FPN faz balanço dos Mundiais: «Resultados que permitem colocar a natação na ordem do dia»

Diretor desportivo José Machado enumera feitos alcançados em Doha

• Foto: DR

Terminado o histórico Campeonato do Mundo de Doha de natação, é tempo de balanços da participação portuguesa, que resultou na conquista de três medalhas.

José Machado, diretor desportivo da Federação Portuguesa de Natação (FPN), elencou os feitos alcançados: Dois títulos de campeão mundial, 50 e 100 metros mariposa masculinos; uma medalha de bronze: Angélica André 10km femininos nas águas abertas; Quatro classificações nos 8 primeiros lugares; 14 classificações nos 16 primeiros lugares.

"Fácil é considerar esta participação de Portugal, no Campeonato do Mundo de Natação Doha 2024, como a melhor até aos dias de hoje. Cumprimos os objetivos? Difícil responder. Em primeiro lugar, temos a participação do Diogo Ribeiro e da Angélica André que nem vale a pena comentar porque face a tudo aquilo que já foi dito, não temos a capacidade para adjetivar de forma mais eloquente ou original do que o já feito, pelos mais ilustres comentadores de dentro e fora da natação. Não há palavras", destacou, num artigo publicado no site da FPN.

"Quanto às classificações, quatro lugares entre os 8 melhores (diploma), as três já referidas e a estafeta de 4x1500m das águas abertas. A que podemos juntar mais três top 10, Camila Rebelo nos 100 costas. O dueto técnico feminino da natação artística e a estafeta 4x100 estilos masculinos. E 14 classificações entre os dezasseis primeiros. Em terceiro lugar, a obtenção das melhores marcas pessoais e recordes nacionais. Dois recordes nacionais do Diogo Ribeiro nos 100m Mariposa, recorde nacional da estafeta feminina de 4x100m estilos e recorde nacional igualado na estafeta masculina na mesma prova. Houve apenas os dois recordes pessoais do Diogo Ribeiro nos 100m mariposa", observou.

"Queríamos que estes números fossem maiores? Todos queríamos! Estar num momento de máxima forma no início de fevereiro foi um desafio novo para os nadadores e treinadores e revelou-se muito difícil para todos os participantes, não foi só apenas para os portugueses", explicou.

"Em quarto lugar, alargar a presença da natação na missão portuguesa aos Jogos Olímpicos. Não conseguimos atingir o pretendido. Passa de quatro para cinco o nosso contingente. A Angélica estará presente nos 10 km de Paris! E a dizer presente porque a medalha de bronze neste mundial dá-lhe o estatuto de 'medalhável' em Paris de acordo com os critérios do COP. O mesmo estatuto que será atribuído ao Diogo Ribeiro face ao resultado nos 100 m mariposa. Orgulho! E máxima responsabilidade para a participação dos dois!", aplaudiu.

"Nos outros, comecemos pelas águas abertas; Mafalda Rosa e Tiago Campos não estão apurados por um lugar, a primeira porque a vaga a que poderia aceder já está ocupada pela Angélica e o Tiago porque seria ou será o próximo na lista caso alguém prescinda do direito adquirido. Na natação artística, Ana Beatriz Gonçalves e Cheila Vieira não conseguiram completar um elemento do esquema livre a cerca de 2 segundos do final do mesmo e perderam aí as hipóteses de qualificação para Paris. Foram sete anos de dedicação plena a partir quase da estaca zero até ao nível mais exigente, aquele precisamente onde estes erros têm o preço mais elevado. O trabalho desenvolvido ao longo dos sete anos é o maior exemplo da definição do que é o Alto Rendimento Desportivo na Natação ou em qualquer outra modalidade desportiva. Dedicação e compromisso totais aliados a um talento escolhido de forma muito criteriosa", disse.

Para concluirmos o balanço do apuramento olímpico daqueles que esgotavam as suas hipóteses em Doha, falemos das estafetas de 4x100m estilos. A equipa masculina igualou o recorde nacional ultrapassando todas as dificuldades resultantes da lesão do nadador João Costa que obrigou a uma solução de recurso que se revelou muito válida. Estão em 17.º lugar no ranking de qualificação olímpica e ainda não esgotaram as possibilidades de apuramento porque, os critérios exigem que pelo menos dois elementos de cada estafeta tenham mínimo A de acesso aos Jogos Olímpicos em provas individuais e essa exigência ainda não está cumprida por algumas das estafetas 'apuradas'. Parabéns, Gabriel; Quintas; Diogo e Miguel!

"E a equipa feminina melhorou em quase dois segundos o recorde nacional, mas mesmo assim não possível. Os 4:05,26 deram o 21.º lugar no ranking de qualificação e o 14.º lugar neste mundial. Parabéns, Camila; Ana; Mariana e Francisca. Quanto aos restantes a possibilidade mantém-se intacta até dia 23 de junho por isso ainda podemos chegar ao objetivo de ter oito nadadores na missão olímpica Paris'2024", observou.

"Em conclusão, resta à direção desportiva agradecer a todos os elementos da delegação pelos resultados obtidos. São estes resultados, particularmente as medalhas do Diogo e da Angélica que permitem colocar a Natação na ordem do dia e que se fale de Natação pelos motivos certos!", concluiu.

Por Diogo Jesus
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