Joana Calado: «Só posso estar orgulhosa»

Foi em lágrimas que Joana Calado surgiu esta quarta-feira na zona mista do Estádio Aquático Olímpico, apoiada pelo seu treinador Rui Gama, pouco depois da sua prova de 100 metros bruços SM8, onde se quedou pelo quinto posto. Novo recorde nacional conseguido, mas muita emoção à mistura.

"Correu bem tanto a prova da manhã como a da tarde. Fiz tudo o que tinha combinado com o meu treinador. De manhã fiz uma prova mais controlada, aumentando o ritmo nos últimos 50 metros. Agora, na final, era a rasgar nos primeiros 50 metros e dar o que restasse no final. Não restou muito, infelizmente. O quinto lugar é bom, com recorde nacional. A posição igual à que fizera em Pequim. Voltar oito anos depois, melhorando três segundos essa marca... só posso estar orgulhosa", admitiu a nadadora, de 24 anos, que não quer olhar para os Jogos de Tóquio'2020, ainda que deixe no ar a possibilidade de não estar presente.

"Uma coisa de cada vez. Primeiro há que fechar o ciclo dos Jogos, celebrar o que fiz aqui. Depois vamos ver. Nos próximos meses vou preparar o Mundial e depois penso no próximo passo na carreira. O objetivo é acabar a universidade e tratar de outros aspetos da minha vida", admitiu, apontando à conclusão da sua tese em ciências da computação, mas também a sua vida profissional, que passa pela empresa Cisco, em Manchester.

Um regresso relâmpago

Se o resultado de Joana Calado é digno de realce, maior destaque tem pelo facto de, há sensivelmente um ano, ter decidido voltar à natação para disputar os Europeus do Funchal. Uma paragem de praticamente sete anos da alta competição, que a nadadora 'corrigiu' rapidamente.

"O objetivo era igualar os 1.28 e rapidamente o fiz. Trabalhei para ver o que alcançava, mas nunca pensei que faria 1.25! Ter atingido isso num ano, conseguindo tirar 11 segundos ao meu tempo do regresso, só posso ter orgulho naquilo que alcancei", admitiu. E que evolução poderia ter Joana se decidisse continuar a competir até Tóquio? Uma pergunta que fica sem resposta...

Por Fábio Lima. Rio de Janeiro. Brasil

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