Miguel Monteiro após o ouro em Paris'2024: «Esta medalha também é de todos os portugueses»

• Foto: Lusa

Miguel Monteiro, que se sagrou este domingo campeão paralímpico do lançamento do peso F40 nos Jogos Paris'2024, com um lançamento a 11,21 metros, um novo recorde da competição, não escondeu toda a sua alegria com este feito para o desporto nacional.

"Não foi de todo fácil. Tivemos um verão bastante exigente, em que trabalhámos muito, em que nos focámos completamente no atletismo para chegar aqui na melhor forma possível. Felizmente as coisas correram bem, apesar de não ter começado bem com um lançamento nulo. Depois consegui no segundo ensaio, fazer logo 11 metros à partida, e estar mais calmo para o resto da competição. Felizmente consegui fazer 11.21, que é o recorde paralímpico neste momento. E estou muito contente com o trabalho que vimos a realizar e que findou agora", começou por dizer Miguel.

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"Após o nulo no primeiro ensaio, claro que senti pressão. Mas tentei acalmar. Foi só um erro de deslocamento. Tentei me manter calmo porque sabia que o lançamento tinha sido bom, só que tinha sido para o lado. Então mantive-me calmo e depois o segundo lançamento foi controlado. Depois os outros já foi a dar o máximo que tinha", sublinhou.

"Nunca abaixo dos 11 metros? Sim, nós vínhamos a treinar muito bem com lançamentos acima de 11 metros. Claro que nas provas é sempre diferente. Há sempre adrenalina e há sempre outros factores que condicionam ou não a prova. Felizmente hoje foi o nosso dia, digamos assim, e estamos muito contentes por isso", comentou.

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"Quanto ao sol e calor... estava para todos, acho eu, e estava bastante quente. No entanto, nós lá em Portugal, treinámos muitas horas ao ar quente, ao sol, e estávamos bem preparados para isso", desvalorizou.

"50.000 pessoas aqui no estádio? Foi completamente diferente de Tóquio, certamente. E foi muito especial. Ainda para mais porque tínhamos aí muitos emigrantes e muitos amigos portugueses a apoiar. Mesmo não sabendo se eram portugueses ou franceses, sempre diziam "Força Miguel" ou algo assim. Senti-me bastante bem por isso", contou.

E o que vai na alma nesta altura? "Vai muita coisa. Recordo muito todos os treinos que tivemos até aqui e as dificuldades por que passámos. Porque isto não é de todo um mar de rosas. Mas acima de tudo está a concretização de um objetivo que era nosso e que finalmente podemos dizer que somos campeões paralímpicos", atirou.

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"Se acreditava no ouro? Interiormente nós tínhamos um objetivo que era ganhar esta prova. Claro que para fora, tentámos não demonstrar isso para também nos resguardarmos um bocado. Mas esse foi um dos objetivos deste verão. O outro era acabar o curso e o outro era estar bem no Mundial que foi em Maio. Finalmente concretizámos esses três objetivos", sublinhou.

Há muito tempo que Portugal não obtinha uma medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos: "Sim, sim, tem muito significado para mim isso. É uma medalha de ouro paralímpica. Foi fruto de muito trabalho e finalmente fomos recompensados".

Alguma dedicatória especial? "Dedicar à minha família e ao meu treinador, que estiveram bastantes horas comigo, todo este tempo. Dedicar aos meus amigos que estiveram aqui e que estão em Portugal de certeza a ver, e dedicar a todos os portugueses que esta medalha também é de todos os portugueses. Obrigado ao Comité e obrigado à Federação. Obrigado a todos e obrigado a vocês, a comunicação social", agradeceu.

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Por Marco Martins
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