Francesco De Bonis foi suspenso dois anos por doping, sendo o primeiro ciclista sancionado a partir de anomalias registadas no passaporte biológico, anunciou hoje a União Ciclista Internacional (UCI).

O italiano, de 28 anos, é um dos cinco corredores que foram acusados por dopagem em junho de 2009, na primeira ocasião em que foi utilizada a nova arma de dissuasão, o passaporte biológico.

A condenação, de dois anos de suspensão e 13.000 euros de multa, partiu do tribunal nacional antidopagem do Comité Olímpico Italiano, depois de a UCI ter delegado à federação transalpina a responsabilidade de abrir o processo. De Bonis já estava suspenso pela formação Diquigiovanni há um ano.

"A UCI tem de sublinhar a importância histórica deste primeiro julgamento concluído na sequência do programa do passaporte biológico", frisa a organização em comunicado.

Desde a sua introdução oficial no ciclismo em 2008, oito corredores foram seguidos. Mais de uma dezena, cujo perfil foi considerado suspeito, foram depois confirmados em controlos antidoping clássicos. Um desses foi o espanhol Antonio Colom, cujo processo foi enviado pela UCI para a Real Federação Espanhola de Ciclismo a 08 de junho, tendo sido anunciada hoje a sua suspensão, também por dois anos, juntamente com uma pena de multa de 46.958 euros.

O passaporte biológico deteta o doping através da observação dos seus efeitos no organismo e particularmente sobre as variações dos valores sanguíneos, contrariamente aos testes clássicos, que procuram vestígios de substâncias proibidas no sangue ou na urina.