Atleta holandesa, bem ao seu jeito, diz que "simplesmente" é "maluca"
Sifan Hassan é uma atleta e uma personagem especial. De quem é difícil não gostar pela sua forma genuína, sem complexos, sem rodeios. Fala como se fosse uma pessoa normal e não uma super atleta, partilha medos e não tem qualquer problema em mostrá-los perante a concorrência. Em Paris'2024, depois da tripla de Tóquio'2020 nos 1.500m, 5.000m e 10.000m, que lhe deu três medalhas, vai tentar agora fazer os 5.000m, 10.000m e a maratona. O primeiro capítulo já foi fechado, com o bronze nos 5.000m, e a forma como fala dessa prova... diz tudo sobre aquilo que a holandesa é e ao que se está a submeter.
"Estou muito grata por ter conseguido a medalha. Para mim, as duas últimas voltas e a primeira sentiram-se da mesma forma. Antes era uma atleta com velocidade, agora sou mais de resistência. Estava realmente assustada antes da prova. Só queria ir para casa! Estava mesmo nervosa. Acho que o meu cérebro me quer salvar, pois tenho menos de 48 horas até fazer os 10.000 metros e depois a maratona. A minha mente está focada nisso. Mas estou muito grata. Antes da corrida o meu objetivo era acabar e focar-me na próxima. Estou só a pensar nos 42 quilómetros. Estava assustada ainda antes do evento. Na verdade, pensei que este era o meu ponto fraco [os 5.000m], porque estava a trabalhar muito para a maratona, mas consegui a medalha", disse a sempre sorridente holandesa.
Fechados os 5.000 metros, Hassan tem agora dois desafios pela frente. Os 10.000m na sexta-feira e a maratona no domingo. "Estou incrivelmente assustada, mas sou uma pessoa curiosa. Não sei o que raio se passa comigo! Digo a mim mesma antes de cada prova que tenho problemas no cérebro. Mas quando chego a casa penso 'vou fazer isto'. E depois chego à pista e algo se passa comigo. Talvez tenha algum problema. Tenho de testar o meu cérebro. Só queria chorar antes da corrida. Estava sob tanta pressão, que só pensava 'Por que estou a fazer isto? Por que é que me estou a submeter a isto?' Acho que simplesmente sou louca", concluiu.
Atleta, de apenas 16 anos, tornou-se no norte-americano mais jovem de sempre a disputar uma prova de atletismo dos Jogos Olímpicos
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