As equipas absolutas feminina e masculina falharam o apuramento para o Europeu, não obstante o bom desempenho desportivo que tiveram dignificando o país e a modalidade. Que pena! É tempo de reflexão sobre o que aconteceu.
Seleção Masculina
Com um grupo constituído por Holanda, Polónia e Lituânia, Portugal tinha pela frente um desafio exigente. No primeiro jogo, Portugal obteve uma importante vitória por 19-9 perante um adversário sempre ingrato (4-3, 1-5, 1-5 e 4-6). Boa exibição coletiva, séria e competente, com destaque para Rui Ramos com 10 golos. No 2º dia, jogo de dificuldade máxima, contra o cabeça de série do grupo, a Holanda. Derrota contra uma das grandes potência mundiais de polo aquático, com um resultado de 3-6 ao intervalo, mostrando uma equipa concentrada, lutadora que vendeu cara a derrota. No 3º parcial, a Holanda foi-se embora no resultado, sentenciando o jogo que acabou por ganhar por 19-9 (2-1; 4-2; 7-3 e 6-3). Destaque para os 7 golos do capitão Pedro Sousa e para o número de exclusões de cada equipa (20 para Holanda e 17 para Portugal), num jogo intenso e competitivo. Faltava jogar com a Polónia, sendo imperativo vencer. Jogo muito competente e sério, com Portugal a disparar no 2ª parcial por 7-2, mantendo pressão sobre o resultado e o adversário e triunfando por 19-12 (3-3, 7-2, 5-3 e 4-4). Destaque para os 6 golos do capitão Pedro Sousa. Jogo intenso com 40 exclusões no total, revelador do empenho de ambas as equipas.
No final, feitas as contas, Portugal falha o apuramento por um golo. Como disse o selecionador Fernando Leite "Partimos como a equipa pior classificada do grupo no ranking e acabámos a nossa participação à frente. Considero este sistema de qualificação injusto pois o sistema de desempate é justo dentro do grupo mas não entre grupos. Este grupo de jogadores merece pela sua qualidade e empenho ser posto à prova em todas as competições que existem para poderem evoluir a última competição que entramos foi há um ano atrás e só competindo se evolui. Por fim, sermos arbitrados por um árbitro eslovaco quando no outro grupo a equipa que disputava o resultado connosco era a Eslováquia, parece-me uma situação no mínimo estranha.".
No final, a sorte foi madrasta com um grupo de atletas de exceção que mereciam a qualificação por tudo o que sofreram e passaram nos últimos anos, longe das luzes da ribalta, sem o reconhecimento que merecem. Um grande obrigado por tudo!
Seleção Feminina
Com um grupo competitivo, constituído por Alemanha, Grã-Bretanha e Finlândia, Portugal tinha pela frente um desafio exigente. No primeiro jogo, Portugal obteve uma expressiva vitória por 28-4 perante um adversário muito acessível, a Finlândia (10-2, 4-0, 7-2 e 7-0). No 2º dia, jogo de dificuldade elevada, contra a Grã-Bretanha uma equipa recentemente derrotada por Portugal na Guarda. No entanto, a vitória de véspera da Grã-Bretanha ante a Alemanha (favorita do grupo) dava razão à antevisão feita pelo técnico Ferran Pascoal sobre o valor e preparação da Grã-Bretanha. Jogo intenso e competitivo, onde o resultado sofreu algumas oscilações mas sempre em aberto. Derrota ingrata por 12-14 (1-2, 3-3, 5-6 e 3-3) obrigando Portugal a necessitar de um resultado positivo contra a Alemanha. Destaque para os 5 golos e exibição de Carolina Magano. Faltava jogar com a Alemanha. Jogo muito competente e sério, de novo com oscilações no marcador e, no fim, a Alemanha a ser mais feliz e a triunfar por 12-10 (3-1, 3-4, 3-1 e 3-4). Dois jogos em que Portugal chegou a estar por cima do jogo no 4º parcial e acabou por perder ambos por uma diferença de dois golos. Pena. Pelo meio, uma equipa competente que cresceu muito e nunca virou a cara à luta.
No final, a sorte foi madrasta com um grupo de atletas de exceção, sendo que têm e terão, muitas delas, oportunidades para serem felizes e mostrarem que são uma geração com um futuro brilhante pela frente. Um grande obrigado por tudo!
"Pormaiores" esquecidos…
Esperei pelo fim da qualificação de ambas as seleções para referir alguns detalhes que, desde o primeiro dia, me deixaram de pé atrás relativamente ao planeamento de ambas as campanhas. Sempre me pareceu despropositado fazer críticas a destempo e assim esperei e desejei que as minhas angústias não passassem disso mesmo, isto é, detalhes sem importância nenhuma. Vou referir apenas dois aspetos que me preocuparam e cuja decisão não percebi e continuo sem perceber.
Primeiro, não entendi a escolha da organização em Portugal da qualificação da seleção feminina em vez da seleção masculina. Hoje, continuo a pensar que "o golo" que nos faltou na qualificação masculina, teria sido obtido facilmente em Rio Maior com o apoio do público à seleção masculina, num ambiente de enorme pressão face aos adversários e com o apoio que os nossos atletas mereciam ter. Porquê esta opção, já que essa decisão obrigaria a seleção feminina a deslocar-se para fora do país? Porque, objectivamente, as condições de qualificação de ambas as seleções não foram as mesmas. Para o Europeu feminino foi definido um total de 16 equipas ao invés das tradicionais 12 (recordo que Portugal já se classificou no passado longínquo com 12 equipas). Mais 4 vagas adicionais. Contrariamente, a vaga ocupada por Israel (país organizador) no Europeu masculino, colocava maior pressão sobre todos os demais países. Tratou-se, para todos os efeitos, de uma decisão política de aposta. Acreditou-se que a seleção feminina jogando em casa teria mais possibilidades. Não correu bem. Como teria sido ao contrário? Quem sabe…
Segundo, continuo sem perceber como é que Portugal masculino foi, do grupo, a única seleção a convocar 13 atletas ao invés das demais equipas que convocaram 15 atletas (escolhendo 13 para ir a cada jogo). Limitações financeiras? Se é o caso, então imagino que vários dirigentes da FPN respiraram de alívio quando nenhuma seleção se qualificou. Sim, porque se ambas as seleções se qualificassem para ir a Israel, não sei se existia orçamento para tal. Os "deuses do polo aquático" decidiram intervir e resolveram a dor de cabeça de algumas pessoas. Agora, já não há esse problema. Se calhar até temos uma poupança interessante…
Como diz a sabedoria popular, "Rei morto, Rei posto!" em breve teremos o mundial de sub-20 feminino em Coimbra que será, estou certo, um momento de recuperar a mística da seleção, com muito público, dirigentes da FPN envolvidos, em suma uma festa do polo (para fazer "esquecer" este momento menos bom…). Como gosto de pensar de forma estratégica, ocorre-me uma reflexão a propósito deste próximo evento. É impressão minha ou se fosse um mundial de sub-18 em vez de sub-20, Portugal não tinha sequer uma seleção feminina para apresentar? Sim, eu sei que existe uma geração de ouro sub-20 feminina que muitas alegrias nos deu e nos dará, estou certo. Mas, parece-me que estamos a procurar "as chaves perdidas" onde há luz e não forçosamente no sítio onde as perdemos. A pergunta é simples: "Alguém está genuinamente a pensar no futuro da formação do polo aquático feminino e numa estratégia sustentada com futuro?". Se calhar era tempo de alguém o fazer…
Juventude em acção!
No fim-de-semana os mais novos tiveram mais uma oportunidade para competir e se divertirem.
Por um lado, o Torneio Nacional de Cadetes sub_12 que contou com a participação de equipas CAPacense, Vitória de Guimarães, Fluvial, Povoense e FOCA. Esta prova, a primeira na história do polo aquático nacional para jovens praticantes até aos 12 anos, teve a participação de 5 equipas, e cerca de 90 jogadores e jogadoras. Tão bom! A miudagem de certeza que se divertiu! Top! Top!
A Sul, o Cascais Water Polo organizou o II Torneio José Augusto que contou com as equipas do Sporting, Oriental, Aminata, Lagoa, Viver Santarém e Cascais. Tão bom! Top! Top!
Entretanto e para não acontecer o que aconteceu na primeira jornada do nacional de sub-18 masculino, aproveito para dizer que nos últimos fins-de-semana de Julho há nacionais de formação (sub_14 misto, sub_16 masculino e sub_18 masculino), não vá alguém dizer que não tinha conhecimento ou esquecer-se e ir de férias mais cedo…
Equipa portuguesa concluiu o Grupo C da primeira ronda na 3.ª posição
Vimaranenses batem Paredes por 20-7
Águias batem Cascais Water Polo e erguem o troféu pela 7.ª vez consecutiva
Diante das espanholas do Tenerife Echeyde
Avançado apontou um dos dois golos do Toluca, que conquistou o troféu só depois de um longo desempate por penáltis
O agora ex-adjunto de José Morais vai assumir a liderança do 2.º classificado dos Emirados Árabes Unidos
Jovem defesa do Boca Juniors fez confissão aos jornalistas
Vizelenses regressam aos triunfos após 'chicotada psicológica'