O CONSELHO de Disciplina da Federação Portuguesa de Patinagem irá analisar, na reunião de quarta-feira, os acontecimentos verificados, domingo, no pavilhão do Paço de Arcos, palco do embate entre a equipa local e a da Oliveirense, referente à 10ª jornada do Nacional da I Divisão.
Os incidentes graves, verificados a cinco minutos do fim, junto ao ”banco” da Oliveirense e as agressões perpetradas, após o final do encontro, por adeptos do Paço de Arcos sobre os atletas da equipa visitante, Ricardo Geitoeira e Carlos José – ambos apresentaram queixa na PSP de Oeiras – serão quarta-feira dissecados, pela primeira vez, pelo órgão disciplinar federativo, o qual também tomará uma posição definitiva em relação às queixas apresentadas pelo FC Porto sobre as ocorrências registadas após o confronto com o OC Barcelos, da primeira mão da Supertaça.
”Só depois de nos inteirarmos do relatório dos árbitros (n. d. r. José Pinto e Adelino Carvalho, da Distrital do Porto) é que poderemos enveredar pelas medidas adequadas. De qualquer modo, é quase certo a abertura de um inquérito”, disse, ao nosso jornal, Pedro Sena, um dos membros do Conselho de Disciplina.
OLIVEIRENSE CONFIANTE
O presidente da Oliveirense garante que não irá avançar com nenhuma participação contra o Paço de Arcos, mas só espera que o Conselho de Disciplina venha a punir o clube da Costa do Estoril.
”Se o relatório dos árbitros, assim como o da PSP, narrarem, fielmente, o desenrolar dos acontecimentos, a entidade federativa sabe muito bem o castigo que deve aplicar ao Paço de Arcos”, observa Rui Paulo Rodrigues, profundamente revoltado com tudo quanto se passou.
O líder do clube de Oliveira de Azeméis sustenta que ”se deve fazer justiça”, imputando, para o efeito, a responsabilidade dos graves acontecimentos ao adversário.
”Não somos nós os culpados de que alguns adeptos do Paço de Arcos tenham entrado no recinto por uma porta lateral e, já perto do fim do jogo, tenham agredido o nosso banco e invadido o espaço a que temos direito. Isto foi observado pelos árbitros. Portanto, não pode, nem deve, ser escamoteado.
Por outro lado, cabe à PSP informar a federação das agressões praticadas sobre o Ricardo Geitoeira e o Carlos José, quando a equipa, sensivelmente trinta a quarenta e cinco minutos depois de terminado o jogo, se dirigia para o autocarro Faça-se justiça,” reforça, a terminar, Rui Rodrigues.
”FOMOS PREJUDICADOS”
Paulo Baptista, treinador do Paço de Arcos, tem uma visão bem diferente da do líder da Oliveirense, embora sublinhe que situações destas não abonam a modalidade.
”Só falo sobre o que se passou no interior do pavilhão porque não assisti a nada em relação ao que poderá ter acontecido no exterior. No fundo, fomos nós os grandes prejudicados, pois quando a minha equipa revelava uma grande dinâmica, que lhe possibilitou transformar um resultado negativo de 0-1 numa vantagem de 3-1, gerou-se uma confusão entre o banco da Oliveirense e os árbitros, perdendo os jogadores o ritmo até então exibido”, recorda.
No entender de Paulo Baptista, ”a contestação manifestada pelo adversário sobre o trabalho dos árbitros, levou a que estes admoestassem, com o cartão vermelho, três dos atletas. As coisas alastraram-se ao público adjacente ao banco da Oliveirense, originando todo um tipo de cenas a que a minha equipa, de maneira nenhuma, se associa Enfim, por muito injustiça que tenha havido por parte dos árbitros, tudo se iniciou em consequência do comportamento, incorrecto, de alguns elementos visitantes”, relembra, por fim, o antigo internacional.
NUNO LEAL REGRESSA
Ao contrário da ideia sustentada na altura em que disse adeus ao FC Porto, Nuno Leal não vai abandonar a prática da modalidade, aprestando-se para ingressar, provavelmente, nos quadros da Juventude Pacense.
”Tudo indica que vou regressar numa equipa que também me diz muito. Em princípio, estava decidido em não jogar mais. No entanto, não resisti ao apelo feito pelos dirigentes da Juventude Pacense, comprometendo-me, para já, até ao final da época. Depois? Olhe, logo se vê”, anota o jovem defesa/médio, ainda sem uma opinião sobre o futuro.
”As coisas só ficarão definitivamente esclarecidas, depois de conversarmos com o FC Porto”, refere, por sua vez, Rui Gomes, vice-presidente da Juventude Pacense, o qual confirma, no entanto, o acordo com o jogador.
BENFICA NÃO RECEBE
Segundo Record apurou, ainda não foi terça-feira que os jogadores do Benfica viram regularizados parte dos ordenados em atraso – três meses para os atletas que ficaram e cinco em relação aos jogadores que saíram, no que diz respeito à época passada; enquanto no tocante à presente temporada estão em dívida os vencimentos de Agosto e Setembro.
ANTÓNIO RAMOS