Começou com um desaire o quarto dia de Portugal nos Mundiais de kickboxing da WAKO. Ainda assim, apesar de ter sido batido nas meias-finais de Light Contact (-63 kg), o veterano Emanuel Cortes vai para casa com uma medalha de bronze de Masters no bolso. Diante do azeri Eduard Mamedov, uma lenda da modalidade na Europa (foi 25 vezes campeão mundial absoluto), o português queria vingar o desaire de há dois anos, em Albufeira, mas acabou por não conseguir, ao ser batido por 3-0, numa luta na qual chegou a estar em vantagem.
"Não me saiu como estava à espera, como me preparei. Cometi alguns erros no combate. Já tinha prevista esta luta, já me tinha preparado para ele. Era perante um adversário, o Eduard Mamedov, que já tinha defrontado em 2023. Na altura fui desclassificado. E desta vez senti que vinha mais preparado, mas cometi alguns erros - que assumo - e, por essa razão, acabou por virar o jogo. Levei pontos negativos e acabei por perder. É uma pena, veremos o que futuro diz. Fica um sabor amargo, verdade seja dita", assumiu-nos o lutador de 45 anos, natural de São Teotónio (Odemira).
Com mais de 30 anos ligado ao kickboxing, Emanuel Cortes é um verdadeiro apaixonado pela modalidade. Para lá de competir como veterano, é também treinador no Clube de Artes Marciais do Sudoeste e, igualmente, o selecionador nacional de tatami. Muitas funções a conciliar e que, confessa, fazem ponderar bem quanto a uma terceira aventura num Mundial Master.
"Uma das coisas que me causa dificuldade é ser selecionador nacional. Estar a preparar e trazer atletas e, ao mesmo tempo, competir é uma tarefa difícil. Porque o foco é diferente e isso retira-nos algo em alguns contextos. Veremos... Gostava de voltar a competir. Adoro treinar, adoro competir, adoro estar em forma, sinto-me magnífico. Sinto que esta prestação não revela aquilo que consigo fazer realmente. Talvez..."
Mas, então, como é que se mantém a motivação para treinar/competir após mais de 30 anos de modalidade, com tantas tarefas pelo meio? "A motivação é inata. Eu adoro treinar. É das coisas que mais gosto. É uma modalidade que amo e que ponho à frente de muitas coisas na vida. Teria de deixar de ser eu para que esta motivação mudasse. Competir é uma motivação extra, uma forma de me manter mais disciplinado do ponto de vista pessoal e também de ter um ritmo para estar na cadência certa para treinar. Há as lesões, mazelas dos tempos... Mas a motivação não vai embora. Porque, independentemente de continuar a competir ou não, vou continuar a treinar sempre com a mesma gana", confessou.
Com três décadas de kickboxing, com 11 títulos nacionais e uma presença na altura histórica nos quartos-de-final de um Mundial em Point Fight em 2008, Emanuel Cortes já viu várias gerações na modalidade e é com otimismo que olha para a atual. "Os nossos atletas reinventam-se. Alguns, os que participaram em 2023, agora reinventaram-se, vieram com outra forma, nomeadamente Catarina [Dias] ou a Sofia [Oliveira]. Tiveram outro nível. Os outros estão cá para ganhar experiência, competir pela primeira vez. Não é demérito nenhum perder aqui na WAKO. É muito difícil, ganhar uma eliminatória aqui é algo fantástico. É preciso perceber que estão aqui atletas que são campeões de diferentes modalidades, chegam aqui e não passam a primeira eliminatória. O crescimento vai acontecendo com o tempo. Um colega espanhol um dia disse que precisou de 15 anos para ser campeão do mundo. Acho que devemos continuar a apoiar e apostar na nossa modalidade, que tem muito para crescer", finalizou.
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