Carlos Pinto de Sá, presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, diz que a corrida pode crescer ainda mais
Miguel Indurain, um dos quatro ciclistas que venceram o Tour por cinco vezes, tem o seu nome no palmarés da Volta ao Alentejo. O espanhol, campeão em 1996 da corrida portuguesa, é o nome mais sonante entre outros consagrados que brilharam numa das mais emblemáticas e enraizadas provas do calendário nacional, com quatro décadas de história.
"O balanço destes 40 anos é extremamente positivo. A Volta ao Alentejo é hoje um dos grandes eventos desportivos da região que a prestigia e que a leva mais longe em termos da sua promoção, quer nacional, quer internacional", disse-nos Carlos Pinto de Sá, presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC), proprietária da prova, e edil também da Câmara Municipal de Évora, cidade que tem recebido a consagração final.
"É bom referir que a Volta ao Alentejo nasceu por vontade das autarquias que estavam num processo de democratização do desporto pós 25 de Abril, de garantir o acesso de todos ao desporto. Depois evoluiu, com impacto nacional e internacional, tivemos grandes nomes do ciclismo – sim, Miguel Indurain por exemplo – e mais recentemente, dadas as exigências do ponto de vista da profissionalização, temos a parceria com a Podium, e outra de longa data com a Federação", destaca o autarca, enumerando depois uma série de razões pelas quais há a Volta ao Alentejo.
"Esta prova contribuiu para a cooperação entre os municípios, entre as populações, instituições, criou, diria, fóruns de amizade, de trabalho conjunto, deu e continua a dar um contributo não só para a promoção da corrida, mas também para o próprio desenvolvimento da região". E será uma prova para durar mais 40 anos? "Está no coração dos alentejanos, se me é permitido usar a expressão, portanto queremos que ela não só continue por muitos e bons anos, mas que possa até ganhar outros níveis, que naturalmente não é fácil...".
Regresso de grandes nome
Carlos Pinto de Sá diz que a Volta ao Alentejo voltou a reerguer-se depois da pandemia, e que a CIMAC está apostada "no crescimento e que ela possa não apenas ser aquilo que já é hoje, mas poder evoluir para que possa desenvolver-se e contribuindo para a promoção da região". Mas é possível voltar a ter nomes grandes do pelotão mundial como no passado?
"Precisamos de garantir que a Volta ao Alentejo seja viável do ponto de vista económico-financeiro, garantir essa estrutura é fundamental para que possa crescer. Neste momento, temos uma base que funciona a partir da CIMAC, mas que junta outras comunidades e instituições do Alentejo, portanto a primeira ideia é fortalecer esta cooperação para garantir a robustez dos recursos para a Volta poder passar a outro nível, e nessa medida encontrar as soluções adequadas que podem passar, por exemplo, alterar as datas. Mas neste momento, queremos sobretudo consolidar a Volta ao Alentejo e esta 40.ª edição foi excelente. Passo a passo caminhar para um outro nível".
Estrangeiros elogiamA Volta ao Alentejo de 2023 teve a participação de sete equipas estrangeiras, oriundas de Espanha, Alemanha, Grã-Bretanha, mas também de destinos mais longínquos, como Angola e Colômbia. "O feedback dos estrangeiros tem sido excelente. Destacam o ambiente da própria prova, que dizem ser diferente, para melhor, a forma como são acolhidos, como os alentejanos respondem à corrida, o carinho que demonstram e sentem. Acho que os estrangeiros sentem o Alentejo, que tem uma identidade própria, que transmite a quem é de fora", sublinhou Carlos Pinto de Sá. "Falei com alguns estrangeiros desta edição e de diversas nacionalidades e todos fizeram esta referência, e não me pareceu que fossem palavras de circunstância, era algo que sentiam mesmo. Mas esta opinião já vem do passado, há aqui uma auréola, digamos, especial na Volta ao Alentejo, que tem a ver com esta nossa identidade cultural alentejana que é muito marcante e que passa para a corrida".
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