Joaquim Gomes: «FC Porto é um histórico da Volta e sair de forma conflituosa não seria bom para o ciclismo»

Diretor da prova frisou que a equipa "não está suspensa e pode contratar novos ciclistas"

Joaquim Gomes abordou o facto de a W52-FC Porto - que viu oito ciclistas e elementos do seu staff serem suspensos pela Autoridade Antidopagem de Portugal - figurar entre as equipas que vão participar na Volta a Portugal, que vai decorrer entre 4 e 15 de agosto. O diretor da prova frisou que a equipa "não está suspensa e pode contratar novos ciclistas" para estar em competição, sendo que "tem de ter um mínimo de cinco e um máximo de sete".

"Como devem imaginar, o promotor não deve tomar decisões sobre isso. Por aquilo que circula na Comunicação Social, apesar de confirmarmos que corresponde à verdade, temos tido comunicação com a Federação Portuguesa de Ciclismo e a decisão é óbvia. É um histórico da Volta e, em circunstância alguma, o abandono de forma conflituosa seria bom para o cliclismo. Mas na realidade a equipa não está suspensa. Sei que os responsáveis da equipa estão a fazer tudo o que está ao seu alcance, com a nossa colaboração e da Federação Portuguesa de Ciclismo, para que sejam encontradas soluções para que se possa manter na Volta sem os [ciclistas] suspensos", apontou, à margem da apresentação da 83.ª edição da prova.

"Tentar não confundir a árvore com a floresta? Se levarmos a conversa para esse campo, já não tínhamos dinheiro no banco nem Governo, porque corrupção existe em todo o lado e anda de mão dada com a ambição. Pratiquei esta modalidade que, por norma, transmite valores que não são vistos noutras áreas, mas existem sempre ovelhas negras. Isso não se aplica que se confunda a árvore com a floresta", acrescentou Joaquim Gomes, destacando ainda a história do clube na prova.

"Compreendem que não é uma decisão fácil. Há vários pontos de análise. É um patrocinador e uma marca que tem um passado enorme na Volta. Quero acreditar que nenhum deles está diretamente envolvido no que se passou. Estão empenhados em dar continuidade à história do FC Porto na modalidade. O estatuto que detém hoje foi muito promovido por ter equipas na Volta e pelas batalhas épicas que teve na Volta. Existindo a remota possibilidade de manter intacto este simbolismo, para que de uma forma ética e moral se mantenha na prova, faremos tudo", vincou.

Questionado sobre se a Câmara Municipal do Porto fez pressão junto da organização da Volta a Portugal para que a equipa se mantivesse em prova, sob pena de impedir a passagem de etapas pela cidade, Joaquim Gomes negou: "O contrarrelógio final recupera a parceria que tivemos em 2019 com a Câmara Municipal de Gaia e a Câmara Municipal do Porto. O acordo ficou fechado no final do ano passado. Nenhuma das Câmaras alguma vez entraram em contacto connosco, nem revelaram algum desconforto relativamente a esta questão que, volto a dizer, não é da equipa do FC Porto mas sim de corredores e técnicos da equipa do FC Porto."

O diretor da Volta a Portugal garantiu ainda que o FC Porto quer participar na prova, mesmo que não o faço com os seus melhores corredores. "A equipa tem agora de encontrar soluções em tempo recorde e há entidades que terão de agilizar este processo. Dadas as garantias do passado aqui é que se levantam as questões éticas e morais e é uma boa mensagem. O FC Porto quer estar presente na Volta, independentemente das condições dos atletas, já que se sabe que os melhores não estarão disponíveis agora. O FC Porto quer marcar presença na Volta independentemente dos resultados que possa ter", assinalou, concluindo: "Já explorámos todas as cláusulas do Convénio assinado e a interpretação que demos à autoexclusão, algo que não deverá ser aplicável neste caso."

Por Record
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