Lutador português está em Ponferrada há sete meses e não se arrepende da decisão
Aos 24 anos, Leandro Miranda é um dos nomes da nova geração de kickboxers portugueses, que para encontrar uma possibilidade de seguir carreira na modalidade foi forçado a atravessar a fronteira para se radicar em Espanha, na cidade de Ponferrada. É por lá que, na companhia da sua namorada Inês Daniela, e ainda de Débora Évora e Miguel Trindade, vai trabalhando para conseguir chegar ao topo. No último sábado, em Abu Dhabi, tentou dar um passo nesse sentido, mas acabou derrotado numa luta com um resultado que não concordou.
E mesmo que esse passo não tenha sido bem sucedido, o lutador natural de Rio Tinto não desiste, até porque desde cedo que tem como objetivo singrar na modalidade. "Tem sido uma carreira de altos e baixos. Comecei aos 12 anos, mas só levei mais a sério a partir dos 16 ou 17 anos, quando comecei a competir. O kickboxing esteve sempre presente, nunca pensei em mudar [de modalidade]".
A vida no kickboxing começou no Porto, mas há sete meses decidiu tomar a decisão de mudar-se para Espanha. Não foi por falta de qualidade de onde estava. "De onde vim, tinha boa gente para o sparring, a Elite 36 tinha muita boa gente para treinar, instalações fantásticas". Mas, então, o que levou à mudança? "A visão do Diego e do Tito, com muita experiência nos combates, tanto a lutar como treinadores, era uma coisa que me faltava. A este nível o detalhe faz a diferença".
Diego e Tito fazem parte do MAMBA BFC e foram eles quem levou Leandro para Espanha, mas também houve influência de Miguel Trindade, lutador português que foi o primeiro a dar o passo de ir para Ponferrada. "Na altura da Covid ele foi lá e depois fui eu. Foi lá que fiz a minha estreia profissional. Começámos a ir lá várias vezes lutar. Começámos a criar amizades com o Diego, o Tito. O Miguel foi uma primeira vez, ficou uns meses e voltou. Eu igual. Ficamos apaixonados por aquilo, pelas pessoas, pelos treinos, com as oportunidades que o Diego nos apresenta. E tivemos de mudar-nos para lá".
"Eu fui no timing certo. Não tinha nada a perder: fui com 0, voltava com 0, não vinha com -1. Vir com 1 já é vitoria, mas é preciso sair da zona de conforto. Não podes estar confortável, porque o conforoto é perigoso, nunca te deixa evoluir, porque ficas estagnado, ficas acomodado. Nunca vais conseguir dar o passo a seguir".
Estar longe do Porto é complicado, mas também tem aspetos positivos do ponto de vista profissional. "Estás fora da tua zona de conforto. Estás lá 24 horas/7 dias para lutar. Acordo, vou treinar, durmo a sesta - que já estou espanhol (risos) -, treino à tarde... Ao domingo não saímos porque estamos mortos e ficamos a descansar. É uma vida para isto".
Uma vida que faz ao lado da namorada, a também kickboxer Inês Daniela. "Já estive sozinho nos primeiros 3 meses. Está mais confortável, temos mais portugueses. Só aquilo de faltar português é um conforto maior." Um conforto que também encontra pela própria cidade em que está a viver. "É muito pequenina, tem 60 mil habitantes. Não tem nada para fazer. Só é mesmo para treinar, estamos lá para aquilo. Não há cá distrações, só treinas, dormes e comes."
A fechar, Leandro Miranda aborda a atualidade do kickboxing português e revela algo curioso que o seu treinador Diego lhe diz. "O Diego faz uma comparação muito curiosa... Em Espanha há muitos atletas, muitos lutadores por cada categoria, uns 20, 30, com muitas oportunidades para lutar. Em Portugal por categoria há 1, mas esse 1 ganha aos espanhóis todos. Temos 1 muito bom, mas que não se destaca porque não tem as oportunidaes dos outros fora. Por isso abandonam a modalidade. Há muitos que se retiram antes de poder explodir. Nunca tiveram oportunidade e depois os treinadores não têm noção como se faz. Há sempre uma dificuldade para dar o passo. Podíamos ser uma potência muito forte, tanto no muay thai, kickboxing ou MMA. Mas falta aquele passo das pessoas explodirem. Chegam àquele limite e não passam daquela linha. Pelas oportunidades, pelo trabalho mais seguro. Há vários exemplos, como o Pedro Carvalho ou o Manel Kape..."
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