O português de 30 anos está de saída da Prima Pramac e, em entrevista à Sport TV, abordou o futuro no motociclismo
Miguel Oliveira anunciou esta quinta-feira, após a Prima Pramac oficializar a saída do piloto português no final da presente temporada, que não irá correr no Mundial de 2026 do MotoGP como piloto principal.
Em jeito de reação ao anúncio oficial da Yamaha, o piloto natural de Almada assumiu que o comunicado de hoje não foi propriamente uma novidade. "Não é propriamente uma notícia de última hora. Sabíamos que era algo uma decisão que estava pendente desde o final de maio, quando foi anunciada a contratação do Toprak Razgatlioglu para a Pramac. Algo inesperado, diria, no sentido de não darmos continuidade àquilo que eu me tinha proposto em 2024, assinando um acordo de um ano com mais um de opção com uma cláusula de performance a metade da temporada. Obviamente, uma cláusula altamente condicionada pela lesão na Argentina e depois o anúncio do Toprak veio mexer muito na dinâmica dentro do paddock, ter de lidar com as perguntas da comunicação social sobre o futuro corrida após corrida, estar constantemente a sentir que cada corrida tinha que ser uma prova daquilo que eu poderia fazer numa fase em que ainda me estava a habituar à mota e os outros pilotos já estavam muito mais dentro daquilo que eram os limites da mota", começou por dizer Miguel Oliveira.
Relacionadas
A relação no paddock mudou com o anúncio da tua saída?
"Nada disso. Aliás, com o Miller muito menos porque nós temos uma excelente relação dentro da boxe. O Miller é um excelente team player e, mesmo recentemente, com estes rumores todos, nós íamos falando muito os dois. Na altura da Áustria falei com ele, ele estava tão ou mais ansioso do que eu sobre esta decisão e de facto foi uma decisão que foi muito demorada pela tentativa da Yama em trazer um 'rookie' para a estrutura ao lado do Toprak, esse 'rookie' não aceitou e foi também um bocadinho a salvação do Jack e as coisas acabaram por acontecer assim."
O futuro
"Estou muito tranquilo em relação a isso. Aliás, sempre estive. No sentido em que quando sabemos do nosso valor, quando sentimos que podemos acrescentar algo de positivo a qualquer equipa, a qualquer equipa e a qualquer construtor, só podemos ter uma abordagem tranquila. O futuro está em aberto e é mesmo verdade. Neste momento, tenho várias opções em cima da mesa para eu ponderar, mas não são escolhas fáceis."
Qual é a tua prioridade, ser piloto de testes ou continuar a correr?
"Sim, prioridade é continuar a correr. O sentimento ainda me mantém muito dividido neste paddock. Passei muito tempo da minha carreira aqui. Cresci aqui. Conheço praticamente toda a gente de todas as equipas e, de alguma forma, gostava de manter esta ligação ao paddock. Para já, há uma porta aberta para sair, mas a porta que está aberta para eu sair também pode estar aberta para eu entrar. Gostava de manter esse elo ligação aqui ao paddock, mas só o vou ter forçosamente como piloto de testes dado a dinâmica do ano que vem. Essas portas aqui, para ser piloto a tempo inteiro no ano que vem fecham-se. Dada a mudança de regulamento em 2027, ter também algum tipo de contrato de piloto de testes que me permita ter um número fixo de wildcards durante a temporada também me parece algo difícil de garantir, até porque muitas das marcas vão congelar logo no início de fevereiro os seus pacotes técnicos para o início da temporada. Não faz sentido gastar muita energia e recurso financeiro nisso sendo que no ano seguinte mudam os regulamentos, para além de as motas serem 80% das que temos agora."
Mundial de Superbike: BMW ou Yamaha surgem como possíveis cenários. Ter um paddock diferente é uma obstrução para ti?
"De todo. Eu quero mesmo é competir, por isso é que o papel de piloto de testes a tempo inteiro me deixa muito dividido. O mesmo desejo mesmo é o de competir, estar em pódios e vencer corridas. A ida para as Superbikes é uma ida que me deixa possivelmente muito agradado, até porque os lugares são em equipas oficiais, com estruturas bem montadas e fortes e isso é a ambição de qualquer piloto: voltar a um sítio onde possa ser competitivo."
Dois em um, é possível? Ou seja, ser piloto de testes no MotoGP e correr no Mundial de Superbike?
"É uma via a explorar. Está tudo em aberto. Espero que nos próximos dias ou semanas as coisas se possam concretizar e que eu escolha uma opção que me deixe feliz. Escolher as duas seria um desafio, até porque uma categoria está a mudar de Michelin para Pirelli e a outra de Pirelli para Michelin, a competir. São sempre motas, têm acelerador e travões, mas as coisas são sempre um bocadinho diferentes."
O anúncio da saída retira-te motivação para o que falta da temporada?
"Não, de todo. Eu definiria que a fase que eu estou a viver agora é uma terceira fase. A primeira de adaptação. A segunda fase, de junho-julho, em que comecei a testar muitas coisas na mota, andámos na tentativa-erro. E desde Áustria para cá já estou capaz de ser mais competitivo e conseguir um bom resultado. Sinto-me bastante motivado. Sabemos que a mota tem as limitações que tem. Sei que tenho de chegar aos Grandes Prémios e tentar o 15.º ou o 10.º lugar. Sabia para o que vinha quando assinei em 2024. A minha abordagem não vai mudar, vou ser sempre profissional do início ao fim. Só pedi o mesmo à Yama. Esconder o jogo? Não. Não aconteceu isso na Aprilia, não aconteceu na KTM. Aqui as coisas levam-se até ao final. Não acho que há razões para esconder jogo, até porque de acordo com o feedback deles sou um piloto que tem sempre comentários muito coerentes e diretos", terminou.
O português de 30 anos está de saída da Prima Pramac e, em entrevista à Sport TV, abordou o futuro no motociclismo
Piloto português de 30 anos deixa a equipa no final da presente temporada
Grande Prémio da Catalunha de MotoGP disputa-se este fim-de-semana
Acordo com o australiano deverá ser oficializado na próxima semana, segundo o 'Motorsport.com'
Companhia aérea 'proibiu' música do defesa nos seus voos
Pressão sobre águias e dragões faz disparar gastos a Liga Betclic, defende economista João Duque
Médio jogou no Galatasaray com o extremo, que foi polémico ao apresentar-se no Fenerbahçe
Uche replicou, palavra a palavra, a publicação do jogador português nas redes sociais e só trocou... os clubes