O domínio exercido até agora pela Brawn GP no Mundial de F1 está longe de trazera paz à equipa. No passado domingo, apesar da "dobradinha" alcançada no GP de Espanha, Rubens Barrichello, que terminou em segundo uma vez mais atrás de Jenson Button, mostrou descontentamento e avisou mesmo que deixará de imediato a escuderia caso tenha a mais leve confirmação de que o colega britânico está a ser favorecido.
Barrichello, de 36 anos, liderou a corrida nas primeiras 19 voltas depois de um excelente arranque da 2.ª posição da grelha de partida, mas viu a vitória fugir-lhe quando a equipa decidiu alterar a estratégia do companheiro de equipa de três para duas paragens nas boxes, na altura dos primeiros reabastecimentos.
"Tenho de descobrir o que se passou. Tenho a certeza de que nada de estranho se passou, mas se tiver a mais leve suspeita de que a equipa favoreceu o Jenson, penduro o capacete no dia seguinte", avisou o brasileiro em declarações ao canal "Speed TV".
A vitória de Button, de 29 anos, tamnbém se ficou a dever a problemas de pneus sofridos por Barrichello, mas isso não convence o brasileiro: "Estou desapontado porque pensei que a vitória estava no saco. Larguei muito bem e fiquei na frente do Jenson na primeira curva. Tudo estava a correr muito bem, por isso fiquei surpreendido quando me disseram que tinham alterado a estratégia do Jenson de três para duas paragens."
Quando questionado sobre se temia que se repetisse a situação vivida quando era companheiro de equipa de Michael Schumacher na Ferrari e Ross Brawn era o estretego dos italianos, Barrichello respondeu:
"Saí da ferrari por causa disso. Já vivi essa experiência e se voltar a acontecer não irei acatar ordens de equipa. Estou a deixar isso bem claro agora. Mas a situação é muito mais amigável nesta equipa. Não vou chorar a dizer que merecia isto ou naquilo. Tinha condições para vencer e não venci."
O brasileiro foi ainda mais incisivo em declarações à comunicação social do seu país natal: "Gostaria de ter sido avisado quando o Jenson parou e não quando eu saí. Não tive escolha. Teria uma volta para poder decidir se queria ou não fazer as duas paragens. Nas reuniões de sexta, sábado e domingo, nunca foi cogitado fazer duas paragens, eram sempre três."
Ross Brawn nega favorecimento a Button
Ross Brawn, 55 anos, negou que exista qualquer política de favorecimento a Button: "De forma alguma! A alteração de estratégia foi uma decisão minha. Engenheiros e pilotos deram a suas informações e fizeram as suas recomendações mas sou eu que tem a última palavra no 'pit lane' e, boa ou má, ficamos com ela. Se o Rubens não tivesse problemas nos pneus teria sido muito renhido."
Antes, em declarações à BBC, Brawn mostrou-se incomodado quando teve de responder a uma pergunda sobre o desempenho de Barrichello, acabando mesmo por considerar o brasileiro demasiado... lento:
"Para nós, a estratégia de três paragens foi sempre a melhor, sobretudo pelo uso dos pneus macios. Mas o que foi estranho e decepcionante foi a segunda parte de corrida do Rubens com os pneus macios, foi... muito lento, mais lento do que antes. Nós escolhemos a estratégia para que o Rubens vencesse a corrida."
Button, por seu turno, sublinhou: "Rubens arrancou muito bem e depois pensei que estaria metido em problemas quando mudei de três para duas paragens. Tive de pilotar nos limites para que desse certo e nunca esperei vencer."
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