A UCI realizou ontem mais uma bateria de controlos sanguíneos, desta feita às equipas AG2R, Fassa Bortolo, Ilhas Baleares, Euskatel-Euskadi e Davitamon-Lotto. Não houve resultados positivos. O "doping", no entanto, voltou este ano a ser tema do Tour, embora o nome de Lance Armstrong, desta vez, não tenha sido arrastado. "As pessoas cansaram-se dessas histórias", atesta Johan Bruyneel, director desportivo da Discovery Channel.
Mas há novas histórias para entreter. David Moncoutié, o herói francês da etapa de 14 de Julho, dia nacional de França, não fez referência específica ao "doping", mas pediu ao público para "tirar as suas conclusões" sobre a média de velocidade que, na maioria das etapas, provou ser demasiada para as pernas francesas. Jerôme Pineau, outro estimado corredor gaulês, afirmou que teria "de baixar a fasquia nas ambições se o ciclismo continuar assim".
A mensagem de Pineau não precisa de tradutor, nem sequer a resposta de Jean-Marie Leblanc, patrão da prova: "Eu não passo o meu tempo nos quartos dos corredores ou nos gabinetes dos médicos. Trinta franceses começaram o Tour mas já cá não está o Jalabert ou o Fignon. Disse ainda que "os franceses deveriam começar a preparar o Tour como Armstrong e Ullrich" e que a falta de sucesso dos compatriotas se deve "aos métodos antiquados dos directores desportivos".
Há um sentimento surdo de revolta no pelotão francês, que sente que há regras distintas para estrangeiros e nacionais. "Por alguma razão o ciclismo francês não evoluiu como no resto do mundo. Hoje em dia a diferença é abismal. Que salto de qualidade deram os norte-americanos, australianos e os da Europa de Leste? Puro desenvolvimento técnico ou há ali uma vantagem escondida?", atira Roger Legeay, director da Credit Agricole. Ao que Bobby Julich, da CSC, responde: "Quando estive na Credit, percebi que não gostavam da pergunta 'porquê?' Quando queria saber porque faziam coisas de certa maneira, respondiam que era assim há 20 anos. Não há aqui questões pouco claras. As equipas francesas é que pararam no tempo."
Caso Frigo
Resta saber que novos tempos são estes. O caso de Dario Frigo é apenas mais uma acha para a fogueira. Rosello Frigo, o pai do ciclista que está sob investigação por "uso de 'doping' e contrabando", declarou à "Gazzetta dello Sport" que teme pela vida do filho. "Dario tem um carácter muito frágil. Tenho medo. Jimenez, Pantani, Vandenbroucke são os exemplos mais trágicos mas quantos corredores têm problemas de depressão? Acho que as drogas que ele tomou contribuíram para o mudar como pessoa."
Sobre o director desportivo da equipa italiana, diz só sentir desprezo: "Gostaria de falar com Giancarlo Ferreti, de o olhar nos olhos. Só ele e eu e, se preferir, com testemunhas. Quero perguntar-lhe se sabe o significado da palavra 'bandido', já que a usou para definir o meu filho. Se sabia algo sobre ele, porque não o disse? Se calhar, porque era um tipo útil para se ter por perto. Porque o recebeu na equipa após ter sido apanhado no "doping" em 2001? Será que tinha uma dívida a pagar porque Dario protegeu nomes importantes?"
Rosello recordou ainda os primeiros passos de Dario no ciclismo e como o gozavam por ter um médico local: "Eles disseram-lhe: vai onde te mandamos ir, porque não podes ir para a guerra com uma pistola de água. Eu disse-lhe que desaprovava o 'doping' e ele respondeu que os adeptos ficavam bem a aplaudir o vencedor. Na primeira vez que foi ao Tour pediu-me para lhe levar drogas. A minha mulher ficou furiosa. Dario vai pagar pelos erros mas não é o único culpado. Os ciclistas deveriam estar calados e acabar com a hipocrisia."
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