"Foi um bom torneio, apesar da primeira volta ter-me afastado da possibilidade de ganhar a prova. Ainda assim, foquei-me e consegui controlar-me, melhorando dia após dia", disse a Record o jogador do Club de Golf de Miramar (Vila Nova de Gaia).
Hugo Camelo foi o n.º1 do Ranking Nacional BPI da Federação Portuguesa de Golfe (FPG) de 2022 e começou 2023 cheio de força. Mesmo dividindo o treino e a competição com os estudos universitários, cotou-se neste fim de semana como o melhor português no Campeonato Internacional Amador Masculino de Portugal, pelo segundo ano consecutivo, arrancando um muito bom top-5, no torneio da Associação Europeia de Golfe (EGA), realizado no Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela.
"Foi um bom torneio, apesar da primeira volta ter-me afastado da possibilidade de ganhar a prova. Ainda assim, foquei-me e consegui controlar-me, melhorando dia após dia", disse a Record o jogador do Club de Golf de Miramar (Vila Nova de Gaia).
Hugo Camelo foi 4.º classificado, empatado com mais três jogadores, com 282 pancadas, 6 abaixo do Par, após voltas de 74, 70, 68 e 70. Era o 48.º aos 18 buracos, subiu para 30.º aos 36 buracos, passou o cut aos 54 buracos no top-10, no 10.º lugar, e terminou no top-5, bem melhor do que o 16.º posto alcançado em 2022, embora com o mesmo agregado de 6 abaixo do Par.
Foi a melhor classificação portuguesa na prova desde o 2.º lugar de Pedro Lencart em 2020, que tinha-se sucedido aos triunfos de Daniel da Costa Rodrigues (2018) e Vítor Lopes (2018). Em 2021 Pedro Silva (16.º) e o próprio Hugo Camelo (16.º) tinham sido os melhores portugueses.
É impossível atestar que Hugo Camelo seja o melhor golfista amador português há um ano a esta parte, porque há boas prestações de atletas nacionais no circuito universitário americano que não podem participar nestes torneios do circuito europeu – como são os casos de Daniel da Costa Rodrigues e Pedro Silva –, mas não há dúvida de que, dos que competem regularmente em Portugal, tem sido o melhor, com uma bela rivalidade com Vasco Alves.
Vasco Alves, do Oporto Golf Club (Espinho) foi o líder do 93.º Campeonato Internacional Amador Masculino de Portugal após a primeira volta e encerrou a prova no 25.º lugar, entre 120 participantes, com 289 (66+76+75+72), +1, bem longe do campeão, o espanhol Ángel Ayora, que apresentou 272 (68+66+67+71), -16. "Saio com um sabor amargo, porque estive na frente no primeiro dia com um 66, mas tenho muitas coisas boas a retirar desta semana", afirmou Vasco Alves à FPG. Compreende-se, uma semana antes, obtivera um top-5 no mesmo campo, diante dos melhores profissionais portugueses. É compreensível que esperasse melhor de si próprio, mas voltou a mostrar bom nível de jogo. A segunda volta foi-lhe fatal.
O segundo melhor português acabou por ser João Iglésias, que obteve a sua melhor classificação de sempre em provas do circuito europeu amador. O jogador que também representa Miramar, terminou no 9.º lugar, com 285 (71+69+73+72), -3. "Saio animado, porque um top-10 neste torneio é uma conquista enorme e dá-me uma força especial para o futuro", disse Iglésias em declarações à FPG.
O facto de Hugo Camelo ter sido o melhor português pelo segundo ano seguido não surpreende. Havia uma certa expectativa em saber como iria gerir a sua disponibilidade, dado que, em 2022, optou por não estudar, mas, desde setembro, regressou aos estudos, agora ao nível universitário, e uma nova vida abriu-se-lhe.
No Portugal Masters, em outubro, prometeu que seria capaz de equilibrar o estudo com os treinos e a competição, mas é normal que surgissem algumas dúvidas. Este início de época de 2023 dissipou-as.
O amarantino de 19 anos foi chamado à seleção nacional amadora que ficou no último lugar do chamado ‘Match Octogonal’ disputado em Espanha, onde ganhou um dos seus encontros de singulares. É certo que perdeu mais do que ganhou, mas não foi dos que saiu da prova ‘em branco’.
Depois, no 1.º Torneio do Circuito FPG, realizado no Montado, tendo a concorrência da esmagadora maioria dos profissionais portugueses, arrancou um top-10, no 9.º lugar (-1), jogando abaixo do Par. Na sua terceira competição do ano, arrancou um top-5 no Campeonato Internacional Amador Masculino de Portugal, jogando de novo abaixo do Par (-6). "Sim, está a ser um bom começo de época – reconheceu a Record – apesar de só ter ganho um encontro e empatado outro no ‘Match Octogonal’. Sentia que estava a jogar um bom golfe e tenho evoluído desde então e a sentir-me melhor com o meu jogo. No Circuito FPG joguei de uma forma consistente, mas o ‘shot ao green’ não esteve no seu melhor e serviu de alerta para ir melhor preparado para o Campeonato Internacional Amador Masculino de Portugal".
Note-se que Hugo Camelo – que no ano passado brilhou ao nível profissional no Challenge Tour, no Open de Portugal at Royal Óbidos – é encarado pelo selecionador nacional, Nelson Ribeiro, como um dos jogadores que, estando bem, poderá ajudar Portugal e um brilharete no Campeonato do Mundo Amador de Equipas Masculinas (Eisenhower Trophy), que este ano irá decorrer no Abu Dhabi.
A 93.ª edição do Campeonato Internacional Amador Masculino de Portugal voltou a ser um sucesso e, ao contrário do que sucede no setor feminino, no masculino Portugal mostrou que há qualidade e quantidade. A lista de inscritos ficou com dezenas de jogadores na lista de espera e muitos mais portugueses não puderam participar. Mesmo assim, houve um total de 24 golfistas nacionais – muito bom, mesmo só com três a passarem o cut.
Os resultados e classificações dos jogadores portugueses foram os seguintes:
4.º Hugo Camelo, 282 (74+70+68+70), -6
9.º João Iglésias, 285 (71+69+73+72), -3
25.º Vasco Alves, 289 (66+76+75+72), +1
64.º Tomás Araújo, 224 (77+72+75), +8
75.º Miguel Silveira, 226 (74+75+77), +10
75.º Afonso Rodrigues, 226 (77+72+77), +10
80.º João Miguel Pereira*, 227 (78+75+74), +11
92.º Gabriel Sardo, 230 (74+78+78), +14
96.º Diogo Pinto Rocha*, 231 (73+79+79), +15
96.º Duarte Gonçalves, 231 (78+74+79), +15
100.º Miguel Cardoso*, 233 (79+74+80), +17
100.º Konstantin Mikirtumov, 233 (75+82+76), +17
105.º José M. Franco de Sousa, 235 (76+76+83), +19
107.º Pedro Sousa Machado, 236 (76+78+82), +20
107.º Filipe Salazar Sousa, 236 (82+79+75), +20
107.º António Teixeira e Costa, 236 (80+74+82), +20
111.º João Crasi Alves, 237 (78+81+78), +21
111.º Tiago Abrantes, 237 (80+80+77), +21
114.º André Nunes, 238 (80+74+84), +22
115.º Rodrigo Santos, 239 (80+78+81), +23
116.º Lucas Lopes Azinheiro, 240 (77+77+86), +24
116.º Luís António Silva, 240 (80+76+84), +24
119.º António Mendes, 242 (85+77+80), +26
120.º Diogo Salgueiro, 258 (84+80+94), +42
A nível internacional, como escreveu o ‘press officer’ da FPG, Rodrigo Cordoeiro, "para Ángel Ayora, foi chegar, ver e vencer. O espanhol de 18 anos, natural de Málaga, saiu triunfal na sua estreia" na prova.
Ángel Ayora fez voltas de 68, 66, 67 e 71 para somar 272 (-16) e ganhar à vontade, com 6 ‘shots’ de vantagem, sobre o inglês Jack McPhail (68+68+70+72), que registou 278 (-10). O irlandês Sean Keeling foi 3.º classificado, com 280 (69+69+69+73), 8 abaixo do Par.
O espanhol – que sucede ao inglês Frank Kennedy na lista dos vencedores – liderava para a última volta com 5 pancadas à melhor sobre McPhail, mas ao fim dos primeiros dois buracos a margem estava já reduzida a uma, porque Ayora começou com bogey e duplo-bogey e o britânico com Par e birdie. O malaguenho ecompôs-se e jogou os restantes 16 buracos do percurso em grande nível, em 4 abaixo do Par, fruto de 5 birdies, contra apenas 1 bogey. "Estou obviamente muito contente", disse Ángel Ayora em declarações à FPG. O vice-campeão nacional absoluto de Espanha em 2022 e membro do Club de Golf La Cañada acrescentou: "Joguei muito bem e sólido, consegui manter a bola baixa, face ao vento com que deparámo-nos esta semana. A verdade é que não deixei-me afetar por nada e saio com um excelente resultado".
Estamos a falar de um atleta de elite, 20.º no ranking europeu amador, que em janeiro já tinha sido 5.º na Copa Andalucía e que, em 2022, para além do 2.º lugar no Campeonato Nacional Amador de Espanha, tinha sido campeão na Copa Baleares, campeão na Copa Nacional Puerta de Hierro, vice-campeão do Campeonato Internacional Amador de sub-18 de Espanha, 18.º no Campeonato da Europa Individual Amador.
Houve assim uma "dobradinha" espanhola nos Internacionais de Portugal deste ano, já que, a 28 de janeiro a prova feminina tinha sido ganha por Rocío Tejedo, de Valência, batendo no ‘play-off’ a sua compatriota Cayetana Fernandez.
Mais ainda, a "dobradinha" foi a dobrar, porque na versão feminina Espanha tinha-se apoderado da Taça das Nações e o mesmo voltou a suceder neste evento masculino.
A Espanha, contando com o grande contributo de Ángel Ayora e ainda com Alejandro Aguilera e Jorge Siyuan, foi a categórica vencedora com 18 abaixo do Par no final dos três primeiros dias de prova.
Portugal teve uma das melhores prestações dos últimos tempos, fechando no 3.º lugar entre 20 formações. A seleção nacional amadora, com Hugo Camelo, Vasco Alves e João Miguel Pereira, obteve o mesmo resultado da vice-campeã, Itália, de 427 pancadas, 5 abaixo do Par, cedendo apenas no sistema de desempate.
Foram contabilizados para o resultado coletivo a soma dos dois melhores resultados individuais de cada trio de jogadores.
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