Português fala das emoções dos feitos históricos em Doha e dos próximos objetivos
Diogo Ribeiro explicou as emoções de ter conquistado duas medalhas de ouro nos Mundiais de Doha. O nadador de 19 anos garante que está focado em continuar a treinar para ser o melhor e, quanto ao sonho de uma medalha olímpica, refere que na estreia em Paris'2024 será complicado mas aponta a um pódio em Los Angeles'2028.
"O objetivo era ganhar os 50 metros mariposa. Na minha cabeça e nos meus treinadores pensámos que seria possível e foi lutar até ao fim. Foi incrível terminar a prova e ver que fiquei em primeiro lugar. Quando acabei, nem queria ver o tempo. Demorei uns 16 segundos a olhar para o tempo, devo ter sido a última pessoa a ver o tempo. Primeiro bati na parede, vi que a luz no bloco tinha acendido, por isso tinha ficado no pódio, só aí já estava feliz. Mas depois vi ao meu lado o Michael Andrew, que era um dos favoritos e que ficou em segundo lugar a dizer uma asneira, e pensei 'então é entre mim e o Cameron McEvoy', que foi terceiro, e depois olhei e vi que tinha ficado em primeiro e foi uma felicidade enorme. Tenho apenas 19 anos e tenho trabalhado muito, com os meus treinadores, para atingir isto. Temos sofrido muito nos treinos, às vezes chego quase a desmaiar com dores. Por isso é um caminho que custa muito mas chegar aqui e conseguir fazer isto, é incrível. Não tenho muitas palavras para descrever essa prova", afirmou Diogo Ribeiro, à equipa de reportagem da Sport TV em Doha.
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"Os 50 mariposa não tinham corrido bem nem a eliminatória nem as meias-finais. Fui para a final a querer vencê-la, porque sou mesmo competitivo, mas sabia que seria difícil porque o Michael Andrew já tinha feito um tempo de 22,94 nas meias-finais. Mas a pressão na final é completamente diferente. Nos 50 mariposa queria muito mas fiquei um pouco com receio com o que podia acontecer na final. Quanto aos 100 mariposa, pensava que não estava assim bem, por causa dos 100 livres, mas depois fiz a eliminatória e registei um tempo bastante bom para as minhas sensações. Nas meias-finais comecei a acreditar mais, sabia que havia nadadores que iam melhorar bastante, como o Chad le Clos, medalhado à frente do Michael Phelps em Jogos Olímpicos... por isso fiquei sem palavras, sem reação. Mas foi muito bom, ser bicampeão do Mundo em natação... se já ser uma vez era uma coisa que já nem conseguia pensar nisso, ser duas vezes... estou super orgulhoso. Mas diria que antes da competição começar, os 100 mariposa era mais surpreendente ganhar", explicou o nadador de 19 anos.
"O segredo é continuar humilde e continuar a trabalhar. Sou lutador, não quero um título e ficar por aí. Quero sempre mais. Agora estou um expert nas chegadas, acho que sou o melhor do mundo nas chegadas, por isso agora como já treinei essa parte, quero treinar partidas. Há sempre alguma coisa a melhorar para um dia poder dizer que sou o melhor do Mundo em tudo. Neste momento, sinto que sou o melhor do Mundo a nadar, acho que ninguém me ganha na chegada. Na viragem não sou o melhor, no percurso subaquático, não sou o melhor. No salto, na partida, na reação não sou o melhor, por isso há muita coisa para melhorar. Indo melhorando nisso tudo, acho que posso fazer coisas brilhantes no futuro. Vou ter fome e vou querer sempre querer mais e vou continuar a treinar", sustentou.
"A medalha mais importante da carreira? Foram estas duas. Ser campeão do Mundo absoluto é um sentimento completamente diferente. Claro que ser campeão do Mundo de juniores e, sobretudo, bater o recorde do mundo de juniores.. foi incrível. Pressão? Costumo dizer que é impossível ter pressão das pessoas de fora, porque já meto muito pressão a mim mesmo. Acho que isso faz-me bem, gosto de pressão. Gosto de nadar finais. Eu uso a pressão para motivar-me ainda mais e para fazer coisas nunca antes feitas. Quero continuar assim. Agora o foco é regressar a Portugal, descansar um pouco a cabeça e voltar a treinar para os Jogos Olímpicos", referiu.
"Agora vou trabalhar para a medalha olímpica, quero trabalhar para as medalhas, quer seja em Europeus, Mundiais e Jogos Olímpicos. Nestes Jogos Olímpicos acho que não virá a medalha, porque são os meus primeiros e não sei bem como vai funcionar a competição, mas nunca vou parar treinar para chegar a Los Angeles'2028 e aí tentar a medalha", garantiu.
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