Estilos de vida dos jovens: tempo de ecrã e atividade física

Estilos de vida dos jovens: tempo de ecrã e atividade física
Estilos de vida dos jovens: tempo de ecrã e atividade física

Ao longo das últimas gerações tem-se verificado uma diminuição da prática de atividade física, um aumento dos comportamentos sedentários, e a introdução de um conjunto de hábitos alimentares incorretos, que conduziram a uma panóplia de problemas de saúde. Sendo, em todos os casos referidos a prática de atividade física parte da solução. Mais recentemente, viveu-se uma evolução tecnológica que se associa em alguns casos ao agravamento dos comportamentos sedentários e a uma redução da prática de atividade física.

Num estudo de Doutoramento em Ciências da Educação, intitulado “Estilos de Vida dos Jovens: Tempo de Ecrã e Atividade Física”, procurou aprofundar-se o conhecimento sobre o estilo de vida dos jovens, com o intuito de contribuir para a promoção de estilos de vida saudáveis.

Deste estudo, destacam-se 10 pontos:

1) Nas escolas privadas de Lisboa, por comparação com as escolas públicas, existe uma maior preocupação em promover a realização da prática de atividade física dos alunos e em limitar o consumo de tempo de ecrã e que, obviamente, tem aspetos muito positivos.

2) Nas escolas públicas e privadas de Lisboa verifica-se uma democratização do acesso e consumo tecnológico.

3) Nas escolas públicas e privadas de Lisboa devem ser utilizadas estratégias diferentes na relação atividade física e tempo de ecrã, para melhoria do rendimento escolar, pois as escolas privadas apresentam nos seus perfis “+ativos” o melhor rendimento escolar, e já nas escolas públicas são os perfis “-ecrã”.

4) A evolução tecnológica e as políticas de incentivo à aquisição de meios tecnológicos tem consequências negativas no estilo de vida dos jovens, devendo ser acompanhadas de estratégias de consolidação da prática de atividade física e de educação sobre o consumo de ecrã.

5)  Nas escolas públicas de Lisboa, o padrão de tempo de ecrã tem-se alterado, muito devido ao aumento do tempo de consumo de computador, possivelmente em virtude da sua utilização em simultâneo com a internet. Paralelamente tem-se verificado uma diminuição do consumo de tv/dvd/vídeos e jogos de computador.

6) A redução da prática de atividade física e o aumento das comunicações através do telefone, telemóvel, SMS ou e-mails, com o aumento da idade, são um problema internacional.

7) As escolas privadas de Lisboa acompanham os países de nível financeiro mais alto, na preocupação das famílias em limitar o tempo de ecrã.

8) Nas escolas públicas de Lisboa, os insuficientes hábitos de prática de atividade física já vêm do passado. Apesar do grande crescimento tecnológico e das suas possíveis influências no estilo de vida em geral e na prática de atividade física em particular, o que se verifica é que já desde 2002 que os hábitos eram insuficientes.

9) É possível ter comportamentos sedentários e ser ativo. Tanto em escolas privadas como públicas, existem alunos onde os comportamentos sedentários não limitam a prática de atividade física. Nestes casos, existem alunos com grandes consumos tecnológicos e com grande quantidade de prática de atividade física.

10) A utilização tecnológica dos alunos tem potencial para diminuir a prática de atividade física. Apesar de ser possível a coexistência de comportamentos sedentários e prática de atividade física, também existem muitos alunos para os quais essa coexistência não é possível.

Nesta linha, a promoção da prática de atividade física assume cada vez maior importância, tanto nos clubes, autarquias, escolas etc., destacando-se a disciplina de Educação Física das escolas como uma ocasião especialmente importante para oferecer a quantidade de prática necessária para a promoção da saúde, pois um grande número de jovens não realiza nenhuma atividade física fora da escola. O seu custo deve sempre ser visto numa perspetiva de médio prazo e comparado com os evidentes benefícios que se refletem na melhoria da qualidade de vida da população e na redução de custos na saúde pública.

Assim, é indiscutivelmente necessário o alargamento da Educação Física ao ensino nas creches, 1º ciclo e à Universidade, com uma quantidade de aulas adequada à promoção da saúde, assim como a devolução da sua importância enquanto disciplina cuja nota conta no acesso à universidade.

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