Ciclista espanhol venceu etapa na Torre e vestiu a amarela, dedicando à mãe e à avó
O dia de Alejandro Marque começou com intranquilidade e terminou com uma "alegria imensa", depois do ciclista espanhol ter vencido na Torre e ter vestido a amarela, um duplo triunfo que dedicou à mãe e à avó.
"Hoje, quando levantei os braços, passaram-me muitas coisas pela cabeça, fiquei muito contente. Ainda não tive tempo de acreditar nesta vitória. Suponho que agora, quando chegar ao hotel, pensarei no que fiz e no que alcancei, e saborearei mais esta vitória", contou aos jornalistas, depois de subir ao pódio no final da terceira etapa da 82.ª Volta a Portugal.
A viver um dos seus sonhos, o de vencer no Alto da Torre, Alex, de 39 anos, salientou que "as vitórias são muito difíceis".
"E a minha última vitória tinha sido em 2018, na Volta à China, e desde aí não voltei a vencer. Às vezes, sabes o trabalho que há por trás durante todo este tempo, por isso voltar a sentir essa adrenalina que te dá uma vitória e toda a recompensa do esforço do dia a dia, é uma alegria imensa", descreveu o corredor do Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel.
Dono do sorriso mais conhecido e expressivo do pelotão, o galego, que cumpriu os 170,3 quilómetros entre a Sertã e a Torre em 04:59.10 horas, reconheceu que "é um bocado descafeinado" festejar de máscara.
"Mas se olharmos para trás, para o ano passado, em que estávamos aqui sem público, ver milhares de pessoas na estrada já é uma vitória. Nós também nos sentimos muito mais apoiados e mais recompensados", contrapôs.
Enquanto se aproximava da meta, Marque tocou no capacete, como que incrédulo, antes de celebrar, de dedos apontados para o céu, o triunfo na etapa e o reencontro com a camisola amarela, que vestiu no pódio final da edição de 2013 da Volta a Portugal.
"Pensei na minha mãe, que morreu depois de eu ganhar a Volta a Portugal. Foi um ano muito duro. Anos depois, faleceu a minha avó, que era como uma mãe para mim. Foram os dois golpes mais duros que tive no âmbito familiar e nos últimos dois quilómetros fui-me lembrando sempre delas. E da minha mulher, que está sempre a apoiar-me", contou.
Alex não quer pensar numa eventual reedição de 2013, preferindo ir "dia a dia", porque "a Volta é muito comprida, os rivais também estão muito fortes, e nenhum ciclista, nenhuma equipa" vão facilitar a vida ao Tavira.
"Por agora, tenho a amarela, vou desfrutar amanhã [domingo] dela", completou.
E o dia até nem tinha começado bem para Marque, que, tal como todos os elementos da sua equipa, assim como da W52-FC Porto e da Movistar, foi submetido a um teste rápido de deteção do novo coronavírus, depois de a Caja Rural, com quem as três formações partilharam unidade hoteleira, ter desistido da prova devido a dois casos de covid-19.
"O problema está aí, temos de viver com ele. É claro que até termos todos os resultados, sentimo-nos intranquilos, porque todo o nosso esforço pode ir água abaixo. Tivemos a sorte de nenhum de nós ter estado em contacto com essas pessoas [positivos da Caja Rural]. Foi um alívio sabermos que estávamos todos bem", assumiu.
O novo camisola amarela confessou ainda que "foram uns 15 minutos longos" enquanto esperava pelo resultado.
"Estava a ficar impaciente, dizia ao Vidal [Fitas, diretor desportivo] para ir confirmar se os resultados já estavam", admitiu.
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