O regresso do ''verde''

Esqueça tudo o que sabe (ou pensa que sabe) sobre automóveis. Foi este o desafio proposto pela Toyota a Record na apresentação internacional do novo Prius, em Florença; mais um passo em frente num caminho que a marca nipónica já havia desbravado com a primeira versão deste automóvel... diferente.

E "diferente" porque falamos de um híbrido, ou seja, um veículo que utiliza na sua locomoção dois tipos de energia: eléctrica (proveniente de uma bateria) e térmica (de um tradicional motor de combustão interna). Objectivos desta tecnologia: reduzir o consumo de gasolina (ainda não há aplicação comercial ao gasóleo), diminuindo também as emissões de gases e partículas nocivos ao ambiente.

Em suma, o Prius, que traduzido literalmente do grego é qualquer coisa como "à frente do seu tempo" é, pelo contrário, e cada vez mais, um produto do seu tempo: um automóvel com "consciência", para o cidadão que se preocupa com a ecologia.

Moderno

Não se pense, contudo, que estamos perante uma utopia com rodas. O Prius é um carro moderno no conceito, com prestações apenas aceitáveis para um familiar equipado com um motor de gasolina de 1500 cc e que demora 10,9 segundos a chegar aos 100 km/hora.

E depois, depois há o equipamento: controlo de estabilidade, controlo de tracção eléctrico, ABS e seis "airbags" encabeçam a lista dos dispositivos de segurança, enquanto computador de bordo com sistema de navegação, "chave inteligente", ou ar condicionado asseguram o conforto de uma família de até cinco elementos.

Ingredientes com que a Toyota pretende guindar o novo Prius do segmento "C" para o "D", que é como quem diz para a vizinhança dos série 3 da BMW ou classe C da Mercedes. Em suma, conceptualmente o Prius é um modelo ambicioso, direccionado para o activista ecológico do século XXI, mas que não sacrifica o conforto e a qualidade.

E duram, duram...

A base "genética" do Prius assenta num motor de combustão interna e numa bateria eléctrica. Entre os dois, a chave do sistema, uma unidade de controlo que transforma a energia cinética do motor tradicional em energia eléctrica que pode ser armazenada na bateria de níquel, mas que, simultaneamente, também converte as reservas eléctricas em energia que auxilia o motor. Isto traduz-se numa utilização que pode ser exclusivamente eléctrica até aos 50 km/h e auxiliada pelo motor a gasolina a partir desse ponto de exigência, somando as duas energias em prol da "performance" do Prius.

A poupança de energia é assim assegurada pela redução do "protagonismo" do motor a gasolina, cujo funcionamento recarrega depois a bateria. Ou seja, o Prius gasta pouca gasolina (4,3 L aos 100 km, em regime combinado) e não precisa de fontes externas para recarregar a "pilha".

Por cá em 2004

Os potenciais consumidores nacionais terão de esperar até Setembro de 2004 para poderem adquirir o novo Prius (numa versão única mas com vários níveis de equipamento). Um período de espera assumido pelo importador Salvador Caetano que justifica esta opção pela pouca receptividade que os automobilistas portugueses têm manifestado pelo modelo. De facto, as previsões comerciais para o ano de 2004 quedam-se pelas 15 unidades, mais 15 para o ano seguinte. Isto, apesar de um preço indicativo de 28 mil euros e de um aliciante importante: uma isenção de 40% na carga fiscal. Uma "benesse" conseguida pela graça das suas virtudes ecológicas.

Deixe o seu comentário
Newsletters RecordReceba gratuitamente no seu email a Newsletter Geral ver exemplo
Ultimas de Motores
Notícias
Notícias Mais Vistas