Treinador José Querido garante que se colocar Nelinha na baliza será pelo seu valor e não por ser sua filha.
Não partilha o balneário, de resto é como se fosse um deles. Nelinha Querido, de 23 anos, vai jogar esta época na equipa do Famalicense, na 2ª Divisão. Como é isto possível? A federação alterou os regulamentos e este ano permite que as mulheres possam integrar equipas seniores masculinas nas 2ª e 3ª divisões. A guarda-redes, que esteve para jogar no Vila Boa do Bispo, na 1ª Divisão feminina, acabou por ficar no clube onde o pai, o conhecido José Querido, é treinador e onde ela fez toda a pré-época.
Manuela (‘Nelinha’ para os amigos) conta-nos como tudo se processou. "Percebi que no Vila Boa do Bispo não ia lutar por grandes objetivos e decidi abandonar a competição, ficando apenas a treinar. Mas uma semana depois o vice-presidente do Famalicense perguntou-me se queria integrar o plantel e aceitei", recorda a guarda-redes. "Fui muito bem recebida pelos jogadores, aliás, de início havia algum receio da parte deles quando eu estava na baliza, mas o meu pai disse-lhes que eu era apenas mais um e a partir daí tudo correu bem. Fiz três jogos na pré-época", explica, orgulhosa.
Nelinha é a 3ª guarda-redes da equipa, provavelmente não chegará a ser utilizada, mas se for chamada, garante que estará a postos. Porque se há coisa que não tem é medo. "Claro que o jogo dos homens é muito mais rápido, o remate é mais potente, mas não tenho medo", sublinha a jogadora que, por absurdo que possa parecer, pode defrontar uma equipa da 1ª Divisão (por exemplo o OC Barcelos, do mano Luís) na Taça de Portugal. "Seria inédito...", reconhece, com um sorriso.
E como é ter o pai como treinador de equipa? "Por acaso comentei isso com o dirigente, não quero interferir no trabalho dele, podem surgir comentários... Mas o Sr. Alves disse-me que estavam sem 3º guarda-redes e eu era uma boa opção", frisa a atleta, que começou a jogar em Espanha, no Liceo da Corunha.
Coragem
"Ela sempre foi muito corajosa", assegura-nos o pai, José Querido. "Nunca teve medo da bola, portou-se muito bem nos jogos de pré-época. E se tiver de jogar não será por ser filha do José Querido, mas pelo seu valor", garante o técnico que foi campeão pelo OC Barcelos.
E é no OC Barcelos que joga outro elemento do clã Querido. "Esta mudança de regras ajudou-a a concretizar um sonho, ela está nas nuvens. Sempre quis jogar numa equipa sénior, mas fazê-lo com homens dá-lhe um nível de competitividade bem mais elevado", sublinha, orgulhoso, o mano Luís.
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