Luís António Silva, de apenas 17 anos, é o campeão nacional de sub-18 e conseguiu terminar a temporada de 2025 como o n.º 1 do Ranking Nacional BPI, ou seja, como o melhor amador nos torneios da Federação Portuguesa de Golfe, em grande parte devido aos dois títulos consecutivos que conquistou nos dois últimos torneios do Circuito Aquapor.
O jogador que se sagrou também campeão nacional de clubes ao serviço do Oporto Golf Club, de Espinho, conversou com Record, contou onde começou a jogar e, sobretudo, como viveu esta fantástica temporada agora finda.
RECORD - O Oporto foi sempre o seu clube ou andou por outros clubes antes deste?
LUÍS ANTÓNIO SILVA - "Não, comecei a jogar em Miramar (Club de Golf de Miramar, em Vila Nova de Gaia) e depois, há três anos, mudei-me para o Oporto.
R - O treinador é o Miguel Valença?
LAS - "Sim, neste momento o meu treinador é o Miguel Valença e antes disso foi o Carlos Magalhães (Miramar). o meu primeiro treinadoR foi o Sérgio Ribeiro (Miramar)".
R - Este ano já tinha ganho torneios importantes a contarem para o Ranking Nacional BPI, como a Taça RS Yeatman e a Taça Mendes d'Almeida, mas creio que a vitória em Vidago no 6.º Torneio terá sido a primeira no Circuito Aquapor da FPG. É certo? Ou já tinha vencido algum outro torneio deste circuito em anos anteriores?
LAS - "Sim, é verdade, o 6.º Torneio do Circuito foi o primeiro que ganhei no Aquapor, mas antes tinha ganho a Taça Yeatman, Taça Mendes d’ Almeida e também o stroke play do Campeonato Nacional de Clubes/Solverde e todos contaram 300 pontos para o ranking".
R - Vidago parece ser um bom campo para si, com dois títulos este ano. Por que se dá tão bem nesse campo?
LAS - "Gosto muito do campo de Vidago, pois é um campo estratégico. Para jogar lá é preciso ter um jogo constante e muito certeiro, pois tem greens muito difíceis e o campo em si combina muito com o meu jogo".
R – Ganhar este ano em campos tão distintos como Miramar, Vidago e Quinta do Peru é sinal de que tem capacidade de adaptar-se a vários tipos de campo?
LAS - "O Miramar é um campo que conheço desde criança e gosto muito de jogar lá porque também requer muita estratégia. Já o de Vidago e o da Quinta do Peru são campos que exigem estar muito bem do tee, pois é preciso ter distância e pouca dispersão".
R - Estes dois títulos seguidos, nos 6.º e 7.º torneios do Circuito Aquapor resolveram de vez a luta pelo n.º1 do Ranking Nacional BPI da FPG. E ganhar ao Miguel Azevedo Cardoso não é fácil, é um jogador experiente que já foi campeão nacional. Que grau de satisfação sente por ser o n.º1 nacional amador de 2025? Ser o n.º1 era um objetivo no início da época ou foi algo em que se foi pensando à medida que os resultados foram aparecendo?
LAS - "É verdade, estes dois últimos torneios foram decisivos na minha luta pelo n.º 1 do ranking. O Mike é um grande jogador, com muita capacidade, e um ótimo parceiro de clube, mas desta vez correu melhor para o meu lado e consegui duas vitórias. Para a minha subida a n.º 1 contribuiu a minha boa prestação nos majors portugueses, com 2.º’s lugares. Já estava no top-3 do ranking desde o início da época, mas, com o evoluir do meu jogo, sempre ambicionei alcançar o primeiro lugar, que é sempre especial.
R - O Luís foi também campeão nacional de clubes em 2025. É possível comparar torneios? Deu-lhe mais gozo ser campeão nacional de clubes ou vencer um torneio deste nível como os Aquapor? Ou não é possível comparar?
LAS - "Para mim, ser campeão nacional de clubes é uma sensação única, porque o espírito de equipa que temos é muito forte. Além disso, o Campeonato Nacional de Clubes é, na minha opinião, um dos melhores torneios nacionais".
R – O Oporto tem jogadores de grande nível, até mesmo profissionais como o Vasco Alves, que vão jogar o Alps tour para o ano. Isso é algo que o motiva ainda mais? Ver que há outros com quem treina à vezes, que também têm bons resultados?
LAS - "Desde pequeno tenho tido sorte porque os meus parceiros de clube foram sempre bons jogadores. Quando estava em Miramar via o Dani (Daniel da Costa Rodrigues, vai jogar no DP World Tour em 2026), o Pedro Silva (duas vezes campeão nacional amador) e o Pedro Lencart (compete no Pro Golf Tour) a treinar, e aprendia bastante com eles. Agora estou no Oporto, que também tem grandes jogadores. O Vasco, para mim, é um excelente jogador. Espero que tudo lhe corra bem no futuro e que ganhe muito dinheiro. Também desejo a mesma sorte ao Miguel Cardoso, que agora vai virar profissional. Ter jogadores deste nível no clube é uma grande ajuda para motivar-me a ser melhor".
Por Hugo Ribeiro