Ciclista esloveno explica como venceu a etapa 14 do Tour
Tadej Pogacar improvisou este sábado para vencer a 14.ª etapa da Volta a França, com o ciclista esloveno a mostrar-se mais calculista e a saber esperar pelo momento certo para derrotar Jonas Vingegaard, agora seu 'vice' na geral.
Na primeira jornada nos Pirenéus, o camisola amarela não embarcou em ataques loucos e infrutíferos a quilómetros da meta, preferindo aguardar pelos derradeiros 4.000 metros da ascensão a Pla d'Adet para acelerar e deixar definitivamente para trás o dinamarquês da Visma-Lease a Bike, que embora tenha subido à segunda posição da geral, por troca com Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), está já a quase dois minutos do ser arquirrival.
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"Foi instinto", concedeu, ainda assim, o líder da UAE Emirates, depois de cortar a meta em 4:01.51 horas, para festejar, no alto de Pla d'Adet, o 13.º triunfo da carreira no Tour e segundo nesta edição.
Que o campeão do Giro'2024 tinha intenções de ganhar a 14.ª etapa era por demais evidente, até pela entrada ao trabalho de João Almeida a oito quilómetros do alto -- foi por pouco que o português salvou o quarto lugar da geral -, mas a forma autoritária como o fez, ganhando 39 segundos a Vingegaard e 1.10 minutos a Evenepoel, respetivamente segundo e terceiro na meta, não deixou de surpreender.
"A ideia era sprintar no final e ganhar alguns segundos, mas assim é muito melhor", congratulou-se o ciclista que lidera a Volta a França ininterruptamente desde a quarta etapa - tinha vestido a amarela também depois da segunda - e que, agora, tem 1.57 minutos de vantagem sobre o bicampeão em título e 2.22 sobre o líder da juventude.
Depois de a covid-19 causar mais uma baixa de renome, com Thomas Pidcock (INEOS) a desistir antes da etapa por estar infetado -- e o seu companheiro Geraint Thomas, campeão do Tour'2018, a alinhar apesar de estar positivo -, os 151,9 quilómetros entre Pau e o alto de Pla d'Adet foram atacados desde o início, sem que a fuga se formasse até ao quilómetro 40, por autoria do campeão mundial Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck).
Após várias configurações, a escapada chegou ao sopé do mítico Tourmalet com quatro minutos de vantagem para o pelotão e 19 integrantes, entre os quais o campeão português Rui Costa e o seu companheiro Ben Healy (EF Education-EasyPost), Magnus Cort (Uno-X), Michal Kwiatkowski (INEOS), David Gaudu (Groupama-FDJ), Alexey Lutsenko (Astana) ou Louis Meintjes (Intermarché-Wanty).
Mas a impiedosa subida de categoria especial e 19 quilómetros de extensão selecionou o grupo da frente e condenou Costa, assim como o doente Thomas, que descolou a 70 quilómetros da meta - perdeu mais de meia hora no final. A 800 metros do alto do Tourmalet, Gaudu atacou para ser o primeiro a coroar o mítico 'porto', numa anunciada candidatura à camisola da montanha, mas foi surpreendido por Oier Lazkano (Movistar).
Com um inesgotável Nils Politt (UAE Emirates) a impor o ritmo no pelotão - esteve praticamente uma centena de quilómetros a desempenhar essa função -, os fugitivos abordaram a ascensão a Hourquette d'Ancizan com menos de três minutos de vantagem, uma margem que foi caindo também devido aos ataques no grupo, que deixaram na frente Gaudu, Kwiatkowski, Lazkano, Cort, Meintjes e Healy.
Mais conservadora do que em jornadas anteriores, a UAE Emirates acelerou apenas na aproximação à última dificuldade da etapa, os 10,6 quilómetros até ao topo de Pla d'Adet, que os fugitivos começaram a escalar com pouco mais de um minuto de vantagem para o grupo do camisola amarela, uma diferença que ainda fez o irlandês da EF Education-EasyPost, o último dos resistentes, sonhar com a vitória na etapa e com uma entrada no top 10 da geral que não aconteceu.
João Almeida foi chamado ao trabalho demasiado cedo, a oito quilómetros do alto, denunciando as intenções de Pogacar de tentar ganhar no alto, depois de há três dias ter sofrido uma derrota inesperada diante do dinamarquês da Visma-Lease a Bike. Depois de muito conversar com o seu líder, foi a vez de Adam Yates atacar, obrigando as outras equipas a perseguir.
O ataque do britânico, atual sétimo classificado e terceiro na passada edição, foi fatal para Healy e um prenúncio do que se ia seguir: 'Pogi' atacou, 'engatou' no seu companheiro, para o deixar instantes depois, perante a aproximação de Vingegaard e Evenepoel, os únicos que conseguiram responder, ainda que à distância, ao esloveno.
O belga, claramente a grande surpresa desta edição do Tour, acabaria por não conseguir acompanhar a pedalada de Vingegaard, que mesmo a solo não alcançou Pogacar. Com o pódio da geral cada vez mais consolidado, foi por pouco que João Almeida, 12.º a 01.31, não perdeu o quarto lugar para Carlos Rodríguez (INEOS): o português, que está a 06.01 minutos do seu líder, tem apenas oito segundos de vantagem para o espanhol, que hoje foi quarto na tirada.
Depois de andar em fuga, Costa foi 70.º, enquanto Nelson Oliveira (Movistar) terminou no 85.º lugar, com ambos a integrarem o top 50 da geral antes de nova jornada pirenaica.
No domingo, a 15.ª etapa vai ligar, ao longo de 197,7 quilómetros, Loudenvielle ao Plateau de Beille, a contagem de montanha de categoria especial a que os ciclistas vão chegar depois de ultrapassarem os Col de Peyresourde, Menté, Portet d'Aspet e Agnes, todos de primeira.
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