Presidente do CPP faz balanço positivo dos Jogos Paralímpicos: «Temos que estar muito satisfeitos com os resultados obtidos»

José Manuel Lourenço enaltece as sete medalhas conquistadas

• Foto: Epa/Lusa

A comitiva portuguesa terminou a participação nos Jogos Paralímpicos de Paris'2024 com um quarto lugar obtido por Norberto Mourão na canoagem na prova de 200 metros VL2.

Norberto Mourão, medalha de bronze em Tóquio em 2020, não reeditou a proeza em França, num dia que arrancou pelas 10h28 com as meias-finais, em que terminou no primeiro lugar, e terminou pelas 11h49, hora local, com a final.

Seis dos oito atletas tiveram pouco mais de uma hora de descanso, enquanto os dois brasileiros, Fernando Rufino de Paulo e Igor Alex Tofalini, apuram-se diretamente para a final após terem vencido nas eliminatórias, na sexta-feira, 48h antes.

Na final, Rufino de Paulo venceu com o recorde paralímpico em 50.47 segundos, à frente do compatriota brasileiro, do norte-americano Blake Haxton, e o português Norberto Mourão.

Portugal terminou estes Jogos Paralímpicos com um balanço final de sete medalhas e 18 diplomas, a melhor participação desde a criação do Comité Paralímpico de Portugal em 2008, e a sétima melhor desde o arranque dos Jogos Paralímpicos.

José Manuel Lourenço, Presidente do Comité Paralímpico de Portugal, mostrou-se satisfeito com a participação lusa.

"É um balanço francamente positivo. Nós temos os melhores resultados desde a constituição do Comité Olímpico (ndr: em Setembro de 2008). Portanto, isso só por si, já traduz o desempenho desta missão que ainda por cima, tem o significado de ser a missão mais pequena também desde a constituição do Comité Paralímpico. Em termos de excelência desportiva, temos que estar muito satisfeitos com os resultados obtidos. Isto não foi só feito de medalhas, também foi feito de superação pessoal de muitos atletas que alcançaram resultados melhores do que chegaram aqui".

Sobre o dopingo de Simone Fragoso, José Manuel Lourenço preferiu não comentar. "Sobre o caso em concreto, não vou dizer nada. Vou apenas reafirmar aquilo que é a determinação do Comité Paralímpico, e que deve ser de todos os agentes desportivos, no sentido de termos um desporto limpo de qualquer tipo de batota, mas não estou a falar do caso em concreto. Sabemos que a atleta tenciona recorrer e, portanto, tem direito a essa defesa. Aquilo que nos importa é dar relevo àquilo que são os excelentes resultados desportivos que nós aqui tivemos. Isso para nós é que importa. Quanto ao controlo feito em Portugal, agora sabemos que são 20 dias, um tempo excessivo. Se é conhecido que são 20 dias, estes 20 dias deviam ter sido antecipados no controlo de todos os atletas".

Para Luís Figueiredo, chefe da missão portuguesa, houve problemas que tiveram de ser resolvidos, e realçou que as condições na aldeia estavam boas apesar das críticas dos atletas olímpicos, que ali estiveram três semanas antes. "Houve algumas situações que correram menos bem, mas, com a capacidade que a missão teve para colmatar esses problemas, foram ultrapassados. As condições da aldeia, quer para os olímpicos, quer para os paralímpicos, são as mesmas. As camas já existiam em Tóquio e são exatamente o mesmo modelo e a mesma marca. Não é por aí. A parte de refeições tinha qualidade, se calhar não tanta diversidade como em Tóquio, mas tinha a qualidade exigida. Não podemos criticar".

Quanto ao futuro e em ter uma comitiva maior para 2028, Luís Figueiredo não está otimista, mas acredita que em quatro anos muita coisa pode mudar. "As projeções não são nada animadoras, mas acreditamos no trabalho que os clubes e as federações estão a desenvolver, com o apoio tremendo dos familiares destes atletas, porque estes 27 atletas, todos eles têm uma história de vida. História de vida que era fundamental que se conhecesse e poderá vir a servir de exemplo para outros que queiram alcançar os mesmos feitos. Portanto, eu acredito que iremos ter renovação. Obviamente que vai demorar, mas acredito na força do grupo que está à volta dos atletas, que são as famílias, os clubes, as federações", concluiu o chefe da missão portuguesa.

Portugal encerrou a participação dos 27 atletas com sete medalhas: duas de ouro, uma de prata e quatro de bronze. Os atletas medalhadas foram Miguel Monteiro (atletismo) e Cristina Gonçalves (boccia) ambos com ouro, Sandro Baessa (atletismo) com prata, e Diogo Cancela (natação), Luís Costa (ciclismo), Djibrilo Iafa (judo) e Carolina Duarte (atletismo) ambos com bronze.

A próxima edição dos Jogos Paralímpicos de Verão decorre de 15 a 27 de Agosto em Los Angeles, nos Estados Unidos, em 2028.

Por Marco Martins
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