António Matias: «O Lellouche não teve tempo para me impressionar»


António Matias venceu o PokerStars European Poker Tour de Vilamoura e arrecadou mais de 400 mil euros de prémio no maior torneio alguma vez realizado em Portugal.

Pelo caminho o português deixou jogadores importantes, impondo-se com valentia e não dando qualquer hipótese a estrelas como o francês Antony Lellouche ou o canadiano Jeff Sarwer.

"O Ruben Visser impressionou-me um bocadinho. Muito miúdo ainda, mas bom jogador. O Lellouche não teve tempo para me impressionar. O Sarwer também me impressionou, tal como o Michel Abecassis pela segurança que apresentou ao jogo", revelou Matias sobre alguns adversários que defrontou na Final Table do Main Event.


João Silva, um algarvio de 27 anos, foi o outro português que ajudou Portugal a fazer história ao ter, pela primeira vez, dois representantes na mesa mais importante de um torneio do maior circuito do poker europeu. O engenheiro informático que se dedicou em exclusivo ao poker, saiu de Vilamoura com mais de 78 mil euros na mão e um brilhante quinto lugar, o que, para António Matias é um garante da qualidade do lagoense: "O João não teve muita sorte da maneira como foi eliminado. Às vezes é um bocadinho impetuoso, mas também é um óptimo jogador."


António Matias começou como um "outsider", mas a partir de certa altura, agarrou-se à maior stack de todas e quase não a largou. Mesmo quando baixou ao segundo lugar do chip-count, fê-lo por pouco tempo, tendo arte e engenho para recuperar e acabar como o grande vencedor.


"Vim para cá para pagar a minha entrada no EPT. Disputei um torneio e consegui ganhar a entrada. Não paguei os tais cinco mil e qualquer coisa do buy in e depois acabei por ganhar", afirma Matias, inclinado agora para outras aventuras, com especial incidência para a Grand Final do EPT, a decorrer no Mónaco: "Isso faz com que se surgir outra oportunidade, não a possa enjeitar. Para já, a minha cabeça está em Monte Carlo já que automaticamente ganhei o direito a lá estar."


Sobre o facto de se ter tornado no chip leader, António Matias considera a situação como "muito boa": "Dá-nos uma sensação de poder a nós e de aflição aos outros. Aliás, quando era chip leader tive adversários que se recusaram a ir a jogo comigo porque nunca poderiam igualar as minhas apostas. Era a mesma sensação que eu tinha quando vim para aqui, no Dia 4, com apenas 300 mil fichas. Tinha mais meio milhão no dia anterior onde, na última hora, perdi numa mão absolutamente incrível. Depois, vim com 300 mil sem grandes esperanças, mas dobrei e apanhei o Lellouche duas vezes seguidas e a partir daí foi sempre a crescer."


O penúltimo dia do PokerStars European Poker Tour de Vilamoura trouxe o "click" que faltava a António Matias. Num ápice, a necessidade "de amealhar o maior número de fichas para ir o mais longe possível", foi apimentada por um desiderato maior: "Ao final do Dia 4, o meu propósito passou a ser ganhar. Era o chip leader, o Lellouche já estava fora, o Sarwer era uma ameaça, de facto, mas já só me passava pela cabeça ganhar."


Agora, António Matias já nem sabe onde prefere jogar. Fez o seu primeiro torneio ao vivo, sentindo-se mais confortável na variante cash game. No entanto, o fantástico triunfo algarvio abre-lhe outras perspectivas e os torneios passam a ser opção: "Neste momento não sei. Joguei o meu primeiro torneio ao vivo e ganhei. Isso dá uma taxa de 100%, não é? Nos cash games ganha-se dinheiro mas também se perde. Aí, a taxa de rentabilidade não é a mesma de certeza. Se calhar jogo melhor ao vivo, não sei..."

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