O ex-campeão nacional venceu o New Giza Open, o título mais importante da sua carreira, e subiu a n.º 3 no ranking do circuito
Tomás Bessa conquistou este Domingo o título mais importante da sua carreira e tornou-se no primeiro português a ganhar uma etapa do prestigiado Alps Tour, uma das terceiras divisões do golfe profissional europeu.
O campeão nacional de 2020 impôs-se no New Giza Open, de 40 mil euros em prémios monetários, um torneio realizado no Cairo e reduzido de três para duas voltas devido às condições meteorológicas que impediram a realização do programa inicial.
"A bola movia-se nos greens e não havia condições", explicou Tomás Bessa ao Gabinete de Imprensa da Federação Portuguesa de Golfe (FPG), depois de somar 131 pancadas, 13 abaixo do Par do New Giza Golf Club, apresentando voltas de 66 e 65, que renderam-lhe um prémio de 5.800 euros.
"Foi muito frustrante não termos podido jogar hoje, mas o vento estava literalmente demasiado forte para podermos jogar", acrescentou ao Gabinete de Imprensa do Alps Tour o amador francês Julien Sale, um dos 2.º classificados (-12), que ficou a apenas 1 pancada do campeão, após rondas de 65 e 67.
"Acho que a Comissão de Campeonato tomou a decisão correta de suspender o torneio", corroborou o espanhol Joel Moscatel, o outro jogador a sagrar-se vice-campeão, a 1 pancada do português, no seu caso ao assinar cartões de 63 e 69. Moscatel, o líder da primeira volta, recebeu o segundo prémio monetário de 3.940 euros.
Os títulos portugueses em torneios de terceiras divisões europeias são escassos. No Alps Tour este foi o primeiro, porque quando Filipe Lima venceu o Masters 13 em 2004 e 2005 ainda não existia Alps Tour, um circuito fundado em 2007. Nessa altura, esse torneio integrava apenas o circuito profissional de França.
No Pro Golf Tour, Tomás Melo Gouveia foi o melhor no Dreamlands Pyramids Classic de 2021, também no Egito, mas com 30 mil euros em prémios monetários. Neste mesmo circuito germânico, quando ainda se designava por EPD Tour, Tiago Cruz fez história ao ser o primeiro português campeão no no Samanah Classic, de 30 mil euros, em Marrocos.
No EuroPro Tour, António Sobrinho venceu o Open de Palmares em 2003 e o Vila Sol Barclay Masters em 2005, enquanto Ricardo Santos impôs-se no Oceânico Algarve Championship de 2008 nos campos Millennium e Victoria em Vilamoura.
Mas se o feito de Tomás Bessa é histórico, não é inesperado, pois o jogador de Paredes que reside no Algarve preparou-se da melhor maneira para o início do Alps Tour de 2022.
Na pré-temporada, competiu com grande sucesso no PT Tour de 2021/2022, vencendo duas provas algarvias de 10 mil euros em prémios monetários, uma no final do ano passado e outra já este ano.
Este foi, portanto, o seu segundo título do ano e se contarmos com outra vitória no PGA Portugal Players Championship em dezembro de 2021, constatamos que já leva quatro torneios ganhos nos últimos quatro meses!
Claro que todos esses eventos, os do PGA Portugal Tour e do PT Tour, serviram, sobretudo, para proporcionar-lhe verbas que permitam-lhe depois apostar em competições no estrangeiro e também para darem-lhe a confiança de que poderá sonhar com altos voos.
"Estou muito feliz, obviamente. Um dos meus objetivos principais é finalizar o Alps Tour no top-5, e para isso é imperativo ganhar pelo menos uma vez. Por isso sinto que dei um passo importante nesse sentido", acrescentou em declarações à FPG.
A referência ao top-5 no final de 2022 é óbvia. O top-5 irá ascender em 2023 ao Challenge Tour, a segunda divisão europeia e Tomás Bessa acredita que é possível seguir os passos de Tomás Melo Gouveia e Pedro Figueiredo, jogadores que nos últimos cinco anos subiram ao Challenge Tour depois de concluírem uma época no top-5 do Pro Golf Tour, outra das terceiras divisões europeias.
Esta vitória valeu-lhe um salto gigantesco na Ordem de Mérito (ranking) do Alps Tour, passando de 37.º para 3.º classificado, já dentro do tal top-5.
O profissional da PING apresenta um total 7.330,50 pontos. À sua frente só tem o italiano Stefano Mazzoli, com 9.097,50 pontos e o francês Oihan Guillamoundeguy, com 7.797,00, exatamente os vencedores dos dois primeiros torneios do ano.
Nos primeiros dois torneios do Alps Tour de 2022, também disputados no Egito, Tomás Bessa fora 48.º (+1) no Ein Bay Open, nos percursos A e B do Sokhna Golf Club, e 40.º (-6) no Red Sea Little Venice Open, nos campos B e C do mesmo clube egípcio.
Na altura, o português de 25 anos dissera a Record: "Estou um bocado desiludido com estes resultados. Sinto que sou capaz de fazer muito melhor".
Desta vez a situação foi bem diferente, com 15 birdies convertidos e apenas 2 bogeys sofridos em 36 buracos.
"Joguei muito bom golfe", garantiu. Como escreveu no site da FPG o jornalista Rodrigo Cordoeiro, "no primeiro dia, na sexta-feira, Bessa colocou-se entre os 5.º’s classificados com 66 (-6), a 3 pancadas do líder Joel Moscatel (63). No segundo dia, no Sábado, ascendeu ao 1.º lugar, marcando de 65 (-7), resultado tanto mais notável quanto o vento já nessa altura soprava com muita intensidade".
"Nos meus primeiros 9 buracos, consegui salvar alguns pares, mesmo não jogando como gostaria – elucidou o profissional da Cigala, referindo-se àquela que viria a ser a última volta –, mas nos últimos nove buracos o meu jogo mudou de repente e consegui 5 birdies seguidos (entre os buracos 14 e 18). Foi preciso muito mais confiança e muito mais foco, porque o vento estava muito forte. Fiquei muito orgulhoso".
O New Giza Open contou com 118 participantes, entre os quais outro português, Vítor Lopes, que não deixou de celebrar com Tomás Bessa o momento tão importante da carreira do seu compatriota, apesar de não ter jogado como quereria.
Com efeito, o algarvio terminou no grupo dos 73.ºs classificados, com 145 (71+74), +1, não passando o cut, fixado em -3. Vítor Lopes é o 65.º classificado no ranking do Alps Tour, com 522 pontos.
O Alps Tour segue agora para a Europa, mais concretamente para Itália, onde, de 16 a 18 de março, se realiza o Winter Series Terre dei Consoli, no Terre dei Consoli Golf Club, em Monterosi.
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