Deixámos a selva e regressámos à cidade. Com pena, pois apesar dos sustos, do calor, da humidade, da lama e da bicharada, as caminhadas que fizemos pelo interior daquela quase impenetrável floresta deixaram-nos com vontade de por ali ficar uns dias mais, explorando os segredos que ela encerra. Mas, enfim, também foi bom regressar, pois entre outras vantagens permitiu-me organizar, trabalhar e transmitir-vos mais algumas imagens desta minha viagem.
Enquanto aguardávamos o vôo de regresso a Penang, o mercado de Kota Kanibalu, ainda no Bornéu malaio, foi ponto de passagem obrigatório, porque andar por aqui também dá para «medir» a riqueza de um país; e foi surpreendente, pela variedade, pelo colorido, pelos cheiros, pela animação. Peixe, marisco, especiarias… tudo bem exposto, tudo apetecível aos olhos de um europeu e claro que nos atirámos ao marisco: 5 euros chegaram para uma boa refeição.
A viagem até à capital deste estado da Malásia foi curta e tranquila. Soube bem o descanso, apesar de os dias aqui parecem ser mais curtos, talvez por efeito das oito horas que nos separam de Portugal. Quando aí se deitam, estamos nós a palminhar já pela ruas da cidade, observando e retratando cuidadosamente a «street art» que o lituano Ernest Zacharevic, a pedido das autoridades locais, espalhou pelas zonas centrais, melhorando ainda mais a atmosfera de uma zona classificada como Património da Humanidade pela UNESCO e dando às paredes das antigas lojas chinesas a vida que tinham perdido.
Mas este não é o único ponto de atração que torna Penang um destino a não se ignorar. Os templos budistas e hinduístas são impressionantes e os «Clan Jetties», que numa tradução livre poderemos chamar «clãs dos molhes», são realmente fantásticos. Já não há muitos, mas os que permanecem permitem imaginarmos com seriam aqueles aglomerados de construções erguidas sobre estacas cravadas no mar e como seria a vida dos Hokkien, emigrantes chineses vindos sobretudo das aldeias costeiras da província de Fujian.
Ali se fixaram os clãs, os Ongs, Lims, Chews e Lees – que se dedicaram sobretudo ao transporte de mercadorias desde a costa até aos grandes barcos fundeados ao largo – e os Tans, Yeohs e Koays – gente que sobretudo comercializava carvão e lenha. Muitos destes clãs desapareceram após a independência da Malásia, mas os que ainda podemos ver ao longo do Wels Quay são espectaculares.
Voltámos a casa. A Teresa tem de preparar o jantar e eu tenho de preparar as fotos e mais uma página deste diário. Amanhã ainda estarei por aqui mas já sinto vontade de partir para o frio.
Fotos e texto: ISABEL PARAMÉS
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