O Royal Óbidos Spa & Golf Resort acabou por apresentar condições meteorológicas mais benignas do que o previsto
Pela primeira vez nos últimos dez anos – e provavelmente pela primeira vez na história de um torneio iniciado em 1953, do qual nem sempre há registos rigorosos – um português lidera o Open de Portugal após a primeira volta. E também pela primeira vez nesta competição do European Tour, de meio milhão de euros em prémios monetários, três portugueses terminam os primeiros 18 buracos simultaneamente no top-10 da classificação e com resultados abaixo do Par!
Com efeito, entre 126 participantes, Ricardo Santos está no grupo dos 4.º classificados com 68 pancadas, 4 abaixo do Par, enquanto Ricardo Melo Gouveia – que jogou ao lado do sul-africano George Coetzee, o campeão do Portugal Masters – surge empatado na 8.ª posição com 69 pancadas, 3 abaixo do Par.
Uma presença lusa que supera os dois portugueses no top-10 aos 18 buracos da edição de 2018, então com Vítor Lopes (-3) e Tiago Cruz (-2), respetivamente nos 2.º e 6.º lugares.
Foi um dia glorioso para o golfe nacional na primeira jornada do 58.º Open de Portugal at Royal Óbidos que hoje (quinta-feira) arrancou sob a ameaça do mau tempo, com alguma chuva e muito vento, que a meio do dia já contava com temperaturas mais elevadas e depois terminou, já sob luz crepuscular, sem qualquer vento.
Há exatamente uma semana, a primeira volta do Portugal Masters, foi também marcada pelo bom desempenho dos jogadores portugueses, com cinco deles a ficarem abaixo do Par, um recorde nacional na prova algarvia. Hoje a dose repetiu-se, com outros cinco a entregarem cartões em números vermelhos.
Pedro Figueiredo (que chegou a andar com 3 abaixo do Par) e Stephen Ferreira (que ainda atingiu as 2 abaixo do Par) estão empatados no 36.º lugar, com 71 pancadas, 1 abaixo do Par.
"Já fiz uma volta de 10 abaixo do Par, mas foi no Alps Tour. Esta de 7 abaixo é a minha melhor volta de sempre em torneios do Challenge Tour ou do European Tour", disse Vitor Lopes, que carimbou 1 eagle, 6 birdies e sofreu apenas 1 bogey.
Ao partir no último grupo, às 14h35, o português de 24 anos arrancou sob rajadas de vento de 40 quilómetros por hora e uma média superior a 28 km/h, mas as condições meteorológicas mudaram tanto, que, quando chegou ao green do buraco 18, já quase de noite, a intensidade média do vento tinha caído para os 3 km/h.
"Jogo bem em tempestades, porque o meu voo de bola é baixo. (…) Com o vento, tive de mudar de estratégia e fiz um bom trabalho. Concentrei-me em fazer greens e fairways para não cometer erros e funcionou", acrescentou o antigo vencedor do Campeonato Internacional Amador de Portugal, que começou esta época com duas vitórias no Portugal Pro Golf Tour e que estava em boa forma no Alps Tour, onde fez um top-5 logo no arranque desse circuito internacional, antes de ver a sua inspiração travada pela suspensão de toda a atividade motivada pela pandemia.
"Sei que estou a jogar bem e na semana passada não pude demonstrá-lo por causa do putt", sublinhou, referindo-se ao cut falhado no Portugal Masters. "Mas também trabalhei o triplo do tempo no putt nestes últimos dias", acrescentou.
"Sabe bem ver o meu nome no topo do leaderboard e não ter de levantar-me amanhã às cinco da manhã", disse Vítor Lopes, referindo-se ao facto de "ter jogado a correr nos últimos dois buracos, pois não queria ter de voltar de amanhã às seis da manhã para concluir a volta".
Vítor Lopes já tinha começado muito bem outra edição do Open de Portugal, a de 2018, no Morgado Golf Course, no Algarve, quando ainda era amador, e era 2.º classificado aos 18 buracos com 3 pancadas abaixo do Par, a 2 do líder, o espanhol Adri Arnaus. Dois anos depois, já como profissional, é ele quem comanda, com 2 pancadas a menos do que outro espanhol, Carlos Pigem, e o francês Damien Perrier.
Entre os favoritos, o norte-americano Julian Suri, vice-campeão do Open de Portugal em 2017, surge no grupo dos 4.º classificados em que também está Ricardo Santos (-4) e Goerge Coetzee, que às tantas andava com 6 abaixo do Par, faz parte dos 8.º classificados como Ricardo Melo Gouveia (-3).
Com 40 jogadores a terem batido o Par do campo, o nível de jogo tem sido elevado, apesar de, por vezes, jogar-se com condições bem complicadas, ao ponto do diretor do torneio, José Maria Zamora ter avançado os tees de três buracos e tornado os greens mais lentos (cerca de velocidade 10, enquanto em Vilamoura chegou a estar a 12,8), exatamente para facilitar a tarefa dos jogadores, tendo em conta as previsões meteorológicas.
O 58.º Open de Portugal at Royal Óbidos prossegue amanhã (sexta-feira) às 7h30 e o último grupo arranca às 14h35. Volta a prever-se mau tempo, mas no Oeste já se sabe que é possível ter todas as estações num mesmo dia e hoje o sol brilhou mais do que se pensava, iluminando sobretudo os jogadores portugueses. O cut provisório está fixado em 1 pancada acima do Par. Dentro dessa marca estão ainda o campeão nacional Tomás Bessa e Francisco Oliveira a Par do campo e o amador Pedro Lencart com +1.
As classificações e resultados dos 14 jogadores portugueses, a terceira maior participação de sempre no torneio da Federação Portuguesa de golfe, foram as/os seguintes:
1.º Vítor Lopes, 65 (-7)
4.º (empatado) Ricardo Santos, 68 (-4)
8.º (empatado) Ricardo Melo Gouveia, 67 (-3)
36.º (empatado) Stephen Ferreira, 71 (-1)
36.º (empatado) Pedro Figueiredo, 71 (-1)
41.º (empatado) Tomás Bessa, 72 (Par)
41.º (empatado) Francisco Oliveira, 72 (Par)
57.º Pedro Lencart (amador), 73 (+1)
76.º (empatado) Miguel Gaspar, 74 (+2)
92.º (empatado) João Magalhães, 75 (+3)
105.º (empatado) Filipe Lima, 76 (+4)
10.º (empatado) Tomás Melo Gouveia, 76 (+4)
115.º (empatado) Tiago Cruz, 77 (+5)
126.º Alexandre Abreu, 86 (+14)
Português com dia completamente falhado
Luso em 104.º no torneio que decorre em Kildare, Irlanda
Português terminou com um agregado de 278 pancadas
Golfista português concluiu as quatro voltas com um total de 288 pancadas
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