Portuguesa juntou o ouro dos World Games ao título também no Mundial de kickboxing da WAKO
Catarina Dias viveu em 2025 um ano de sonho. Um ano dourado. Depois do título nos World Games, fechou 2025 com a conquista do Mundial de kickboxing da WAKO em K1 -70kg, com uma caminhada rumo ao topo do mundo na qual deixou pelo caminho adversárias poderosas, especialmente nas 'meias' e na final, onde superou a 1.ª e a 3.ª do ranking mundial de K1 -70kg (Polina Grossman e Aleksandra Krstic, respetivamente) - na primeira ronda afastou ainda a finlandesa menos cotada Elli Eloranta. No final, já com a medalha de ouro ao peito, a sensação era de orgulho e de missão cumprida.
"É um sonho realizado. Procuro isto há muito tempo. Significa que todo o trabalho que fizemos até aqui resultou e estou muito grata por isso, por todos aqueles que me apoiam diariamente, todos aqueles que treinam comigo, todas as pessoas que fazem parte da minha vida, sou-lhes muito grata por isso, porque sem eles também é impossível chegar ao topo, principalmente o suporte familiar", confessou-nos a atleta do Ginásio Clube Mirandelense.
Com dois ouros no currículo deste ano, Catarina Dias assume que não consegue escolher entre um e outro. "São duas medalhas especiais. Na China foi bastante duro: uma viagem muito intensa - esta também foi -, mas foi a primeira vez que ganhei ouro e vai ficar para sempre recordado por ser a primeira vez. E, claro, aqui também foi a primeira vez que ganhei um ouro neste campeonato. Sabem as duas de igual forma, emocionei-me nas duas, o sentimento é o mesmo e não há palavras para descrever este sentimento. É um ano dourado no desporto e em tudo. Tendo saúde e tendo a família por perto... Ser bem-sucedida no desporto ainda faz de mim a mulher mais feliz do mundo neste momento".
E falando em mulheres, a atleta transmontana ajudou também a uma página de história em Abu Dhabi, com a conquista dos dois primeiros títulos femininos de sempre do kickboxing nacional (depois de Sofia Oliveira, minutos antes da sua luta). E isso, assume, tem uma mensagem clara. "Só demonstra que nós somos muito resilientes. Significa muita paixão, muita dedicação, o abdicar de muitas coisas. Ganhar ouro acaba por compensar isso tudo, porque durante o ano só trabalhamos basicamente para isto. Apesar de termos o nosso trabalho, que é o nosso ganha-pão, o nosso rendimento... Isto, o kickboxing, é um hobbie, faz de nós uns seres mais poderosos. E a Sofia ter ganho, ela é pioneira. Fiquei muito feliz por ela. Ela merece também, porque também trabalha muito para isto. E fico muito feliz por sermos as duas premiadas hoje."
Na luta de hoje, ante uma oponente sérvia que ocupa a 3.ª posição no ranking mundial, Catarina Dias venceu por 3-0 e sempre mantendo-se no comando do jogo. Mesmo assim, a luta foi tudo menos fácil. "Ela é uma atleta bastante experiente, bastante dura. Das três com as quais joguei, é a mais dura, a que bate com mais potência. Também é a mais constituída, mas senti que estive sempre na liderança, porque ela também tem um certo respeito por mim. Sabe perfeitamente que eu posso com ela, estou preparada para isso. Senti sempre que estive no comando do início ao fim, apesar de ter tentado acabar ali o combate com um golpe mais fechado, um gancho para eu ficar um bocado abalada. Mas foi tudo uma questão de segurança, mantê-la na minha distância. Estive sempre na minha zona confortável, apesar de ainda sentir ali uma ou duas mãos dela com bastante potência", confessou.
Aí, a importância dos técnicos José Pina e Raúl Lemos ajudou. " O canto também estava bastante tranquilo, fomos bastante ponderados e estou muito feliz, estou muito feliz. Gostei de fazer a final com a atleta da Sérvia, porque ela sempre foi uma referência feminina no kickboxing para mim, porque já foi muitas vezes medalhada e é uma atleta super bem treinada, com bastante garra. E chegar aqui e ganhar à campeã do mundo de 2023, sendo ela várias vezes campeã, isso faz de mim ainda mais orgulhosa de mim mesma."
A importância de quem sempre esteve a seu lado
O ano foi de ouro e Catarina Dias reconhece que o trabalho não foi apenas seu. E há um nome que se destaca. José Pina. Um dos nomes mais lendários do kickboxing nacional e que foi o responsável por colocá-la no caminho da modalidade e a acompanha desde sempre.
"Sem ele aqui seria impossível, porque faz falta a sua parte de brincalhão, o apoio, o carinho. E a paixão que ele tem por isto, na verdade. São muitos anos. Ele já foi campeão do mundo e a sua mulher também, a Sónia Pereira, e para eles isto é muito gratificante. Porque passaram por isto como atletas, Principalmente o meu mestre passou como atleta e agora está a passar por treinador - e está a fazer um excelente trabalho. Sou-lhe muito grata, porque sem ele seria impossível. Também sou muito grata ao Raul e à Federação por me dar a oportunidade de estar aqui. Foi um orgulho representar Portugal. E, claro, dá para mostrar a nossa raça, do que somos feitos. E, principalmente, também representar as mulheres de Norte. A Sofia também é de Norte, sinto-me muito feliz por isso. Somos duras, dedicadas, corajosas. E, para acabar, o meu mestre: é o que eu digo, sem ele aqui seria impossível, porque ele é o nosso ponto seguro, a nossa segurança. E como ele trabalha comigo diariamente, a voz dele ali no canto também é essencial. E sou-lhes grata por tudo. Porque sem eles, isto seria impossível", finalizou.
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