César Fraifer, técnico do Olimpia, conta a Record a realidade da modalidade no popular clube de San Juan
O que têm em comum o trio argentino Carlos Nicolía, Pablo Álvarez e Reinaldo García? Muitos títulos e o amor ao primeiro clube: o Olimpia. O primeiro adversário do Sporting no Mundial de Clubes é conhecido por ser um dos maiores viveiros de talento do hóquei argentino.
“Aqui, o lema é 100% hóquei”, conta a Record César Fraifer, técnico do Olimpia e antigo guarda-redes: “Por outras palavras, não há outra atividade no Olimpia que não seja o hóquei em patins. A certa altura, há muitos anos, tentaram implementar outras modalidades como o basquetebol, mas não resultou. Aqui trabalhamos no duro nas divisões inferiores para que os jogadores tenham a oportunidade de jogar na 1.ª Divisão, sempre com o sonho de poder integrar a seleção argentina e emigrar para a Europa.”
Carlos Nicolía foi um dos maiores jogadores do Benfica neste século. Pablo Álvarez, o único jogador deste trio ainda a competir, passou pela Luz, mas foi no Barcelona que se destacou como um dos melhores avançados do Mundo. Regressou na última temporada ao Barça após deixar o Benfica. É o maior goleador da história da OK Liga. Já Reinaldo García tem uma história de sucesso ao serviço do seu FC Porto e terminou a carreira com 48 troféus, entre eles 9 campeonatos em Portugal.
Todos eles acabaram por emigrar para a Europa onde estão as poucas equipas profissionais de hóquei em patins. Na Argentina, apesar da paixão pela modalidade, o profissionalismo é uma miragem, apesar de clubes como o Olimpia tentarem aproximar os pratos da balança. Segundo César, a média de ordenados de um jogador de hóquei na Argentina ronda os 250 mil pesos argentinos, o equivalente no câmbio atual a pouco mais de 150 euros.
“Somos dos clubes mais profissionais dentro do amadorismo. Nos últimos anos conseguimos incorporar preparadores físicos e nutricionista. É um esforço que fazemos. Nem o Estado nem o setor privado ajudam o suficiente para podermos cumprir os requisitos mínimos de uma equipa principal", explica.
Clubes de Buenos Aires ligados ao futebol, como River Plate, Huracán ou Vélez Sarsfield, têm hóquei, mas a distância para os clubes de San Juan dificulta o fomento da competição na capital argentina.
Entusiasmo enorme
O Olimpia está inserido no Grupo A juntamente com Sporting, Barcelona e os compatriotas do Andes Talleres. A oportunidade de defrontar dois dos maiores clubes do Mundo está a ser encarada com entusiasmo.
“Para muitos dos jogadores que fazem parte do plantel, é a primeira vez que defrontam estas equipas. Por isso, a ilusão de poder defrontar duas potências como o Sporting e o Barça criou muitas expectativas. Preparámo-nos da melhor forma com as ferramentas que temos. A realidade é que vamos enfrentar equipas super-profissionais, que pensam hóquei 24 horas por dia. Aqui, 100% dos jogadores estudam ou trabalham.”
Na noite de amanhã (1h30), o Olimpia defronta o Sporting, num pavilhão que se espera que esteja cheio com mais de 5 mil pessoas na bancada.
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