Autódromo do Algarve quer Grande Prémio de Portugal com público

Administrador Paulo Pinheiro falou das possibilidades de Portimão

• Foto: André Cravinho

Paulo Pinheiro, administrador do Autódromo Internacional do Algarve (AIA), assumiu este domingo, em conversa com a Eleven Sports, a vontade de receber um Grande Prémio de Fórmula 1 esta temporada, ainda que admita que por agora nada esteja fechado com a promotora do campeonato. Por outro lado, a acontecer prova por cá, deixou claro que o plano passa por ter público nas bancadas e que será apenas por uma corrida e não duas, como chegou a ser avançado.

"Não está confirmado. Se vamos ter Grande Prémio... vamos tentar. Estamos na pole position para receber, mas nem sempre quem está na pole não ganha", começou por dizer Paulo Pinheiro, que explicou depois que a melhor opção passa por receber o Grande Prémio "o mais tarde possível no calendário de provas europeias, no mês de outubro e não em setembro".

Quanto a público, a ideia é clara. "Quem vai fazer uma prova pela primeira vez, quer ter público. O principal factor é a corrida ter público. Não faço a ideia se será possível, mas estou a trabalhar afincadamente para isso. Obviamente cumprindo as regras, mas o foco total é ter público nas bancadas. O cenário que estamos a pensar inicialmente passa por ter um limite baixo e em função da situação pandémica fazer crescer essa percentagem. E se for positiva ir subindo a um patamar não superior a 50, 60%. Mas é importante dizer que a partir de 30 setembro em teoria não haverá limitação de público. Em teoria poderíamos ter 100% nessa altura, mas tudo depende da evolução da situação".

Público esse que acabará por ser importante para ajudar a suportar custos, ainda que para receber a F1 o AIA não tenha de pagar um 'fee' à Liberty. "Não vamos pagar fee, porque se não tínhamos logo sido excluídos. Uma corrida custa normalmente 30 a 35 milhões de euros. Com esses valores é difícil acontecer por cá, por muito bom que o circuito e o país sejam", assumiu, lembrando depois o "impacto direto da F1 é brutal: 100 a 200 milhões de euros, segundo estudos feitos".

Nesse sentido, apesar de não envolver o pagamento de uma verba à organizadora do campeonato, o AIA terá de fazer um investimento, nomeadamente para compensar quem já tinha o autódromo reservado - há a necessidade de ter a pista livre três semanas antes da prova. E é aí que entra a necessidade de ter apoios. "Não quero que me deem nada, mas não quero perder, porque vou ter de pagar a quem já tinha o circuito alugado. Não quero ser eu a pagar e depois o país ganhar. Uma corrida de F1 no nosso país terá sempre um impacto económico sempre superior ao investimento feito", frisou, destacando depois o potencial do país, da região do Algarve e também a situação da luta contra a Covid-19 como trunfos.

E mesmo ainda não havendo nada fechado, a verdade é que a febre da F1 já chegou a Portimão. "Recebemos hoje quase mil emails do estrangeiros a pedir link para comprar bilhetes, sem sequer pedir preços. É interessante ver que há fome enorme de F1 em Portugal, tanto dos portugueses como dos estrangeiros."

Asfalto terá de ser melhorado

Paulo Pinheiro assumiu ainda que será necessário reasfaltar o circuito para receber as provas de um eventual Grande Prémio de Portugal, algo que terá de ficar definido até meados de julho.

Noutro âmbito, Paulo Pinheiro referiu que a haver Grande Prémio no nosso país todas as provas habituais (F2, F3 e Porsche SuperCup) estarão presentes.

Por Fábio Lima
Deixe o seu comentário
Newsletters RecordReceba gratuitamente no seu email a Newsletter Premium ver exemplo
Ultimas de Fórmula 1
Notícias
Notícias Mais Vistas