Carlos Ramjanali não tem dúvidas e anuncia uma etapa do K1 Japão em Portugal já em 2025
Portugal vai marcar presença no Campeonato da Europa de Kickboxing de Juniores, Juvenis e Cadetes que se vai realizar em Itália a partir da próxima sexta-feira. Com uma comitiva bastante alargada, com cerca de 30 atletas, o nosso país procura bons resultados, ainda motivados pela recente medalha de ouro conquistada por Catarina Dias nos Jogos Mundiais, em Chengdu, na China.
Para Carlos Ramjanali, membro do board da WAKO, há uma responsabilidade acrescida para o kickboxing nacional. “Há essa responsabilidade sim, não só pela medalha da Catarina, que muito nos orgulhou, como também pela performance positiva do Iuri Fernandes e da Sofia Oliveira, que se bateram com os melhores do mundo nos Jogos Mundiais. Há muito mérito dos treinadores e clubes que preparam os atletas para estes feitos, alguns em condições bastante adversas e, nesses Jogos em concreto, com muitas dúvidas que abalaram a preparação. Penso que ainda não o disse publicamente, mas quero deixar claro e registado o meu enorme agradecimento à estrutura da Secretaria de Estado do Desporto e ao Comité Olímpico Português, que foi particularmente incansável no apoio aos atletas, integrados à última hora, mas acarinhados por todos. O apoio médico, a logística, a forma como trataram os atletas deixaram-me particularmente orgulhoso e renovei a crença nas instituições públicas", confessou.
Neste contexto, o regresso às origens em que Portugal deixava uma imagem positiva e premiada nas competições onde ia, é para manter. “Para este Europeu, em que os atletas são muito jovens, é uma oportunidade de retomar a tradição dos bons resultados que historicamente nos acompanham nestas provas em que muitos atletas nacionais foram medalhados. Recordo-me do Fernando Zenga, campeão do mundo de juniores, que repetiu em seniores, o João Diogo, atual presidente da FNKDA, que foi bronze em 1999, o Luis Dinga Reis, o Diogo Calado, o Rui Botelho, que ainda agora brilha no One Championship, a Sofia Oliveira, uma das referências atuais na sua categoria de peso, e muitos outros que marcaram desde cedo a pegada lusa nos escalões de formação da WAKO”, adiantou.
Medalhados com hino
Uma das novidades nesta prova é que a comitiva portuguesa já pode usar livremente a bandeira ou ouvir o hino, caso algum atleta ganhe o ouro. “Isso é uma enorme conquista para esta geração que tem vindo a competir em condições adversas há três ou quatro anos. Finalmente as comitivas que vão a estas provas são reconhecidas e podem orgulhar-se do país que representam. Desde dia 1 de agosto que a legalidade foi reposta e a federação que tutelava esta modalidade, na nossa perspetiva ilegalmente, deixou de o fazer. A fraude que fazia ciclicamente, em levar atletas a provas piratas, ditas competições oficiais, que colocavam até em risco a saúde dos atletas pela sua falta de regulação, foi desmascarada com muita verdade política, com enorme base legal e com justiça aos atletas, acima de tudo”, referiu.
Esta medida, que retirou a utilidade publica desportiva na modalidade do Kickboxing à Federação que a tutelava, abriu um vasto leque de perspetivas e caminhos no kickboxing nacional. “Em primeiro lugar, penso até que foi a primeira medida, foi ter sido aceite o registo de Federação Nacional de Kickboxing e Disciplinas Associadas. A legalidade foi resposta e acabaram-se as narrativas de conveniência dos detratores. Com esta medida do Governo há mais vantagens colaterais. Portugal vai ter mais presença nos órgãos de decisão da WAKO. A Nádia Barrelas, atleta da KO TEAM, por exemplo, está nas listas de integrar o board da WAKO Europa que vai ter eleições nesta semana e alguns outros nomes estão apontados para as comissões internacionais, seja nas técnicas como na arbitragem ou outras. Portugal passa a ser mais relevante nos órgãos decisores da federação internacional porque, também, passou a ser mais credível com as medidas que foram tomadas por este Governo. Deixámos de ser vistos como um país de compadrios para passarmos a ser vistos como um país com coragem e que cumpre a legalidade”, assumiu.
K1 em Portugal e a Liga de Clubes na forja
Com facto de o kickboxing voltar a “ser livre”, como mencionou Ramjanali, as portas para outras competições e eventos ficam abertas sem os problemas do passado. “Fizemos em Portugal o campeonato do Mundo de Kickboxing em Albufeira em 2023 e fomos tratados como párias, sem apoios de relevância, com ameaças de encerrarem o evento quando trouxemos um dos melhores meses de novembro em hotelaria dos últimos anos naquele município. 'Mexemos', na data, mais de 3 mil pessoas de 78 países e recebemos em troca chantagens, denúncias, ameaças e pressões”, vincou.
Hoje a história é outra e as oportunidades para Portugal multiplicam-se. “Sim, se no plano desportivo vamos fazer mais força para colocar Portugal no mapa dos grandes eventos, também no plano mais académico sucederá o mesmo com a organização de colóquios, reuniões técnicas e estratégicas em Portugal”, mencionou, ressalvando que do ponto de vista do kickboxing classe A, o profissional, Portugal vai receber uma das grandes provas históricas do kickboxing mundial.
“Sim, está confirmada uma etapa do K1 Road to Japan em território português. Vai ser histórico, vamos definir nos próximos dias qual das duas categorias de peso vamos receber mas é um orgulho entrarmos neste mapa. Foi com esta prova que o kickboxing ganhou tração mundial, foi esta competição que catapultou esta modalidade para outra dimensão e acreditamos que vai voltar a fazê-lo a muito curto prazo. Aliás, além do K1, temos outro evento na forja que vai colocar Portugal no epicentro dos desportos de combate a nível mundial e contamos anunciá-lo durante este mês ou o próximo”.
O projeto da Liga de Clubes também vai arrancar mas o prazo ainda não está claro. “É difícil dizer porque entronca num projeto inspirado na Champions League que estamos a desenhar a nível global dentro da estrutura da WAKO Pro com o apoio de duas entidades externas, uma delas podemos revelar, é o mestre Ishi, fundador do K1. Nesta fase está nos rascunhos e à espera de luz verde de um dos parceiros para poder arrancar rápido”.
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