Tomás Bessa 12.º em Milão e iguala recorde pessoal

• Foto: Federico Capretti/Alps Tour

Tomás Bessa igualou hoje (sexta-feira) um recorde pessoal no Alps Tour e não esteve muito longe de somar um quarto top-10 na temporada, ao terminar o Molinetto Alps Open, em Itália, no 12.º posto.

O campeão nacional de 2020 chegou a estar no top-10 no final da primeira volta, mas depois caiu para 14.º após a segunda ronda, para hoje concluir no grupo dos 12.º classificados, com 205 pancadas, 8 abaixo do Par do Molinetto Country Club, nos arredores de Milão. Bessa apresentou cartões de 66, 70 e 69 e como houve um elevado número de jogadores em 12.º (9), cada um levou para casa apenas 761,6 euros.

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O outro português em prova, entre 144 participantes, foi Vítor Lopes, que não se apurou para a derradeira ronda. Com 'scores' de 73 e 72, terminou no 104.º lugar (empatado), com um total de 145 (+3), a 7 'shots' do 'cut', que fixou-se em 138 (-4), tendo passado 50 jogadores.

Devido ao mau tempo, sobretudo a chuva, só hoje de manhã concluiu-se a segunda volta e definiu-se o cut e foi nessa altura que Tomás Bessa igualou um recorde pessoal fixado em 2021.

No ano passado, o jogador da Zurich logrou passar o cut em todos os sete primeiros torneios de uma época no Alps Tour. Hoje repetiu a dose, mas com melhores resultados, tornando-se inclusivamente no primeiro português a vencer um torneio neste circuito, uma das terceiras divisões do golfe profissional europeu, quando em março triunfou no New Giza Open, no Egito.

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É por isso que Tomás Bessa está bem posicionado para atacar uma subida ao Challenge Tour (a segunda divisão europeia) em 2023. Para isso, necessita de encerrar esta época no top-5 da Ordem de Mérito do Alps Tour e, para já, figura no 3.º lugar com 12.394,86 pontos. Quanto a Vítor Lopes, desceu para o 49.º lugar neste ranking, com 2.040,3 pontos.

É certo que Bessa era 2.º antes do torneio começar, mas é preciso compreender que nestes dois últimos torneios os campos apresentaram características que lhe são algo desfavoráveis. 

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A etapa anterior, o Abruzzo Alps Open, em abril, disputou-se também em Itália, mas em Pescara, e o campo do Miglianico Golf & Country Club apresentou greens bem reduzidos. Tomás Bessa não conseguiu melhor do que um 22.º posto (-6).

Esta semana, o Molinetto Alps Open, com 40 mil euros em prémios monetários, trouxe uma dupla estreia, pois tratou-se de um novo torneio, num percurso que nunca tinha acolhido qualquer etapa do Alps Tour, embora seja bastante conhecido em Itália.

"Pelo que nos disseram, o Open de Itália jogou-se aqui há muitos anos, em 1985", disse Tomás Bessa a Record.

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"É um campo de estilo muito antigo, curto, bastante complicado, com muitos 'doglegs'. Obriga os jogadores a posicionarem muito bem a bola. Tem 'fairways' muito, mesmo muito estreitos, e greens pequeninos. Eu só jogava um ou dois drives (por volta). O resto era tudo saídas de ferros, com ou uma ou duas madeiras-3. Era claramente um campo de 'shots' ao 'green' e de 'putts'. Havia que colocar a bola em jogo e ser muito bom a partir daí", acrescentou.

Para um jogador potente como o português de 25 anos, que tem no drive um dos seus pontos fortes, campos como estes dois últimos, em Pescara e em Milão, forçaram-no a recorrer a outras armas.

"Tendo em conta que é um campo que não favorece totalmente o meu nível de jogo, ser 12.º não foi uma performance má. Evidentemente que tenho aspirações a fazer melhor, mas fiz três voltas abaixo do Par neste campo e levo pontos positivos para o próximo torneio", acrescentou.

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É interessante que nos dois últimos torneios Bessa começou sempre bem. Em Pescara fez a sua melhor volta de sempre no Alps Tour, de 64 (-6) e em Milão arrancou com uma de 66 (-5).

"No primeiro dia consegui estar bem nos 'shots' ao 'green' e, sobretudo, estive muito bem no 'putt', com muitos birdies", disse o profissional da PING, que na quarta-feira colecionou 8 birdies para apenas 3 bogeys.

"No segundo dia comprometi alguns buracos com as saídas, errei um pouco ao ser agressivo onde não deveria ser, estive muitas vezes no ‘rough’, as bandeiras estavam mais difíceis e não consegui jogar para as bandeiras. Mesmo assim, ainda consegui acabar abaixo do Par", afirmou, analisando um cartão com 3 birdies e 2 bogeys.

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"Hoje foi um dia completamente diferente. Desde o buraco 1 até ao último putt, no 18, esteve sempre a chover, o que tornou o campo muito pesado. A atmosfera também estava pesada e a bola andava muito pouco. Embora a distância do campo não seja um fator que dificulte, é óbvio que ninguém gosta de jogar à chuva, os tacos começam a escorregar, é difícil gerir alguns 'shots' e são fatores a ter em conta", acrescentou.

"Hoje foi uma luta, mas ainda joguei 2 pancadas abaixo do Par, apesar de 1 duplo-bogey num Par-3 (no buraco 13) em que dei um shot muito mau e fui à água. Tirando esse buraco, joguei bem e faltou sorte em alguns putts de 4 e 5 metros para converter mais algumas oportunidades", concluiu a sua análise, numa jornada em que converteu 4 birdies e 1 eagle (no 17), face ao tal duplo-bogey e a outro bogey.

"Na próxima semana já vamos jogar na Áustria. É um campo parecido, em termos de lay-out, por isso, de alguma forma, este foi um bom treino para um campo onde já joguei há dois anos. Estou com boas energias e confiante de que posso fazer melhores resultados", garantiu Bessa.

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Com efeito, o Alps Tour viaja agora para Graz, com a 30.ª edição do Goesser Open, no Golfclub Erzherzog Johann, de 12 a 14 de maio. Irá distribuir 42.500 euros, o ‘prize-money’ mais elevado da temporada até à Grande Final que ainda não tem local e prémios designados.

Entretanto, o Alps Tour tem um novo n.º1 na Ordem de Mérito. Trata-se do neerlandês Koen Kouwenaar que, ao contrário de Bessa, parece adorar este tipo de campos mais clássicos.

Em Pescara esteve na decisão do título até ao último instante, só perdendo no ‘play-off’ para o espanhol Manuel Morugan. Agora, em Milão, não perdoou e conquistou mesmo o seu primeiro título no Alps Tour, com 199 pancadas, 14 abaixo do Par, após voltas de 63, 70 e 66, embolsando 5.800 euros.

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Um triunfo pela margem mínima de 1 pancada sobre o italiano Alessandro Tadini, um grande amigo de Ricardo Santos, que totalizou 200 (68+63+69), -13, para um prémio de 3.940 euros.

"Estou satisfeito com o meu jogo, sobretudo os ferros compridos e o putter, que hoje esteve quente", disse Koen Kouwenaar ao Gabinete de Imprensa do Alps Tour.

O holandês tornou-se profissional em 2020, mas nessa altura, quer a pandemia, quer uma lesão num pulso, fizeram com que só em 2022 pudesse estrar-se no Alps Tour Golf.

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Com sete jogadores diferentes a vencerem os primeiros sete torneios da temporada, o Alps Tour de 2022 está muito equilibrado.

Para já, Koen Kouwenaar passou a ser o novo n.º1 da Ordem de Mérito, com 17.957,25 pontos. O italiano Stefano Mazzoli, campeão do primeiro evento do ano, ainda no Egito, desceu de primeiro para o 2.º posto com 13.486,86 pontos. Tomás Bessa está a 1.092 pontos do 2.º lugar.

Por Hugo Ribeiro/FPG
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