Um dia depois de ter-se apurado para o Alps Tour em 2026, Vasco Alves conversou com Record e explicou porque apostou tudo na Escola de Qualificação desse circuito franco-italiano, uma das terceiras divisões europeias, e qual a razão de não ter visado a Escola de Qualificação do DP World Tour, a primeira divisão, como fizeram Daniel da Costa Rodrigues e Pedro Figueiredo.
“Este ano joguei várias vezes no HotelPlanner Tour (a segunda divisão europeia), graças aos convites da Federação Portuguesa de Golfe, e apesar de sentir-me a jogar bem, não consegui boas classificações. Por isso, achei que tentar a Escola do DP World Tour seria um passo maior que a perna”, disse o português de 25 anos.
Em 2025, Vasco Alves jogou sete torneios do HotelPlanner Tour e só passou o cut no Open de Portugal at Royal Óbidos, um marco na sua carreira, por ser a primeira vez que jogou quatro voltas seguidas num torneio da segunda divisão europeia. Terminou no 66.º lugar, com um resultado de 3 pancadas acima do Par.
Daí a aposta no escalão inferior ao HotelPlanner Tour, para ganhar rodagem, tendo sido bem-sucedido, uma vez que foi 3.º classificado (-2) na Primeira Fase do Alps Tour, no Golf Club Le Fonti, em Itália, e depois, carimbou o apuramento, com um bom 7.º posto (-6) na Final da Escola dom Alps Tour, no Golf Nazionale e no Terre dei Consoli, dois campos perto de Roma.
Dois top-10 bem positivos que Vasco Alves considera que até poderiam ter sido melhores, mas saiu de Roma com o dever cumprido: “Durante estas duas fases de qualificação não joguei sempre o meu melhor golfe, mas sinto que adaptei bem o meu jogo aos três campos que encontrei e estou muito feliz por ter atingido o objetivo”.
“Precisava de cartão num dos ‘Tours’ Satélite e encontrei no Alps Tour uma ótima opção, dado que também passará por Portugal em 2026”, explicou o profissional do Oporto Golf Club.
De facto, poderia ter optado por outra das terceiras divisões europeias, desde o germânico Pro Golf Tour, ao britânico Clutch Pro Tour, mas a Federação Portuguesa de Golfe tem estado a estudar a hipótese de fazer regressar o Alps Tour a Portugal e, pelas palavras do portuense, depreende-se saber que a confirmação oficial dessa notícia estará para breve.
Se Portugal vier a ter um torneio do Alps Tour, a FPG terá direito a umas poucas de dezenas de convites para jogadores portugueses.
Para Vasco Alves, mesmo sem precisar desses convites (com a Categoria-6 irá entrar em todos os torneios), fará mais sentido competir num circuito em que possa beneficiar da companhia de vários compatriotas, não só por questões emocionais, mas mesmo por partilha de despesas, o que é sempre relevante.
Na sua curta carreira profissional, Vasco Alves conquistou dois títulos: o Open do Pro-Am Cidade Europeia do Desporto de Viana do Castelo em 2023 e o Open Cidade de Amarante/3.º Torneio Circuito AQUAPOR em 2024.
Este ano, foi vice-campeão em dois dos cinco torneios do Timestamp Golf Tour, o circuito profissional português.
Como pode constatar-se, é um jogador que compete regularmente em Portugal, mas, a nível internacional, o sucesso de ontem em Itália dá-lhe outra tranquilidade, pois não dependerá de convites para jogar em circuitos europeus: “Esta qualificação para o Alps Tour foi muito importante para mim, porque permite-me ter um calendário completo e previamente planeado para a próxima época, algo que até hoje não tive”.
Para o ano, o principal objetivo será terminar a temporada entre os cinco primeiros do ranking (Ordem de Mérito) do Alps Tour, de modo a subir ao HotelPlanner Tour em 2027.
Mas embora esta Escola de Qualificação do Alps Tour tenha sido o feito mais importante de Vasco Alves em 2025, a sua temporada ainda não terminou.
“Agora tenho mais três torneios até terminar a época. Vou jogar a Timestamp Golf Tour Final by PGA Aroeira e dois torneios do Mena Golf Tour (o circuito do Médio Oriente), o PGA Aroeira Challenge (em Almada) e o Rolear Algarve Classic (no Amendoeira, em Silves)”, informou Vasco Alves.
Cada um destes três torneios irá distribuir 10 mil euros em prémios monetários.
Por Hugo Ribeiro/FPG