Polémica na F1: Haas impedida de tirar carros da Holanda se não pagar dívida à Uralkali

Equipa recebeu visita das autoridades holandesas na noite de quinta-feira e foi notificada que não poderá abandonar o país até reembolsar o antigo patrocionador

• Foto: Reuters

A Uralkali, antigo patrocinador da Haas, avançou com uma ação na justiça holandesa com o intuito de confiscar os bens da equipa norte-americana de Fórmula 1 depois de esta não cumprir um pagamento que está pendente desde junho, após uma decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), na Suíça.

De acordo com a decisão arbitral, em junho, a Haas teria de reembolsar o seu antigo patrocinador pelo dinheiro adiantado para o ano de 2022, isto depois de o vínculo entre as duas partes ter sido cancelado por virtude da invasão da Rússia ao território da Ucrânia. Segundo o que tem sido avançado pela imprensa internacional, o montante que a Haas terá de devolver à Uralkali poderá chegar aos 8 milhões de euros.

Em Zandvoort, para participar no Grande Prémio de Fórmula 1 da Holanda, a primeira prova após a pausa de verão, a Haas já reagiu a toda esta polémica, mostrando-se disponível para chegar a acordo com o seu antigo patrocinador. "A Haas tenciona pagar à Uralkali todos os montantes devidos em conformidade com a decisão arbitral e não existe qualquer litígio quanto aos montantes em dívida. A Haas tem estado a trabalhar com os seus advogados para garantir que o pagamento cumpra todas as sanções e regulamentos relevantes dos EUA, da UE, do Reino Unido e da Suíça. Continuaremos a trabalhar com a Uralkali nos próximos dias para resolver este assunto de forma definitiva", informou a equipa através de um comunicado.

O assunto também acabou por ser abordado pelo chefe de equipa da Haas, Ayao Komatsu, que, em declarações na conferência de imprensa desta sexta-feira, disse o caso já está entregue à equipa jurídica da Haas. "Nós aceitámos a decisão. Não estamos a contestá-la de forma alguma. É um processo complicado para transferir todos os fundos e estamos a trabalhar nisso neste momento. Está a demorar mais do que eu gostaria. Estamos muito concentrados em fazer a transferência o mais rápido possível", vincou.

Entretanto, a Uralkali, até ao momento lesada por este atraso da Haas, também já reagiu a todo este processo: "Estamos cientes de que os oficiais de justiça holandeses, acompanhados pela polícia, estiveram ontem [quinta-feira] à noite no paddock da Haas e fizeram um inventário de todo o equipamento de corrida e outros bens que a equipa tem. Esta é a consequência esperada do facto de a Haas não obedecer à decisão arbitral que atribui o pagamento e um carro de corrida à Uralkali. A decisão arbitral foi emitida a 12 de junho com efeito imediato e foi ignorada pela Haas", começa por dizer um porta-voz da Uralkali, citado pelo 'Autosport', empresa cujo um dos principais acionistas é Dmitriy Mazepin, pai do piloto russo Nikita Mazepin, que correu pela Haas entre 2020 e 2022.

E continua: "A Haas teve mais de dois meses para aplicar a decisão e, tal como foi noticiado anteriormente, a Uralkali contactou os representantes da Haas com opções sobre a forma como deveriam efetuar o pagamento e para onde enviar o carro de corrida, sem nunca ter recebido uma resposta concreta. Não existem nem nunca existiram quaisquer problemas de sanções que impeçam a Haas de cumprir as suas obrigações. No entanto, estas não foram cumpridas", deixando nova 'bicada' à equipa norte-americana: "Estamos muito satisfeitos por saber que, na sequência da visita de ontem à noite das autoridades holandesas, a Haas está finalmente a prestar atenção à decisão arbitral. A Uralkali não quer nada mais do que receber o que lhe foi atribuído durante um processo judicial justo e espera que a Haas atue rapidamente para retificar a situação de modo a que todas as partes possam seguir em frente."

Por Record
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