Há três anos foram conseguidas quatro medalhas (duas de ouro e duas de bronze) e 12 diplomas
Portugal parte para os Jogos Surdolímpicos de Tóquio com dois medalhados na comitiva e com o "objetivo ambicioso" de superar os melhores resultados de sempre na competição, conseguidos há três anos, em Caxias do Sul, no Brasil.
"Superar os resultados de Caxias do Sul é certamente um objetivo ambicioso, mas contamos com a motivação de atletas e treinadores, com a sua dedicação contínua e que o trabalho até aqui efetuado se traduza em resultados. Será neste sentido que toda a missão se encontra focada", referiu Susana Lourenço, chefe da missão portuguesa, à agência Lusa.
Depois de há três anos ter saído de Caxias do Sul com os melhores resultados de sempre na competição -- quatro medalhas (duas de ouro e duas de bronze) e 12 diplomas -- Portugal chega com 13 atletas, de cinco modalidades aos Jogos Tóquio2025, que decorrerão entre sábado e 26 de novembro.
Susana Lourenço assegura que os objetivos da missão nacional em Tóquio são "representar Portugal com orgulho e dignidade, promovendo os valores olímpicos, alcançar os melhores resultados possíveis, recordes pessoais, promover o desenvolvimento do desporto no país, inspirar a juventude surda e demonstrar o talento e a dedicação dos atletas portugueses a nível internacional".
Numa competição em que Portugal soma 17 subidas ao pódio e vai marcar presença pela nona vez, Susana Lourenço não assume um objetivo quantificável em relação a medalhas, e prefere não destacar nenhum dos 13 atletas da comitiva, que tem um total de 36 elementos.
"Todos ambicionamos medalhas e diplomas, pois são o resultado do trabalho efetuado até aos Jogos, porém estamos a falar de desporto ao mais alto nível, podendo apenas garantir que daremos o nosso melhor e acreditamos no potencial dos nossos atletas", afirma.
Susana Lourenço, que enquanto nadadora participou em quatro Jogos Surdolímpicos, explicou que "em termos de bolsas de apoio à preparação, as bolsas dos atletas surdolimpicos, bem como dos treinadores estão equiparadas às de olímpicos e paralímpicos", uma realidade que a deixa feliz, mas assume que ainda há caminho para fazer no que diz respeito ao "apoio à preparação".
A chefe da missão portuguesa à maior competição mundial para a deficiência auditiva, que não integra o programa dos Jogos Paralímpicos, considera que "o desporto surdolímpico em Portugal tem vindo a registar uma evolução significativa nos últimos anos, sobretudo no que respeita ao reconhecimento institucional e aos apoios financeiros" e lembra: "Durante cerca de duas décadas, o suporte era escasso ou mesmo inexistente, o que dificultava seriamente o desenvolvimento de projetos, a realização de treinos adequados e a participação em competições internacionais".
"Atualmente, verifica-se uma crescente sensibilização por parte das entidades públicas para a importância de apoiar atletas surdos. Esta mudança tem sido determinante para garantir a participação de Portugal nas competições internacionais", indica, manifestando um receio: "Preocupa-me que a crescente melhoria de condições não seja acompanhada do aumento do número de praticantes e por consequência do número de atletas a representar Portugal nestas competições".
Aos 37 Anos, Susana Lourenço assume que a chefia da missão é uma experiência que a enche "de orgulho e motivação", e uma oportunidade de continuar a fazer parte do universo surdolímpico, "desta vez com a função de liderança e apoio aos atletas e à equipa".
"Estou ansiosa para, em Tóquio, vivenciar os melhores momentos de sempre, assim como nos jogos anteriores, mas com a certeza de que esta nova fase será ainda mais enriquecedora. Este desafio reforça o meu compromisso com o desporto e com a comunidade surda, e estou preparada para dar o meu melhor nesta importante jornada", garante.
Os Jogos Surdolímpicos Tóquio2025 marcam o centenário desta competição multidesportiva, cuja primeira edição decorreu em 1924, com a capital japonesa a acolher aproximadamente 3.000 atletas de cerca de 80 países, que competirão em 21 modalidades distribuídas por 17 arenas.
O evento é organizado pelo Comité Internacional de Desporto para Surdos (ICSD), criado em 1924 e que em 1955 foi admitido pelo Comité Olímpico Internacional (COI) como federação internacional.
Para participar nos Jogos, os atletas devem ter perdido 55 decibéis no seu "ouvido melhor", não sendo permitido o uso de quaisquer aparelhos ou implantes auditivos.
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