Antidoping (ADoP) tem orçamento de dois milhões de euros e ataca em todas as frentes

Assinado protocolo da criação de uma pós-gradualção no combate à dopagem

• Foto: Fernando Ferreira

Portugal deu esta terça-feira mais um passo no combate ao doping, com a criação de uma pós-graduação na prevenção da dopagem, numa parceria entre a anfitriã Faculdade de Motricidade Humana (FMH), Autoridade Antidoping (ADoP), Comité Olímpico de Portugal (COP), Comité Paralímpico de Portugal (CPP) e Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), que assinaram o protocolo com a presença de João Paulo Correia, secretário de Estado da Juventude e Desporto.

"Não bastam os controlos. Temos de apostar na educação, com caráter decisivo no controlo da verdade desportiva e saúde dos praticantes", sustentou a Record Manuel Brito, presidente da ADoP, a revelar que as verbas do organismo foram reforçadas pelo Governo em 60%, para um total de dois milhões de euros por ano.

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"Tivemos uma avaliação muito boa do Conselho da Europa, sendo um exemplo para ser seguido por outros países. Também começámos a colocar técnicos e dirigentes em posições internacionais, na área laboratorial e jurídica", revelou Manuel Brito.

O combate ao doping é cada vez mais sistemático, com recurso ao passaporte biológico, no ciclismo – custa 120 mil euros anuais –, e no futebol, havendo grande cooperação entre ADoP, Polícia Judiciária e Ministério Público.

"Estamos no topo da inovação e a liderar o combate antidoping na lusofonia, a formar técnicos do Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé", adiantou Manuel Brito.

Em nome da FMH, Luís Sardinha acredita no projeto: "É bom que as pessoas estejam informadas e que se abstenham de práticas ilícitas, pois há muitas soluções saudáveis para o atleta trabalhar com vista à superação."

Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), pugna por um ciclismo limpo: "Fomos a modalidade mais castigada, mas fomos mais longe, adotando as medidas da UCI e das equipas World Tour, tendo havido 300 controlos fora de competição a 93 ciclistas. Temos de defender o futuro das novas gerações, que não podem ser penalizadas pelos erros das anteriores. É um direito que lhes assiste, a paixão e o desejo por um ciclismo limpo."

João Paulo Correira, por sua vez, elogiou a ADoP por corresponder às exigências internacionais, designadamente por parte da Agência Mundial Antidopagem (AMA): "Portugal investe na luta antidoping e reconquista a credibilidade internacional na defesa da verdade desportiva."

Refira-se que Portugal recuperou, em setembro de 2022, a acreditação do Laboratório de Análises de Dopagem (LAD), agora a cargo do Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA), quatro anos depois de ter visto revogada a licença, por decisão do comité executivo da AMA.

Por Alexandre Reis
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