Carlos Ramjanali vê EAU como ponto estratégico para o futuro: «Há aqui muita gente experiente e com bastante visão»

Empresário português, membro do board da WAKO, diz que a geografia global do desporto vai mudar

Balanço muitíssimo positivo. É desta forma que Carlos Ramjanali analisa o UAM Fight Night K1 Pro, evento que reuniu no último sábado, em Abu Dhabi, um cartaz repleto de talento, do qual André Santos saiu novamente com o título de Welterweight.

"Como organização foi uma prova imaculada, o balanço é claramente positivo e acredito que aqui seja sempre a melhorar. Já não é a primeira vez que a WAKO Pro se associa à federação dos Emirados Árabes Unidos para realizar aqui provas em Abu Dhabi. A evolução do desporto em geral e do kickboxing em particular aqui foi meteórica. Os detalhes desta prova, que puderem ser comprovados pela transmissão no Record, colocam esta organização num patamar difícil de encontrar na Europa. Estão todos de parabéns e estamos felicíssimos de poder contribuir para este sucesso muito merecido", assumiu o empresário, uma lenda viva da modalidade, que como fã gostou também do que viu no ringue.

"Do melhor que há. O 'match making' foi bastante interessante. 20 nações representadas, perto de uma dezena de finalistas do Mundial da WAKO que se realizou em Albufeira e a unificação de um título que, felizmente e com muito mérito, veio para um atleta português, que foi o André Santos. Tivemos algumas surpresas interessantes, incertezas, combates renhidos, espetáculo, bons tecnicistas e KOs. Os ingredientes todos que elevam esta modalidade estiveram aqui. Uma palavra para o Leandro Miranda e para a Débora Évora que, apesar de não ganharem, estiveram muito à altura da prova e deixaram uma enorme imagem aqui".

Carlos Ramjanali tem sido, enquanto membro do board da WAKO, um elemento fundamental na ligação com os Emirados Árabes Unidos, um país que considera ter tudo para assumir um papel fundamental no futuro. "Arrisco-me a dizer que a geografia global do desporto em geral, em concreto o nosso, vai mudar nos próximos anos. Digo sem muitas dúvidas, os investimentos aqui são enormes e feitos de uma forma bastante sólida e inteligente. Aqui há condições de treino, segurança, equipamentos e, acima de tudo, vontade em aprender e crescer. Já trabalha aqui muita gente experiente e com bastante visão. Geograficamente está numa posição estratégica que une Europa, Ásia e África. Deste ponto de vista já está a facilitar."

Já quanto ao futuro imediato, o empresário português revelou ainda que estão "já agendadas seis provas anuais, umas em Abu Dhabi e outras no Dubai", isto para lá do Mundial de 2025. "O apoio e ‘empowerment’ que o estado dá a este desporto e o que com isso ganha em termos de notoriedade e desenvolvimento da modalidade deve fazer corar de vergonha muitos que não sabem ver o desporto nem os seus benefícios".

E há ainda outras possibilidades em aberto, tanto nos EAU, como noutros mercados. "Posso dizer que já surgiu uma proposta para um titulo europeu de profissionais, na sequência desta prova, para se realizar potencialmente em Abu Dhabi, para um atleta português e a unificação de outro titulo. Mas primeiro todos os intervenientes têm de aceitar e só depois anunciaremos. Mas a competição aqui vai ser regular. Foi assim que em Portugal nasceram e cresceram muitos atletas titulados, como o Francisco Maximiano, o João Diogo, o Arnaldo Silva entre muitos outros daquela geração: com muita rodagem, muito ringue e muitos combates.  Cimentámos aqui, também, a parceria da WAKO Pro com três promotores bastante relevantes, um deles já é público, que é o K1. Penso que em março podemos falar mais sobre isso".

Por Fábio Lima
Deixe o seu comentário
Newsletters RecordReceba gratuitamente no seu email a Newsletter Porto ver exemplo
Ultimas de Desportos de combate
Notícias
Notícias Mais Vistas