Rochele Nunes: «O lado bom é que para ser campeã preciso de ganhar de todas»

"Acho que fiz um processo muito bom de recuperação, claro que uma lesão não é algo que seja positivo, mas saí bem dessa cirurgia, da recuperação, fiz o que foi possível, o que estava ao meu alcance, e acho que até voltei mais forte", disse Rochele Nunes à agência Lusa.

• Foto: Reuters

Uma lesão grave no ligamento cruzado do joelho direito no final do último ano 'travou' a judoca Rochele Nunes, que nos Mundiais de Tashkent regressa 11 meses depois aos 'tatamis' à procura da 'velha' fórmula do sucesso.

"Acho que fiz um processo muito bom de recuperação, claro que uma lesão não é algo que seja positivo, mas saí bem dessa cirurgia, da recuperação, fiz o que foi possível, o que estava ao meu alcance, e acho que até voltei mais forte", disse Rochele Nunes à agência Lusa.

A judoca, nascida no Brasil e que em 2019 passou a representar Portugal, teve um ano de 2021 de bons resultados, especialmente com duas medalhas de prata nos Grand Slam de Tbilissi e Telavive, e o bronze nos Europeus de Lisboa.

Já depois dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, Rochele Nunes tinha vencido a Taça Kiyoshi Kobayashi, mas, em outubro do último ano, na luta pela medalha de bronze no Grand Slam de Paris, teve a lesão grave, que a obrigou a cirurgia e longa recuperação.

O regresso foi demorado, como é norma nas lesões ligamentares do cruzado anterior, e aconteceu em setembro, no Open Europeu de Riccione, em Itália, numa competição em que diz ter-se sentido bem. E na qual terminou em quinto. "Foi ótimo fazer esta competição porque me deu mais segurança, de que o joelho já está 100% bom, e que as coisas que preciso de melhorar um pouco são mais técnicas, estava com falta de ritmo de judo e acho que o ter estado muito tempo parada me atrapalhou nesse sentido, de não ter o ritmo de luta e de judo mesmo, mas no cômputo geral tem sido bom", considerou.

A judoca integra a comitiva de oito judocas portugueses que vão disputar os Mundiais de Tashkent, entre quinta-feira e 13 de outubro, sendo a última a entrar em ação, penúltimo dia de prova, dedicado às categorias mais pesadas (+78 kg femininos e +100 kg masculinos).

Para Rochele Nunes não é uma experiência nova, sendo o seu quinto Mundial, o terceiro por Portugal. "Só gostaria de estar mais bem colocada no ranking [16.ª no ranking mundial, 12.ª cabeça de série], para ter um sorteio mais favorável, mas, assim, como nas outras competições nem sempre fui cabeça de série, às vezes corre bem", admitiu a judoca.

O que a espera é uma incógnita, mas ter que partir detrás também lhe retira pressão e dá confiança. "Preciso de saber com quem eu vou lutar, mas o lado bom é que para ser campeã preciso de ganhar de todas. Então estou preparada para qualquer uma", adiantou, consciente de que ao quinto Mundial conhece melhor muitas das adversárias.

No Uzbequistão, a judoca sabe que estará mais nervosa na 'torcida', no apoio aos outros atletas portugueses, do que quando ela própria entrar em competição na Humo Arena, casa habitual do hóquei no gelo da capital uzbeque e com capacidade para 12.500 espetadores.

"No meu dia, como sei o que vou fazer, é mais fácil estar lutando do que estar na arquibancada", explicou, dedicando a véspera para treinar alguma técnica depois de saber com quem irá lutar, ouvir música e ver algo que a deixe bem. "Gosto de me alimentar bem, ver algum filme, alguma série de comédia, gosto de estar contente para competir. Tem muito sentido estar feliz a fazer o que realmente gosto, procuro estar cercada de boas energias", revelou a judoca.

Portugal compete entre quinta-feira e 12 de outubro nos Mundiais de judo, em Tashkent, com a participação de Rochele Nunes (+78 kg), Catarina Costa (+48 kg), Joana Diogo (-52 kg), Bárbara Timo (-63 kg), Rodrigo Lopes (-60 kg), João Fernando (-81 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg).

Por Lusa
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