amigos pois não mereciam isto da minha parte."
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